Coala Festival anuncia show Marcos Valle 80 anos com Joyce Moreno e Céu

A bossa nova, o pop, o samba e, mais do que tudo, a inventividade nesses e em outros gêneros musicais brasileiros pedem passagem para mais um anúncio do Coala Festival: em um show celebrativo de 80 anos, sendo 60 anos de carreira, Marcos Valle foi confirmado para o line-up da edição 2023, dividindo o palco com Joyce Moreno e Céu. Um dos maiores compositores do país, de hits como Bye Bye Tristeza e Viola Enluarada, e também consagrado como intérprete, arranjador e instrumentista, Marcos Valle prepara um show especial para o festival, revisitando os sucessos que não só contemplam a trajetória dele na história da música – o que o Coala aprecia demais! – como apontam para as influências que permeiam artistas de diferentes gerações, e que também estarão presentes na programação dos dias 15, 16 e 17 de setembro, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Com as participações especiais de Joyce Moreno e Céu, o show é mais um dos encontros musicais de impacto proporcionados pelo Coala Festival, que também terá BaianaSystem + Olodum (OlodumBaiana) – projeto que une o poder percussivo dos grupos, se apresentando pela primeira vez em São Paulo –, a inédita parceria de Marina Lima e Fernanda Abreu; Martinho da Vila e João Donato; Angela Ro Ro e Letrux; Fafá de Belém convida Johnny Hooker; Suraras do Tapajós e Lucas Estrela. O festival ainda tem a banda paulistana Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo no line-up e apresenta um espetáculo exclusivo de Baby do Brasil, Pepeu Gomes e Paulinho Boca de Cantor no marco de 50 anos dos Novos Baianos. Nesta edição, prevalece a diversidade geográfica e geracional que celebra a música brasileira em sua variedade. Os ingressos estão disponíveis e mais atrações serão anunciadas. “Após 60 anos de carreira, valorizo cada vez mais estar nos palcos, gravar novos projetos, rodar o mundo inteiro para tocar. Isso é minha vida. E tenho certeza que o Coala vai ser mais uma experiência maravilhosa, ainda mais porque estarei com pessoas que admiro pela musicalidade e pelo talento, que é o caso da Joyce e da Céu”, comenta Marcos Valle. Ele diz que, além de se manter energizado por essas parcerias, também se recarrega ao ver como é uma influência para novos artistas. “Saber desse interesse dos grupos jovens, de outras gerações, tanto do Brasil quanto do exterior, pela minha música me dá uma alegria e uma grande energia. Adoro trabalhar com eles. Eu gosto do novo”, completa o artista. Marcos Valle e Joyce Moreno já escreveram vários capítulos do enredo da canção brasileira, inclusive com confluências artísticas ao longo da carreira dos dois. No ano passado, se uniram em um momento de dor para lançar A chuva sem Gal, música em despedida a Gal Costa, que, por sua vez, faz parte da história do Coala Festival por ter feito seu último show na edição do ano passado. Para Joyce, a celebração, que acontece no dia 17 de setembro (domingo), tem um tom de amizade e admiração. “Conheço Marcos desde o início da minha carreira, sempre fomos muito amigos, muito próximos. Inclusive no meu primeiríssimo álbum já tinha uma música dele, parceria com Ruy Guerra. Depois, já nos anos 1990, nossas músicas foram descobertas por DJs de Londres, e começamos a tocar ao mesmo tempo nas pistas de dança da Europa e do Japão. Acho que temos em comum um gosto pelo suingue, embora tenhamos algumas baladas nas nossas parcerias também. Também gostamos de harmonia, dos acordes bons. Temos muitas afinidades, então, vai ser um encontro bem feliz!”, diz a artista. A cantora paulistana Céu se une, então, a uma dupla de amigos que celebram a música e o legado que mantém na cultura do Brasil. O Coala Festival 2023 tem patrocínio da Natura. A cerveja oficial do evento é Amstel e o apoio é de Jameson e Chilli Beans. Como media partner, Rádio Eldorado FM 107.3. O apoio cultural é do Memorial e do Governo do Estado de São Paulo. Confira o line-up já anunciado, a seguir: 15 de setembro (sexta-feira)Fafá de Belém com part. Johnny HookerFBCOlodumBaianaPéricles 16 de setembro (sábado)João Donato e Martinho da VilaNovos Baianos 50 anosSimoneSuraras do Tapajós com part. Lucas Estrela 17 de setembro (domingo)Angela Ro Ro e LetruxMarcos Valle, Joyce Moreno e CéuMarina Lima e Fernanda AbreuSophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo ServiçoCoala Festival 2023Datas: 15, 16 e 17 de setembro de 2023Local: Memorial da América LatinaEndereço: Av. Mário de Andrade, 664 – Barra Funda, São Paulo Ingressos Passe Coalático (entrada para os três dias de festival) | R$ 510,00Mini Passe Coalático (entrada para dois dias combinados) | R$ 340,00Inteira (entrada para um dia) – Lote 2 | R$ 330,00Solidária (entrada para um dia) – Lote 2 | R$ 255,00Meia-entrada (entrada para um dia) – Lote 2 | R$ 166,00Site de venda: Total Acesso
Prestes a fazer 80 anos, Gilberto Gil emociona fãs no MITA Festival

