Para o deleite dos headbangers

MÁRIO JORGE

Se você ouve rock, hard ou heavy, e mora no Brasil – no estado de São Paulo, mais precisamente – não dá pra reclamar: o que não falta é show rolando por aqui. Não passa um ano sequer sem que ao menos cinco boas bandas toquem em terras tupiniquins. Neste ano, por exemplo, já houve ao menos dois grandes festivais. Tá bom, o Lolapallozza não conta muito, com a grata exceção do Metallica. E, sem ser muito radical, The Strokes também. Já o final de semana que passou, por exemplo, trouxe pesos pesados. Entre eles, Slayer, Rob Zombie e Ghost, entre outros no Maximus Festival . Não fui, mas restou a invejinha saudável de uma amiga que postou fotos e vídeos no Instagram.

Cara, quando eu era garoto – faz tempo – vinha, no máximo, duas bandas por ano, o que já era um assombro. Antes, talvez, a média fosse de uma a cada 365 dias ou nem isso. O primeiro Rock’ n Rio, em 1985, tem seus méritos. Abriu as portas para o cenário nacional ser “descoberto” pelas bandas gringas. Mas, como sequência de filmes que deram certo (em geral, só o primeiro), o Rock’ n Rio foi lá se massificando, juntando e misturando ritmos, até ficar com um jeito meio, como posso dizer… é… deixa pra lá!

E não são apenas os festivais que trazem uma leva grande. Geralmente, as boas bandas fazem voos solos e aterrissam por aqui para a felicidade geral da nação headbanger. Ainda neste mês, que vem é Tarja Turunen, a vocalista finlandesa com um vozeirão de estremecer até quem não nutre tanta simpatia pelo metal. Tarja foi a primeira vocalista do Nightwish e faz, já há algum tempo, carreira solo.

Em junho, a banda tributo mais fiel aos súditos de sua majestade, God Save The Queen, também se apresenta em São Paulo. Por que, sendo uma banda tributo, faz tanto sucesso? Porque os caras mandam um belo show e até se parecem fisicamente com o quarteto britânico. Que o diga Pablo Padín que faz Freddie Mercury.


Testament, Alice Cooper, Guns e The Who são outros grupos que tocarão no Brasil. Por dever de ofício, que aliás ele faz com muita competência, meu amigo, o jornalista Lucas Krempel – organizador deste Blog’n Roll -, tem aproveitado o tsunami de eventos roqueiros, assim como o Costábile Salzano, responsável por boa parte do metal press de monstros sagrados.

Não se pode esquecer das bandas nacionais, sempre no front pra não deixar a peteca cair e mandando som de alta qualidade. As meninas da Nervosa são um bom exemplo, assim como o Viper e a lendária Vodu, uma das pioneiros do metal brasileiro.

Ah, um lembrete dos mais importantes: vale ir a Sampa no próximo dia 21 para curtir o Tributo ao Made in Brazil. A banda dos irmãos Vecchione é a mais longeva do cenário roqueiro nacional ainda em atividade. No show, haverá a participação de músicos de outros grupos prestando homenagens à turma da Pompeia. A dica é do camarada Everton Corsino, vocalista da Up the Irons, que também estará lá. Confira: 30ª Feira de Artes da Pompeia, Palco Tribal, a partir das 17h30. O endereço é Rua Tucuna com Rua Padre Chico.

Claro, este artigo não tem a pretensão de ser um agendão para mostrar tudo o que vem por aí. Até porque, dá pra pesquisar na internet e ficar por dentro dos shows. O objetivo é mostrar que os roqueiros, hoje, não têm muito do que reclamar. Nos anos 1980, principalmente no início, era ir em alguns poucos locais (raros) onde rolava o som, ouvir os discos ou esperar que algum programa da época mostrasse um novo clipe de uma banda qualquer. Lembro de um que vi à exaustão: o Van Hallen, com o Alex tacando fogo em sua bateria.

É isso. Chega de papo… vai juntando um dinheirinho, conferir as datas e preparar as camisas pretas. Ok, rapaziada!!??