VINICIUS HOLANDA
A probabilidade é grande de o momento mais dançante e animado do próximo Lollapalooza, que ocorre entre os dias 25 e 26 deste mês, em São Paulo, não ser protagonizado no palco Perry’s, reservado aos artistas de música eletrônica. Afinal, o enérgico Two Door Cinema Club toca às 17h35 do domingo, no palco Skol, o principal do evento.
Os norte-irlandeses retornam ao Brasil para se apresentar no mesmo festival em que estiveram em 2013. Desta vez, trazem de baixo do braço o álbum Gameshow, lançado no ano passado. O terceiro disco da carreira mantém o estilo que consagrou a banda, uma bem-sucedida mistura de rock, pop e dance.
O grupo assume de vez o pendor ao mainstream, com faixas prontas para as pistas e rádios. Bad Decisions e Ordinary são exemplares: pop descarado, baseado em teclados esparsos, guiados pelos falsetes do vocalista e guitarrista Alex Trimble.
A funky Fever guarda alguma semelhança com outra banda que estará no festival, o 1975. Assim como os ingleses, o Two Door Cinema Club passa a transitar numa zona fronteiriça entre o indie e o pop, sem medo de errar a mão. Gameshow escancara isso. A maior parte das músicas é construída sobre bases de teclados, com leves toques eletrônicos e refrões grudentos.
O último single do álbum, Lavender, lançado neste ano, se encaixa no modelo. O tom geral é menos acelerado do que o das canções dos dois trabalhos anteriores, Tourist History (2010) e Beacon (2012). Passada a fase da urgência, a banda resolveu se jogar na pista. Sem falso pudor.
Colher de chá
Se você gostar do Gameshow tem boas chances de apreciar o trabalho do já citado 1975. Com o segundo álbum, I Like It When You Sleep, for You Are So Beautiful Yet So Unaware Of It, lançado em 2016, a banda aprimorou seu senso pop e ganhou muitos seguidores na Inglaterra. Ao vivo, são vibrantes. Eles tocam no sábado.