MARIO JORGE
No início dos anos 1980, uma banda canadense se fazia ouvir pelos roqueiros brasileiros. Era a Triumph, um power trio que, por um tempo, chegou a dividir a fama com os conterrâneos mais famosos, como o Rush, de Geddy Lee.
Formado em 1975 pelo baterista Gil Moore, o baixista e tecladista Mike Levine e o guitarrista e vocalista Rick Emmett, deu o pontapé inicial após uma maratona Jam Session. Daí, nascia o primeiro álbum apenas batizado como Triumph. Em 1977, veio o segundo álbum: Rock ‘N’ Roll Machine, algumas vezes trocando o N cercado de apóstrofe pelo & (comercial). Músicos virtuosos e altamente técnicos, atingiram uma sonoridade emblemática, digna de ganhar os quatro cantos do mundo.
Pois bem, o power trio, que soava meio progressivo também, conseguiu emplacar hits ou álbuns de sucesso, perfurando a camada resistente do outro lado das Niagara Falls. O que dizer de Allied Forces, um hard rock com a cara e o jeitão dos 80”s? Ou de Rocky Mountain Waye, batida rock/blues reforçada pelo vocal impecável de Gil Moore?
Aos poucos, com a notoriedade batendo às portas, o trio assinou com a RCA Records, um gol de placa para sua ascensão. De 1979 para cá, a carreira foi subindo degraus. Nesse ano, o álbum Just a Game teve grande repercussão comercial. Resultado: foram descolar posições conceituadas na mídia musical, como a Billboard. Enfim, os EUA e o Reino Unido passaram a conhecer Levine, Moore e Emmet.
Com o álbum Never Surrender, no início dos anos 1980, passou a ser respeitado com um dos grandes. Tanto que, em maio de 1983, integrou o Festival de San Bernardino, na Califórnia (EUA), que atraiu cerca de 500 mil pessoas. No palco, gigantes como Quiet Riot, Mötley Crüe, Ozzy Osbourne, Judas Priest, Scorpions e Van Halen. E vieram outros festivais.
Com o passar do tempo, o Triumph vinha se perdendo, curiosamente na mesma década em que despontaram para o mainstream. Com brigas internas e atritos com sua gravadora, discos com pouca aceitação na crítica, foi desandando, como se diz por aí. Emmet deixou a banda e apostou numa carreira solo irretocável, porém, quase imperceptível.
Oficialmente, a banda começou a dar os últimos suspiros com a saída de Emmet, em 1988. Ainda tentou-se recrutar um novo guitarrista, Phil X (Phillipe Xenidis). Com ele, foi lançado Edge of Excess, que patinou nas prateleiras. E chegava ao fim um promissor power trio, que se imaginava ter vida longa, a exemplo do Rush.
Entre 2007 e 2008, os integrantes originais voltaram a se reunir para eventos festivos e homenagens, como a inclusão da banda no Hall da Fama Canadense. Mas, não passaram disso. De qualquer forma, para quem não conhece, vale a pena dar uma pesquisada para se deleitar com o som do Triumph.