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Crédito: Leandro Asai / Divulgação

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The Parking Lots: todas as nuances do folk-punk em Something New

Depois de lançar dois singles, The Parking Lots – o duo folk-punk que nunca se encontrou pessoalmente – disponibiliza em primeira mão, no Blog n’ Roll, o EP Something New.

Além de ser o primeiro EP da dupla, esse registro é a primeira parte do LP virtual Something New Must Come Out of This, que sai em 2020 via Milo Recs.

Felipe Bueno (São Paulo/SP) e Heitor Lima (Goiânia/GO) dão continuidade ao projeto desenvolvido à distância com cinco músicas: Modern Revolutions e All The Things (que já tinham saído como singles), uma canção original e versões desconstruídas do Blind Pigs e Running Like Lions.

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É incrível notar a transformação que os dois dão aos sons de Something New. A versão de Victory, do Blind Pigs, consegue unir mundos aparentemente distantes como o punk e o sertanejo raiz.

A canção, inspirada na graphic novel V for Vendetta, foi lançada originalmente em 2000, no álbum The Punks Are Alright. Aqui, Felipe Bueno e Henrike Baliú (vocalista do Armada e ex-frontman do Blind Pigs) cantam juntos.

Comecei por Victory por me trazer uma memória afetiva, que provavelmente o Felipe Bueno não recorde. Justo na época em que a faixa foi lançada originalmente, o vocalista do The Parking Lots estava na linha de frente da banda Name It Yourself.

Origens

À época, lembro de tocar em São Paulo com minha antiga banda, o Gas Burner, e conhecer o pessoal do Name It Yourself. Eles faziam parte de um cenário efervescente, com várias bandas interessantes. Mike Get Out, Middlename, Miguelito Cochabamba, Randal Grave, Immodium, entre tantas outras da região metropolitana de São Paulo.

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A outra parceria de Something New é Rose Mystique, do Running Like Lions. Mesmo que mantenham uma linha mais folk ao longo do EP, Felipe e Heitor proporcionam arranjos distintos para cada faixa. Esse acaba sendo o grande lance do álbum, não soa repetitivo.

Modern Revolutions, que já havia sido lançada como single, por exemplo, me remete aos cariocas do Beach Lizards, banda que marcou época nos anos 1990. All The Things já conversa mais com sonoridades dos anos 1980. Mas sem perder a originalidade do Parking Lots.

Dear Brett (a Fictional Letter From Greg) é uma homenagem à dupla de compositores do Bad Religion, influência do duo. E, certamente, uma das faixas mais incríveis do EP.

O que mais me chama a atenção em Dear Brett é a transformação na qual a canção passa ao longo de pouco mais de três minutos. Começa como um country-punk, finaliza com um coro gospel. “There won’t be sorrow at all, all in all, the love you take is equal to the love you make“. Para um bom entendedor, a homenagem ao Bad Religion está bem escancarada.

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Vale destacar que Heitor e Felipe gravaram o EP em suas casas. O material foi mixado e masterizado por Francisco Arnozan no estúdio Resistência. Já a arte ficou a cargo de George Schall, quadrinista e ilustrador brasileiro radicado em Barcelona.

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