Uma em cada dez resenhas sobre qualquer disco do Slash, fala sobre o Guns n’ Roses e os seus dias de glória. Não há nada de ruim nisso, óbvio. No entanto, vou tentar uma nova abordagem por essas linhas e ignorar esse passado (que voltou a ser presente e futuro, com uma turnê bem sucedida).
Vamos considerar somente o que inglês lançou com essa turma, partindo de 2012 com o Apocalyptic Love (segundo disco solo do guitarrista com a atual banda) até chegar aos dias atuais.
Já se vão quatro anos desde o último lançamento fruto da parceria do Slash com o vocalista Myles Kennedy (também conhecido pelo seu trabalho como guitarrista e vocalista do Alter Bridge) e os Conspirators, o disco World on Fire, que conta com 17 músicas.
A primeira grande surpresa de Living the Dream, lançado na última sexta-feira (21) pela Warner Music, é a quantidade “reduzida” de músicas (12) e uma certa abordagem mais “direto ao assunto” de algumas músicas.
Musicalmente, o som não se difere muito do que já foi feito anteriormente pelos caras e isso não é necessariamente ruim. Na verdade, ninguém espera que o Slash venha para reinventar a roda, o problema é que o disco soa bastante repetitivo e preguiçoso. Será que ele não poderia ter investido em algo um pouco diferente? Os riffs de guitarra, a sessão rítmica passando pela melodia vocal e os refrões, tudo parece ter saído de algum arquivo morto da banda. Não traz o elemento surpresa.
Por outro lado, os fãs não tem com o que se preocupar, Slash continua entregando solos de guitarra a torto e a direito e pelo menos umas quatro faixas têm condições de figurar nos set lists dos shows. Serve you Right, My Antidote, Mind your Manners e Driving Rain são as canções que mais se destacam em Living the Dream.
É um disco onde as faixas parecem servir de desculpa para exercícios de guitarra, a balada The Great Pretender é um perfeito exemplo disso. Toda a técnica do músico é exposta nela.
Resumindo, Living the Dream não incomoda, mas também não emociona, mesmo assim é muito pouco vindo do cara que… Opa, deixa pra lá. O combinado era não mencionar muito a outra banda de Slash. Aos fãs, resta esperar mais uma turnê dele por aqui, o que não deve tardar a acontecer.