*Em tempos de discussões sobres questões como ambientalismo, veganismo e demarcação de terras dos povos nativos, o cantor, compositor e multi-instrumentista australiano Xavier Rudd veio ao Brasil, na última semana, com um misto de apresentação musical e militância sobre os desafios atuais a serem enfrentados no mundo.
“Acho que é algo positivo. Músicos podem espalhar suas mensagens. Eu não planejo fazer isso. Acontece de forma natural, porque escrevo e canto sobre o que amo. Eu amo a Terra, amo esse lugar e quero protegê-lo. Quando ouço alguém fazendo coisas boas para o planeta, eu fico feliz e espalho isso”, comentou o artista, que concedeu uma entrevista bem informal para o Blog n’ Roll.
Para Xavier Rudd, que se apresentou em Porto Alegre, Curitiba e São Paulo, essa ligação com temas tão pertinentes é algo necessário.
“Isso nasceu comigo. Eu tenho sangue indígena do lado do meu pai e isso nasceu em mim. Cresci em uma cidade pequena, onde não tinha muito o que fazer, então ficava do lado de fora de casa, na natureza, não tinha outras distrações. Então fazia minha diversão do lado de fora, com os pássaros, o oceano, entende? Sempre foi assim”, justifica o músico.
Apesar de ter um som que transita entre o pop e o folk, Rudd também conversa bem com sonoridade na linha de Jack Johnson. Um dos seus diferenciais está na utilização de instrumentos indígenas.
“É diferente para muitas pessoas, porque elas não ouviram isso antes. Com certeza faz com que elas gostem. O espírito do meu país e suas origens são muito fortes, então, acho que isso bate forte nas pessoas”.
Popularidade maior com Storm Boy
O álbum mais recente de Rudd, Storm Boy, lançado em 2018, ajudou o músico a alcançar bons números no streaming. Além disso, ampliou ainda mais o alcance do som, antes muito restrito no Canadá, Austrália e Estados Unidos.
“Acho que estamos sempre crescendo e evoluindo. Estamos sempre aprendendo e experimentando coisas novas, emoções, criando novas músicas. Nós temos nosso melhor momento algum dia? É difícil saber. Não penso dessa forma. Eu só sigo minha jornada e a respeito. A música flui sobre mim em tempos diferentes, mas é sempre diferente”.
Apaixonado pelo Brasil, o australiano conta que se sente atraído pelas pessoas. “Elas são alegres e apaixonadas. Isso é muito legal”.
Além disso, revela uma intimidade com um instrumento bem característico do nosso País. “Meu irmão toca a guitarra brasileira de sete cordas, então ele vem bastante para cá, para aprender a tocar”.
*Texto por Lucas Krempel e Caíque Stiva