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Pavilhão 9 retorna com peso e críticas nas letras

LUCAS KREMPEL

O grupo de rap e rock paulistano Pavilhão 9 escolheu o momento ideal para o seu retorno. Após mais de uma década longe dos estúdios e palcos, a banda voltou com temas bem atuais, disparando uma metralhadora de críticas em cima de políticos, empresários e até funkeiros da nova geração.

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Antes Durante Depois (Deck), que acaba de ser lançado, conta com dez faixas capitaneadas pelos MCs Rhossi e Doze, da formação mais clássica do Pavilhão 9.A cozinha dos caras ganhou reforços de peso: o baterista Leco Canali (Tolerância Zero), o baixista Heitor Gomes(ex-Charlie Brown Jr. e CPM 22), o guitarrista Rafael Bombeck (que acompanha Rhossi em sua carreira solo), além das pick-ups do DJ MF.

Para Rhossi, que conversou com o Blog n’ Roll por telefone, a ideia de retomar o Pavilhão 9 era um desejo antigo. “Em 2012, no Lollapalooza (primeira edição no Brasil), minha banda estava parada e o festival nos convidou para tocar. Depois surgiram alguns outros shows, mas, na época, com os ex-integrantes envolvidos em outros projetos, não seguimos com a ideia em frente. Eu e o Doze sentimos essa necessidade de seguir com o Pavilhão. Isso ficou mais forte com o apelo dos fãs nas redes sociais, pedindo a nossa volta. E, principalmente por conta do triste momento de crise que vivemos, com muita roubalheira. Isso sempre foi a nossa fonte de inspiração”, comenta.

Rhossi afirma que encontrar pessoas dispostas a tocar como Pavilhão 9 facilitou o retorno e exalta a presença dos novos integrantes. “O Heitor Gomes é parceiraço, somou demais. Já tínhamos ensaiado em outras ocasiões. Ele chegou com as músicas Tudo por Dinheiro e Antes Durante Depois”.

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Quanto aos temas abordados, o vocalista acredita que muitas das músicas cantadas no início da carreira, infelizmente, seguem atuais. Corrupção, violência policial e desigualdade social.

“Na música Ideia Quente, por exemplo, o Doze canta: Se mudou pra pior, se mudou pra melhor, não me tornei refém, não dei ponto sem nó. Isso resume bem o espírito da coisa. Sentimos uma necessidade de tocar nesses assuntos novamente. Tomamos vários tapas na cara desses governantes que não governam o nosso País.

Muitos artistas estão ignorando esse assunto. É legal conversar com o público, principalmente os mais jovens, que nem conheciam nossa trajetória”.

Mas o foco da banda não está somente no nacional. Rhossi e seus parceiros também estão de olho no cenário gringo. Na faixa Isto Não Para, eles cantam sobre a crise de refugiados e a falta de governança de grandes líderes internacionais. E, musicalmente, o radar também está funcionando bem. Rhossi cita o Prophets of Rage (banda com integrantes do Cypress Hill, Public Enemy e Rage Against the Machine) como um paralelo do Pavilhão no exterior.

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Mas para o vocalista do Pavilhão, o rap no Brasil ainda precisa de mais espaço. “É um momento com um pouco mais de evidência, mas, em relação a outros gêneros, a situação ainda está abaixo. O funk tomou a frente do rap na periferia. Hoje só se ouve funk, que não é funk mesmo, é um pancadão. Não temos o mesmo valor que o cara do pancadão ou do sertanejo”, diz. “No rock, as bandas pararam de inovar, o rap está novo, sempre inovando. Mas o rock precisa renovar musicalmente e nos assuntos”.

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