Em sua primeira edição nacional, o reality show X Factor (Bandeirantes e TNT) está com dois santistas em destaque na disputa. O veterano Cristopher Clark e a revelação Igor Black surpreenderam os jurados e conseguiram aprovação unânime dos quatro juízes: Paulo Miklos, Alinne Rosa, Di Ferrero e Rick Bonadio.
Na primeira fase, Clark e Black realizaram apresentações para os jurados diante de uma plateia, cantando Bruno Mars e James Brown, respectivamente. O júri escolheu 100 candidatos e os dividiu em quatro categorias (25 em cada): rapazes de 16 a 24 anos, garotas de 16 a 24 anos, homens e mulheres acima de 25 anos e grupos.
Igor Black, com 20 anos, está na categoria Rapazes. Cristopher Clark em Adultos, na qual não tem distinção de sexo. Homens e mulheres se enfrentam.
Na segunda fase, que está em andamento, com exibições sempre às segundas e quartas-feiras, às 22h30, na Bandeirantes, os santistas estão no Centro de Treinamento. Lá, cada jurado será mentor de uma categoria. Os competidores são confinados em um hotel e participam de diferentes dinâmicas. Dos 25 participantes selecionados de cada categoria, apenas dez seguirão adiante.
Na primeira etapa da segunda fase, exibida na última quarta-feira (28), os dois santistas conseguiram aprovação, na prova em grupo.
“Foi um incentivo mais de amigos, depois que comecei a fazer alguns vídeos para internet. Sou um cara meio tímido, fechado. Com o tempo fui pegando mais coragem, gravei o primeiro vídeo, deu um retorno ótimo. E eles falaram: ‘agora falta você entrar em um reality’. A ideia é essa, atrair mais alunos para as minhas aulas, tornar o meu trabalho próprio mais conhecido”, comenta Cristopher Clark, que já foi vocalista das bandas Last Joker, Cajamanga, Drive V e atualmente está à frente da Piper.
Filho do ex-vocalista da banda Pop Six, que marcou época em Santos nos anos 1960, Johnny Clark, Cristopher, hoje com 43 anos, recorda com carinho do início da carreira, ainda nos anos 1980.
“O meu primeiro projeto foi com uns amigos da escola, era a Destiny, em 1988. Tocava bateria, mas como tinha um amigo melhor, fui para o vocal”, diz, aos risos. “Na sequência, o Pepinho Macia me indicou para cantar no Warkings (metal), passei um ano lá, a banda acabou e fui para o Last Joker”.
O ex-treinador do Sub-20 do Santos Futebol Clube também foi o responsável por divulgar o debute do Last Joker. À época, dono do M Records, Pepinho lançou as bandas Last Joker e Mr Green, que contavam em suas formações com dois ex-Charlie Brown Jr, Marcão e Champignon, respectivamente.
O grande sucesso comercial de Cristopher veio no final dos anos 1990, como vocalista da Cajamanga, banda que gravou álbum pela Warner, tocou no Rock in Rio 3 (2001) e emplacou som em trilha sonora.
A continuidade do sucesso do Cajamanga, que ficou conhecida pela versão de Tudo Azul, de Lulu Santos, não foi possível por problemas com a gravadora.
“Na época que assinamos com a Warner, a gravadora foi vendida. Mudou toda a diretoria, todo mundo foi mandado embora. O Tom Capone, nosso produtor, segurou a banda no peito. Ele disse: ‘Vou dar um jeito para não engavetar’. E, ele conseguiu a trilha do filme Surf Adventure. A Tudo Azul caiu no gosto da galera e começou a tocar direto. Crescemos sem o apoio da gravadora. Depois, a gravadora parou de injetar grana e eles já tinham uma outra banda no bolso, o Detonautas. Quando acabou o contrato, eles deram tchau e o Detonautas entrou no lugar”.
Professor de canto em Santos, Igor Black é a revelação
Na categoria das revelações, Igor Black é o outro nome santista na disputa pelo título do X Factor. Aos 20 anos, ele surpreende com as referências clássicas em seu trabalho. Da mesma forma que estreou no programa cantando James Brown, o cantor ressalta que se inspirou em nomes como Etta James, Nina Simone, Ray Charles, entre outros nomes de peso do jazz, blues e soul.
“Comecei a entrar no mundo da música bem cedo. Com mais ou menos 8 anos. Minha irmã fazia aulas de piano e eu tinha um ouvido muito bom. Conseguia reproduzir exatamente o que minha irmã tocava no piano. Minha mãe viu isso e me colocou na aula de piano. E dali não parei mais”.
Igor Black conta que boa parte da família toca alguma coisa ou canta, o que tornou inevitável seguir esse caminho.
Na primeira edição da Blog n’ Roll Party, festa do site de música da A Tribuna On-line, que aconteceu há duas semanas no Studio Rock, Igor Black fez uma participação durante o show da banda de metal Sephion. E agradou ao público.
“Conheço o Brenno, vocalista da Sephion, há um bom tempo. Gosto muito deles, principalmente vocalmente. Admiro quem consegue sujar a voz e também deixa-la limpa e suave quando necessário”, diz sobre o amigo, que foi eliminado na primeira fase.
Pronto para a segunda fase, Igor está ansioso para os próximos passos. “Quero conhecer os artistas e desfrutar ao máximo dos jurados, aprender com os profissionais. E mostrar mais meu trabalho”.
Caso avancem, Igor e Cristopher tem mais duas etapas pela frente: Desafio das Cadeiras e Shows ao Vivo, nos quais o público tem poder para escolher o vencedor.