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Entrevista | Illusionize – “Descobri que, se eu quiser, posso lançar um álbum a cada ano”

Foto: Divulgação / Lollapalooza

Chama a atenção entre os DJs nacionais escalados no Lolla, o início precoce deles na música. Normalmente começam com 13, 14 ou 15 anos. Com o goiano Pedro Mendes, o Illusionize, atração do segundo dia do festival e um dos nomes mais empolgantes na atualidade, não foi diferente.

“Meus primeiros passos na música começaram na escola, dançando catira aos 6 anos de idade. Anos depois, comecei a cantar em sala de aula e quando completei 12 anos, comecei a ouvir hip hop. Assistia muitos clipes de rappers famosos da época. Do hip hop fui para a música eletrônica, quase um ano depois. Aos 13 anos, me envolvi com ela e já aos 15, comecei a ser DJ”.

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Goiás sempre foi muito associado ao sertanejo. No underground, o stoner rock, indie e o punk também tiveram representantes marcantes. Questionado se chegou a flertar com o sertanejo em algum momento, Illusionize se mostrou respeitoso, mas afastou essa possibilidade.

“Sinceramente, nunca pensei em trabalhar com música sertaneja. De qualquer forma, respeito todos os gêneros musicais. Há espaço para todos os artistas”.

Uma característica interessante dos DJs brasileiros é o alcance deles no exterior. Illusionize, assim como outros artistas presentes no lineup do Lolla, já possui vasta experiência fora do Brasil.

“O DJ brasileiro está acostumado a lidar com uma audiência que não só dança como também grita, pula e se expressa conforme as músicas vão passando. Então ele está acostumado a ter uma leitura nítida da pista. Lá fora, tudo depende muito da pista, do público. Por exemplo, os shows que toquei na África, foram exatamente iguais ao que eu toco no Brasil, só mudou a língua”, comenta o goiano.

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Crédito: Alechandre Palermo

Mas nem sempre as experiências são idênticas ao Brasil. Quando se apresentou no Holy Ship, na Flórida, Illusionize notou uma diferença de comportamento dos fãs.

“O Holy Ship foi um pouco peculiar em relação à reação do público. Por exemplo, percebi que a galera de lá dança mais e grita menos. Na hora do meu set, consegui animar a galera a se jogar, para gritar mesmo, porém é muito mais dançante do que “gritante”. Essa foi uma pequena diferença que percebi, mas em termos gerais, é muito parecido. E sendo realista, vamos assumir, brasileiro é diferente, fora da caixinha”.

Comemorando dez anos de carreira, Illusionize lançou o disco X, que deve marcar presença no repertório em Interlagos. A ideia não era fazer um álbum para celebrar a data, mas o goiano pensou bem e não quis deixar a marca passar em branco.

“No ano passado, havia lançado o Brotherhood, então não esperava outro álbum logo na sequência. Porém fui percebendo que já possuía algumas músicas e que se me esforçasse, conseguiria apresentar no material dez faixas. Esse processo me surpreendeu, e descobri que, se eu quiser, posso lançar um álbum a cada ano”.

A divulgação de X teve início com a revelação de quatro singles em sequência: Down, Here We Go, Eruption e What’s UP. Em cada uma delas, o DJ apresentava um enigma nas capas.

“Conforme fui soltando as faixas, as pessoas foram percebendo que havia algo a mais e, ao final dos quatro lançamentos, o quebra-cabeça formava a capa do X. Para mim, foi interessante ver que o público, mesmo sem eu ter mencionado nada, foi percebendo que algo estava por vir”.

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O cuidado de Illusionize com X chama a atenção. O DJ não ficou restrito apenas ao som, quis proporcionar uma experiência ainda mais completa para os fãs.

“Queria uma capa que representasse o universo. Após passar um bom tempo tentando criar no computador, me lembrei que o Renan Tavares, meu amigo e manager, pintava. Sugeri de pintarmos a capa. Sendo assim, consegui participar de todo o processo criativo, tanto nas produções musicais, quanto nas artes visuais. Foi uma forma que encontrei de mostrar a minha essência adquirida ao longo desses dez anos de carreira. Fiquei muito feliz com o resultado”.

Crédito: Alechandre Palermo

Há quase dois anos, o DJ resolveu ampliar sua participação e importância no cenário eletrônico. Foi quando criou o selo Elevation, com o objetivo de divulgar novos produtores pelo Brasil. O trabalho vem colhendo frutos interessantes. Nomes como Dakar, Victor Lou, WOAK, Breaking Beattz, LOthief, Paskal, Lustful Minds, Kubi, Visage Music, Loudtech e Young GG integram o cast dele.

“Recebemos um grande volume de material. Dedico um tempo especial para avaliação desses materiais, mas também tenho uma equipe que me ajuda nesta demanda. Acredito que revelaremos muitos artistas. Talento é o que não falta por aqui”, justifica.

Lembranças do Lolla

O goiano é figura conhecida do público que acompanha os shows de música eletrônica no Lollapalooza. Esta será a segunda participação dele. A primeira foi em 2017, quando se apresentou no mesmo dia que Martin Garrix, Chemical Surf e Flume.

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“Lembro que a minha apresentação foi no começo da tarde e, apesar do sol, tinha muita gente curtindo o show. Nunca cheguei a ir numa edição do Lollapalooza fora do Brasil, mas na última edição que toquei aqui, consegui viver um pouco a experiência do evento como público, após a minha apresentação. Curti bastante”.

Para a atual edição, Illusionize espera assistir a dois artistas que estão em evidência, além de conversarem com o gênero que marcou sua adolescência e segue influenciando até hoje. “Estou animado para assistir ao show do Kendrick Lamar. Admiro muito o trabalho dele e em como ele se esforçou para chegar onde está. Outro artista que tenho ouvido recentemente e que gostaria de assistir é o Post Malone”.

Falando sobre o próprio show, o DJ promete uma atenção especial para o disco comemorativo. “O público poderá presenciar boa parte da essência do álbum X. A proposta do meu show é ir além do som. Priorizamos a experiência de quem participa, tanto em termos da energia, quanto em relação às artes visuais. É um show inovador! Hoje, o show é completo, cada parte da equipe cuida de uma parte da experiência, que é completamente nova”.

E os planos do goiano não param por aí. Logo após o Lolla, ele já tem outros projetos em mente. “Ainda no primeiro semestre teremos um lançamento tão importante como o X. Será uma canção que considero ser uma das melhores que já fiz e está prevista para sair por uma grande gravadora internacional. Estou bastante empolgado! Aguardem”.

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Serviço

A oitava edição do Lollapalooza Brasil contará com os headliners Arctic Monkeys, Tribalistas, Sam Smith e Tiësto, no dia 5 de abril; Kings of Leon, Post Malone, Lenny Kravitz e Steve Aoki, no dia 6 de abril; Kendrick Lamar, TWENTY ØNE PILØTS e Dimitri Vegas & Like Mike no dia 7 de abril.

As entradas para o Lollapalooza Brasil 2019 podem ser adquiridas pelo site oficial do evento, bilheteria oficial (sem taxa de conveniência – Credicard Hall, em São Paulo) e nos pontos de venda exclusivos: Km de Vantagens Hall Rio de Janeiro e Km de Vantagens Hall Belo Horizonte.

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