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Subsolo na Caldeira #05 – Enchente e suas qualidades

Começando a quinta edição do Subsolo na Caldeira com uma das minhas bandas favoritas, Enchente. Porto Alegre tem uma grande diversidade de artistas, como o rock cabeça do Engenheiros do Hawaii e do Vera Loca, o punk da Tequila Baby, o emo do Fresno ou o metal do Hibria. Mas a Enchente consegue trazer uma qualidade sonora maravilhosa, que vai além, direto aos nossos fones de ouvido.

Aprecie o amargo“.

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A banda, que é formada por Bruno Peres, Marco Bueno, Vinicius Vargas, Nicolas Gambin e Arthur Dias, não tem uma certa definição de estilo. Uma mistura de hardcore com punk ou um post-hardcore, mas o que podemos ter certeza, é a ótima qualidade, não só sonora, mas geral.

Guitarras e riffs gritantemente perfeitos, a alternância entre o peso nos gritos de Bruno Peres, e – o mais essencial da banda – a letra. Letras sobre como agir perante a sociedade, sobre descobrir quem você realmente é.

Exemplo de letra realmente bem escrita é da faixa Orixás em fita (sobre o gênesis e o mito da criação), uma das melhores da banda. A letra, inspirada no livro Eram os Deuses Astronautas, fala sobre como uma elite mundial foi formada usando um mito sobre o divino para controlar a sociedade.

As primeiras reuniões e rabiscos de músicas da Enchente começaram em 2013. “Eu sentia uma necessidade gigante de falar sobre política, anarquismo e subversão. Acho que devo a criação da Enchente a todo o clima político e polarizado que eclodiu naquele ano. Mas começamos a ensaiar apenas no final de 2014, quando eu e o Marco estávamos trabalhando e morando juntos em um estúdio de música. Tínhamos tempo e estrutura para ensaiar e gravar”, Bruno Peres, vocalista da Enchente.

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Os gaúchos lançaram através do selo Umbaduba Records – selo na qual os integrantes são donos – seus dois trabalhos. Um EP de mesmo nome da banda com quatro faixas e o disco Errare Humanum Est, o melhor álbum de 2015.

Depois do lançamento do disco, em novembro de 2015, a banda fez uma tour em março de 2016 pela Argentina e lançou o single Tumultu, em agosto. Desde lá, a Enchente não produziu mais nada.

https://www.youtube.com/watch?v=b9WaZEdpYck

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“Eu particularmente quero um álbum novo. Tenho muita coisa escrita e quero gravar tudo. Cansei de cantar algo como se eu estivesse dando alguma verdade para as pessoas seguirem. Acho que o que está por vir é algo muito mais amplo e libertador. Realmente estou ansioso com tudo, mas não sei exatamente quais vão ser nossos próximos passos”, completa Bruno.

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