Romper Stomper #21 – Muito Além do J-Pop

Romper Stomper #21 – Muito Além do J-Pop

Alguns países tem a estigma de carregarem seus estilos musicais característicos ao redor do mundo. O senso comum se forma, e para muita gente, é aquilo que define a música em determinado lugar. A Alemanha tem a Polka, a Espanha a Tarantella, a Argentina o Tango, e nóis BR toda a ousadia e alegria do Samba. Com o Japão não é diferente, e nossos irmãos da terra do Black Kamem Rider são conhecidos pelo seu colorido e assustadoramente simpático J-Pop. Mas assim como nós brasileirícimos possuímos uma cultura fortíssima longe do que é conhecido popularmente, o Japão tem ótimas bandas e artistas, e que vamos dar algumas dicássas para você agora mesmo para você pirar o cabeção no Kanji.

 

Maximum The Hormone:

Se você assistiu o anime Death Note (se você não assistiu, assista) na metade da década passada, com absoluta e total certeza você vai lembrar deles. A banda gravou o tema de abertura, What’s Up People? e ganhou instantaneamente fãs no mundo inteiro. Porém, o Maximum The Hormone já está na estrada desde 1998. Seu som é uma mistureba bem doida, mas talvez se aproxime cada vez mais do Nu Metal. As letras são sensacionais, e questionam o consumismo e a devoção à tecnologia que está atrelada na cultura local, além de autocríticas e desconstruções de conceitos em geral. A baterista é uma mina de 1 metro e meio que senta o braço sem dó alguma, e seu nome é Nao. Pra quem é fã de System Of a Down é um prato cheio.

https://www.youtube.com/watch?v=EGL-sz1atnI&ab_channel=Jo%C3%A3oMarcoss

 

Dry & Heavy:

E tem Reggae no Japão? E não é que tem gente? Não só Reggae, mas Dub também, e o Dry & Heavy é bem mais que um grupo que une os dois estilos, é uma aula. O grupo foi formado por dois alunos de um curso de produção musical, Shigemoto Nanao (Dry) e Takeshi Akimoto (Heavy), ambos amantes do ritmo jamaicano. O nome se derivou do álbum do Burning Spear que os dois ouviam repetidamente, e tentavam copiar tudo que havia sido feito ali. Com a soma da colaboração de mais integrantes, foi percebido que havia sido formado um grupo, e o Dry & Heavy partiu para a estrada. De 1997 pra cá a banda lançou 6 discos, sendo o mais recente In Time do ano passado. Pode ser destacado também o álbum From Creation de 2002, que foi altamente aclamado pelos entendedores do estilo, e ainda contando com um remix Dub Creation e uma versão deluxe com os dois discos, chamada New Creation.

 

Lamp Eye:

O Rap é muito bem desenvolvido no Japão desde a metade da década de 80. Porém o que era difundido sempre foi visto como coisa de fanfarrão. Se o EUA tinha o Vanilla Ice os nipônicos tinham o Scha Dara Parr por exemplo. Isso tudo mudou na metade dos anos 90 quando o Lamp Eye apareceu. O grupo foi o responsável por trazer a seriedade e os assuntos contundentes ao Rap no país, e literalmente virou tudo de pernas pro ar na cena local. O Lamp Eye surgiu nos eventos undergrounds, mas devido a exoticidade do que sua obra apresentava, foi difícil segurar eles. Essa música é chamada Shogen e foi o marco zero da mudança do Rap japonês.

https://www.youtube.com/watch?v=II08FmQmrM4&ab_channel=jcm88

 

Vivisick:

De todas as bandas citadas, talvez o Vivisick (foto) seja a banda mais conhecida por nós aqui no Brasil. Os japoneses panela da ideia vieram nos visitar diversas vezes, muitas delas acompanhadas do Mukeka Di Rato, banda quase irmã de sonoridade, identidade e doidera. O Vivisick tem uma ligação tão forte com os capixabas que chegaram até lançar um split juntos, o infame Filhos da Puta do Brasil x Japanese Motherfuckers.

https://www.youtube.com/watch?v=2odcwbylsWA&ab_channel=fabriciocapiroto

 

Tokyo Ska Paradise Orchestra:

Apelidada de forma simpática de Skapara, o grupo é o mais tradicional no Ska japonês. Formada no final dos anos 80, a banda possui um currículo com mais de 21 discos em sua carreira, apresentações por todo o mundo, inclusive desembarcando na metade desse ano aqui no Brasil pela primeira vez, e gravando um single especial com Emicida. O Skapara é conhecido por seu carisma marcante, e a capacidade de misturar outros ritmos no meio do seu som, como por exemplo o Jazz.

 

Y-No:

O que eu admiro no povo japonês, é que eles tem a capacidade de fazer qualquer coisa. Os caras são tão foda que até PAGODE e em alto e bom PORTUGUÊS conseguem fazer. Duvida? o Grupo Y-No te pede uma chance para esse lixo. Nem vou explicar tanto.

 

Dessa forma carinhosa, afetuosa e cheia de charme, encerramos mais uma Romper Stomper. Sempre agradecendo o espaço, a receptividade e ao apoio de todos que contribuem de alguma forma com o Blog e nos acompanham diariamente.

Na semana que vem, a Romper Stomper sai do Japão e vai parar no mundo dos games, e conta um pouco da história por trás de uma das trilhas sonoras mais marcantes da história dos consoles. Até lá, domo arigato.