Após o lançamento do segundo álbum, quase todas as bandas passam por dificuldades, tendo que se esforçar para criar um novo material. Com o Queen foi totalmente diferente. Com o lançamento de seu primeiro álbum, em 1973, o grupo já sentia ansioso para lançar o segundo, antes mesmo de estar com as músicas fincadas no vinil.
Um mês após a estreia, o grupo já estava enfiado dentro do Trident Studios, armados com um acordo de gerenciamento que lhes permitia acesso a tudo que era possível. Assim, tiveram mais foco e ambição artística para conseguir realizar as músicas que compunham o Queen II. O quarteto ampliou o seu alcance de som enquanto afiava os ganchos de posição.
O resultado final foi um conjunto de 11 músicas: White Side, escrito por Brian May e Black Side, composto por Freddie Mercury, que teriam suas letras e sonoridade evoluídas e esotéricas como Ogre Battle, The Fairy Feller’s Master Stroke e adicionaram uma profundidade literária com fantasia, somado aos riffs pesados, dando para alguns a opinião de ser o início do chamado ProtoPunk.
Inicialmente, os críticos não aceitaram o novo som do Queen, mesmo tendo sido mais gentil em relação ao que foi escrito sobre o primeiro álbum da banda. O que atrasou um pouco a banda foi Brian May durante a turnê, desistindo de 41 shows da Queen II Tour, devido a uma hepatite.
Sobre as faixas:
- Procession
Uma faixa instrumental, estilo tétrica, realizada por Brian May com o The Deacy, amplificador criado por John Deacon.
- Father To Son
A canção foi escrita por May e seus multi-canais para a guitarra e o The Deacy novamente. Foi escrita na perspectiva de um pai falando ou pensando sobre o filho. A música foi retirada do setlist dos shows em 1975
- White Queen (As It Began)
A música White Queen faz sua composição girar em torno do acústico e do heavy metal.
- Some Day One Day
Some Day One Day marca o Queen como a primeira música cantada pelo guitarrista. May toca o violão, a guitara elétrica e o último solo de guitarra com três guitarras solos (!!!!).
- The Loser In The End
A única contribuição de Roger Taylor para o álbum, tanto como compositor quando como vocalista.
- Ogre Battle
O ponto alto do álbum fica por conta de Ogre Battle, que inicia com um riff de guitarra seguido pelos gritos agudos característicos de Freddie e com um gongo ao contrário, dando a impressão de som de ondas. A música já havia saído do papel durante o primeiro álbum, porém a banda resolveu esperar o momento certo para fazê-la corretamente e com mais liberdade no estúdio.
- The Fairy Feller’s Master-Stroke
A inspiração desta música veio da obra de mesmo nome, pintada por Richard Dadd. Para a gravação, Mercury tocou piano e cravo. A letra medieval é baseada na fantasia, fazendo referência aos personagens da pintura, como Queen Mab, Waggoner Will, Tatterdemalion e outros. Freddie, sempre que sobrava tempo para a banda, arrastava-os para o London’s Tate Gallery, onde a pintura continua até hoje.
- Nevermore
A faixa anterior se liga com Nevermore, pelos vocais de Brian, Freddie e Roger, já seguindo o piano tocado pelo vocalista. Os efeitos, que ainda há suspeita por alguns de terem sido usados sintetizadores, na verdade foi feito por alguém arrancando as cordas do piano.
- The March Of The Black Queen
Composta em 1973, a faixa quase nunca a tocou ao vivo por utilizar a polirritmia (duas diferentes assinaturas de tempo simultaneamente), como em Bohemian Rhapsody. A música continua na faixa seguinte, terminando em uma nota progressiva ascendente.
- Funny How Love Is
Produzida pela técnica Parede de Som, a música foi criada no estúdio. Infelizmente, nunca tocada ao vivo também pelas exigências vocais de alta tonalidade de Mercury.
- Seven Seas Of Rhye
No primeiro álbum, a faixa havia sido lançada como instrumental, mas o Queen insistiu nela até ser finalizada por completo, o que resultou em algo surpreendente. A letra fala sobre um mundo de fantasia chamado Rhye, que também é mencionado no próximo álbum, Sheer Heart Attack, na canção Lily Of The Valley. Se tornou um dos momentos favoritos dos shows.