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Santos, celeiro de bons bateristas: Da praia para o mundo

Viver de música e unir a paixão com o trabalho é o sonho de quase todos os jovens músicos. Alcançar esse objetivo parece algo distante, mas muitos representantes da Baixada Santista mostram que é possível sim vencer na área e seguir carreira em grandes bandas. E quando o assunto é bateria, os resultados são ainda mais animadores. Prova disso é que, nos últimos anos, alguns bateristas da região entraram ou tocaram com artistas de renome, como Jorge Ben Jor, Ivete Sangalo e até Rihanna.

No início deste ano, o santista Ric Moraes, por exemplo, chamou a atenção ao participar do videoclipe da música Farol, de Ivete Sangalo. O que poucos sabem é que Ric iniciou sua trajetória cedo, aos 15 anos. Hoje, aos 29 anos, ele começa a colher os frutos após muita dedicação.

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Ric Moraes durante gravação de ‘O Farol’, vídeo de Ivete Sangalo

 

“Sempre achei importante ter foco no meu objetivo. Procurei fazer novos contatos e encarei todos os projetos com muito profissionalismo e respeito. Dediquei meu tempo ao aprimoramento contínuo na prática do instrumento”, diz Ric. Em 14 anos de carreira, o santista já tocou com outros músicos como Amanda Acosta (Trem da Alegria), Cleverson Luiz (Da Melhor Qualidade) e Lena Papini (Bula).

Mas Ric não é o primeiro e nem será o último baterista santista de destaque. Desde os anos 1970, Raimundo Vigna acompanha grandes nomes da música popular como Moacyr Franco, Agnaldo Rayol, Nelson Ned, entre muitos outros.

A trajetória de Vigna, hoje com 64 anos, começou na adolescência, com apresentações em prostíbulos na Boca de Santos, quando tinha como público marinheiros estrangeiros e prostitutas. “Aquela atmosfera era incrível. Toquei em mais de 80 países, passei pelo Madison Square Garden (Nova Iorque), mas nada se compara”.

Com 35 anos de idade e na ativa desde os 18, Lucas Real é outro bom exemplo de santista que consegue viver da música com êxito. Integrante da banda do Zé Pretinho, que acompanha Jorge Ben Jor, o músico afirma ser autodidata. “Tenho alguns gurus que abrem meus caminhos. A maior parte deles são bateristas que eu acompanhei quando era roadie. Os únicos professores são Neném Da Cuíca e Jorge Ben Jor”, diz ele, que também toca no Zebra Zebra.

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Gus Conde, de 36 anos, é ainda mais precoce. Aos 7 anos já tinha uma bateria em casa. Além de baterista, o músico é criador do método de bateroterapia, em conjunto com o Sesc Brasil, onde atua em uma mistura de bateria e fisioterapia para idosos.

Além da bateroterapia, Conde formou a banda Odum em Los Angeles, e chegou a tocar com a cantora Rihanna, no American Music Awards e em gravações. “Quando fui para os Estados Unidos, não conhecia nada nem ninguém, mas foi a necessidade de fazer acontecer, por não ter nenhuma outra escolha, que me puxou aos limites e fez com que eu conseguisse enxergar somente a possibilidade de dar certo lá. O conhecimento de nossa música (samba, baião, axé, forró, maracatu) abriu portas”.

Bruno Graveto (ex-Charlie Brown Jr e Strike), Pedro Tinello (Almah), André Pinguim (Bula) e Rafa Borba (Aliados) são outros três grandes nomes da região envolvidos em bandas consagradas.

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