Psychobilly dos irlandeses do Spellbound tem apresentação nesta quinta-feira no Sesc Santos

Psychobilly dos irlandeses do Spellbound tem apresentação nesta quinta-feira no Sesc Santos

*Foto: Alexandre Saldanha

Cerca de 30 anos atrás, a Europa viu surgir de forma discreta a segunda onda do psychobilly, uma mistura do rockabilly norte-americano dos anos 1950 com o punk rock britânico do final dos anos 1970. A segunda leva, que sucedeu nomes como The Meteors, revelou Mad Sin (Alemanha), Nekromantix (Dinamarca) e Demented Are Go (Gales).

Não muito distante dali, na Irlanda, surgiu também o Spellbound, em 1986. Com 30 anos de carreira, incluindo dez de hiato, o grupo, que acredita ter ficado um pouco de fora do cenário europeu por estar em uma ilha e não tocar rockabilly, retorna ao Brasil para a sua segunda turnê. A excursão marca a estreia do grupo em Santos, hoje, a partir das 21 horas, na Comedoria do Sesc.

Apresentados como heróis do rockabilly na Irlanda, o vocalista e guitarrista do Spellbound, Frankie Hayes, rejeita a honraria. E demonstra humildade na hora de repassar o título para uma cantora de geração mais recente.

“A heroína do rockabilly é Imelda May, não o Spellbound. Não sei quem escreveu isso, mas não é verdade. O Spellbound tem os seus quatro heróis, que são Simon, Frankie, Gaz e Glen”.

Com quatro álbuns lançados, sendo Stir It Up (2003) o último, o Spellbound já prepara o novo trabalho: New Blood, previsto para maio. O disco tem esse nome por conta da entrada de Gaz Marson.

“Se você ouvir o álbum, vai perceber que ele começa country, vira ska, passa para o psychobilly, rockabilly, punk… E até onde sei, o psychobilly é isso, uma mistura de todas essas músicas”.

Sobre a entrada de Marson, Hayes afirma que o público brasileiro vai conhecer um novo Spellbound, diferente da turnê de estreia pelo País, em 2012. “Ficou mais preenchido, ele adicionou tempero à banda. Temos um bom entrosamento no palco. E mais: ele é um grande guitarrista, cantor e compositor”.

Boas lembranças
Sobre a primeira turnê no Brasil, o vocalista afirma guardar boas lembranças do público. “O povo tem boa memória, os fãs são muito amigáveis. Durante a turnê, eles demonstraram muito interesse pelo nosso som, pediam autógrafos após as apresentações. Nós não temos isso na Europa”.

Mas nem tudo é lembrado com carinho pelo vocalista. Ele ficou incomodado com as longas viagens dentro do Brasil naquela turnê. “Lembro de fazermos muitas viagens longas, voos de cinco horas. Não existe trem no Brasil e perdemos muitas horas”.

Sobre o atual cenário de rockabilly e psychobilly na Irlanda, Hayes destaca alguns nomes que o público brasileiro pode procurar na internet. “O Guana Batz é realmente muito atual, o Long Tall Texans é uma grande banda e tem o Mullet Monster Mafia, que é rápido, louco e eu amo aqueles caras”.

O Sesc Santos fica na Rua Conselheiro Ribas, 136, na Aparecida. Informações pelo telefone 3278-9800. O ingresso custa R$ 5,00 (sócio), R$ 8,50 (usuário) e R$ 17,00 (não sócio).