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Foto: Juan Pablo Mapeto / Divulgação

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Vanguart mergulha na obra de Bob Dylan em álbum novo

Quando surgiu, em meados da década passada, a banda cuiabana Vanguart chamava a atenção por trazer influências de nomes como Bob Dylan, Johnny Cash e Neil Young. Era um ponto fora da curva dentre os artistas que despontavam na década. Ao longo da trajetória, no entanto, flertou com outras sonoridades e experimentou um amadurecimento musical. O álbum Beijo Estranho, de 2017, é um bom exemplo disso.

Agora, 12 anos após o primeiro disco, a Vanguart retoma às origens homenageando um de seus grandes ídolos, Bob Dylan. Em Vanguart Sings Bob Dylan (Deck), Helio Flanders e companhia reúnem 16 composições clássicas do Prêmio Nobel de Literatura

Like A Rolling Stone, Blowin’ in the Wind, Hurricane, boa parte dos sucessos estão aqui. E referências pessoais para Flanders também

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“Quase vinte anos atrás, tive minha primeira desilusão amorosa. Na mesma semana, adquiri uma cópia de um disco do Bob Dylan para acompanhar aquele coração partido que eu carregava. O álbum era Blood On The Tracks. Aos soluços, nunca me esqueci de ouvir a primeira faixa. Das ironias da vida, esta mesma canção é Tangled Up In Blue, que abre o álbum lançado agora com minha banda”, comenta o vocalista.

Origem do projeto

Mesmo que tenha explorado novos sons, a Vanguart sempre manteve sua relação com Dylan intacta. E isso foi o que facilitou a gravação desse álbum. Anteriormente, eles já haviam participado do programa Versões, do Canal Bis, tocando sucessos do cantor. Além disso, trabalham com um show especial com faixas dele.

“Foi um convite do Rafael Ramos, produtor dos nossos últimos álbuns. Ele nos viu tocando Bob Dylan num programa do Bis e insistiu que deveríamos gravar. Às vezes precisamos de alguém para fechar isso. Não íamos compor um disco autoral naquele momento”. Helio Flanders, vocalista da Vanguart

O vocalista conta que ele e os parceiros de banda têm 30 músicas de Bob Dylan em seus repertórios, logo ir para o estúdio não seria algo tão difícil.

“Foi um processo bem orgânico, um disco bem solto, ao vivo no estúdio. Um retorno ao folk, nossa raiz. Nem nos distanciamos muito, mas experimentamos coisas novas nos últimos anos”.

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Curadoria do Vanguart

Sobre a curadoria das faixas, Flanders afirma que trabalhou com três critérios: afetivo, sucessos e pesquisa. “Blood On The Tracks é o meu disco favorito do Dylan. E as três primeiras canções estão no nosso álbum”.

Mas o músico conta que não poderia esquecer dos grandes hits do ícone do folk. “Temos que pensar que estamos apresentando Dylan para os fãs mais jovens do Vanguart. Então não tem como fugir de Blowin’ in the Wind e Like a Rolling Stone. Não queríamos tocar só lado B”.

I’ll Keep It With Mine conclui a trinca de critérios. Faixa jamais gravada por Dylan, ela aparece apenas em bootlegs. Mas foi a versão de Nico (The Velvet Underground), gravada no álbum Chelsea Girl, que despertou o interesse.

Questionado se esse projeto pode ser uma pista para o próximo trabalho autoral da banda, Flanders deixou a entender que Vanguart Sings Bob Dylan reaproximou o grupo de “uma linguagem muito familiar e afetiva”. 

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“A gente não trabalha com essa consciência autoral. Fazemos as coisas intuitivamente. As canções nascem de modo anterior ao gênero delas. Inevitavelmente teremos canções folk, mas vamos continuar experimentando coisas novas”.
Helio Flanders, vocalista da Vanguart

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