O guarujaense Filippe Dias é a grande atração de hoje na 3a Mostra Blues de Santos. O músico lança o álbum Borderliner a partir das 21 horas, na Comedoria do Sesc Santos. Para quem não conhece o trabalho do guitarrista, ele fala um pouco das suas inspirações: “Nas harmonias tenho bastante influência de Jimi Hendrix, que tinha uma maneira bem interessante de pensar as bases de guitarra, algo que estudo há anos. Sempre procuro absorver o que cada guitarrista tem de melhor, mas não posso deixar de citar B.B. King, Blind Blake, T-Bone Walker e Stevie Ray Vaughan”.
Borderliner, seu álbum de estreia, chegou às plataformas de streaming (Deezer, Spotify, iTunes entre outras) e formato físico (CD) em fevereiro. A apresentação em Santos, no entanto, será a primeira oficial após o lançamento.
“Foram madrugadas afora compondo, tentando fazer algo que fosse realmente original, que tivesse a linguagem do blues e que ao mesmo tempo tivesse uma abordagem moderna, que não fosse tão datada”.
Depois que finalizou os arranjos do álbum, Filippe procurou o estúdio do produtor Amleto Barboni para gravar. A mixagem foi feita em outro espaço, o Mosh.
“Sempre tive uma preocupação grande com sonoridade, então fizemos a mixagem analógica, reduzimos da fita de meia polegada, masterizamos direto da fita também. Foi um processo bem legal, a produção foi impecável o resultado superou as expectativas”.
No álbum, Filippe contou com a participação de vários músicos como o pianista Adriano Grineberg, recém-premiado melhor artista de Blues/Rock no Prêmio da Música Brasileira, e o organista austríaco Raphael Wressnig, que estava de passagem pelo Brasil.
A aceitação de Borderliner tem surpreendido o guitarrista. O álbum estreou no iTunes como Top 46 da lista dos principais álbuns do iTunes no Brasil. “É uma surpresa haja visto que a princípio é um disco de blues, superando grandes artistas da música pop nacional”.
Apesar do bom momento pós-lançamento no Brasil, Borderliner foi pensado tendo em vista o mercado externo, europeu e norte-americano, que possuem mercados maiores para os blueseiros.
“A ideia é disseminar o trabalho por lá em um futuro próximo. Acredito que esses mercados têm maior aceitação para esse tipo de trabalho. São mercados mais receptivos, sem dúvida. Mas acho que, por exemplo, um blueseiro brasileiro ir tocar blues nos EUA é como um americano que toca samba vir tentar fazer carreira no Rio de Janeiro. Quero dizer, embora a aceitação ao som seja, sem sombra de dúvida, maior, a concorrência também é mais acirrada”.
A apresentação em Santos será bem especial para o músico. Foi na Cidade que deu seus primeiros passos na área. “Encontrei a Escola Simonian de Música nas páginas amarelas da lista telefônica, e lá tive um professor que me introduziu no blues. Fiz uns três anos de aula, mas não tinha muita paciência para a teoria, meu negócio era chegar na aula e passar boa parte dos 60 minutos fazendo improvisos e jams de blues com o professor, que virou um grande amigo”.
Os ingressos custam entre R$ 5,00 (sócio-comerciário) e R$ 17,00 (não sócios). O Sesc Santos fica na Rua Conselheiro Ribas, 136, na Aparecida. Informações pelo telefone 3278-9800.
Leave a Comment