Gilberto Gil completará 80 anos no próximo mês. Neste sábado (14), ele deu mais uma amostra de que está muito longe de parar. O baiano expoente da Tropicália ofertou um show digno de headliner no fim da tarde do primeiro dia do MITA Festival, na Spark Arena, em São Paulo. Sempre muito simpático na hora de se direcionar aos fãs, antes da apresentação, Gil agradeceu a platéia e a organização do festival. O público não deixou por menos e o saudou de forma calorosa. O lendário músico brasileiro trouxe algumas faixas de seu extenso repertório autoral, como Expresso 2222, mas a apresentação ficou marcada por covers… Gil trouxe logo de início Upa, Neguinho, de Edu Lobo. Logo depois, emendou com É Luxo Só, de Ary Barroso. Mas o destaque ficou com a versão de I Say a Little Prayer, cantado pela neta do artista, Flor Gil. Ao término da canção, a jovem se emocionou depois do público inflamar. De acordo com Gilberto, essa foi a primeira vez da jovem em um festival. E por falar na recepção do público, os fãs contribuíram muito para a sequência do show. Acompanharam Gil de forma bastante empolgada em boa parte da apresentação, cantando os sucessos com muito entusiasmo. Flor ainda voltou para performar No Norte da Saudade e Andar com fé, escritas e consagradas pelo avô. Ainda teve tempo para o artista trazer Aquele Abraço. Aqui, aliás, ele sambou no palco, o que levou os fãs ao delírio. No refrão, Gil lembrou dos quatro clubes grandes do Estado. “Alô torcida do Corinthians, do São Paulo, do Santos e do Palmeiras“. Cover de Bob Marley e filha no palco de Gilberto Gil A canção que encerrou a seleção de covers foi Stir It Up, de Bob Marley & The Wailers. Por fim, a filha de Gilberto Gil, Bela Gil também subiu ao palco para ser voz de apoio em Madalena e Toda Menina Baiana. Em resumo, quem foi ao Spark Arena viu mais um capítulo importante na história desse patrimônio cultural do Brasil: Gilberto Gil merece todo carinho e respeito dos fãs. Emocionante!
Gilberto Gil e Caetano Veloso são homenageados no Som das Palafitas

Após a etapa regional, o Instituto Arte no Dique abre neste fim de semana a fase nacional do festival O Som das Palafitas. Gilberto Gil e Caetano Veloso serão homenageados pelos seus filhos, Zezé Motta, Paulinho Moska, João Donato, Eduardo Dussek, Margareth Menezes e Armandinho Macedo. A programação completa será online, gratuita e antecipa celebração de 80 anos de vida destes dois grandes nomes da música popular brasileira. Para assistir, fique de olho no YouTube do Arte no Dique. “Essa edição do Festival O Som das Palafitas se estenderá entre 2021 e 2022, ao estilo das temporadas de futebol europeias. E decidimos sair na frente na homenagem a esses gigantes da MPB”, destaca José Virgílio. Programação completa do Som das Palafitas 6 de novembro, 20h – Moreno Veloso 13 de novembro, 20h – Bem Gil 20 de novembro, 20h – Armandinho Macêdo, Marco Lobo & YacoceSimões: Retocando Gil e Caetano 27 de novembro, 20h – Margareth Menezes 4 de dezembro, 20h – Os Gilsons 11 de dezembro, 20h – João Donato 18 de dezembro, 20h – Zezé Motta 8 de janeiro, 20h – Eduardo Dussek 15 de janeiro, 20h – Paulinho Moska
Com álbum previsto para novembro, Ney Matogrosso lança EP no dia de seu aniversário

Ney Matogrosso comemora 80 anos com o lançamento de um EP prévia do novo álbum Até pelo menos meados dos 1980, era hábito entre os artistas da música brasileira reservar um período do ano para percorrer, cidade por cidade, todo o interior de São Paulo. Cantor, músicos e equipe técnica entravam em um ônibus e passavam um mês dentro dele, algumas vezes até mais do que isso. Estacionavam de manhã na primeira cidade, a equipe ia direto para o teatro montar cenário e equipamento, passavam o som à tarde, o show acontecia à noite. Público saciado, iam para o hotel dormir. De manhã, entravam de novo no ônibus rumo à próxima parada. A imagem é mais ou menos aquela, muito clássica, que vemos em filmes sobre o período dourado da música – e que gerou a expressão “na estrada”, de tom tão poético que é usada até hoje, quando as turnês são quase sempre aéreas. Canção de Caetano Veloso lançada no LP Outras Palavras (1981), Nu Com a Minha Música é um registro fiel daquelas viagens pelo interior paulista, um retrato de força visual tão potente que quase transforma som em cinema e nos carrega junto na viagem. EP de Ney Matogrosso chega com quatro faixas Hoje, todavia, 40 anos depois, Nu Com a Minha Música se torna o nome do novo trabalho de Ney Matogrosso, que é entregue ao público em duas etapas. Posteriormente, um álbum completo, de 12 faixas, com lançamento marcado para novembro. Mas antes, neste domingo (1º), mesmo dia em que o artista completa 80 anos, chega às plataformas de música um EP homônimo antecipando um terço de suas faixas. Concebido por Ney Matogrosso durante a pandemia, o projeto tem produção musical dividida entre quatro nomes com quem o intérprete vem trabalhando nos últimos tempos: Sacha Amback, Marcello Gonçalves, Ricardo Silveira e Leandro Braga. Cada produtor usa formações e bandas diferentes. Ney tem nítidas as memórias de estrada que Caetano descreve tão bem. Lembra especialmente da turnê do LP Bandido (1976), nos primeiros anos de sua carreira solo, quando percorreu justamente esse circuito pelo interior paulista. Na nova gravação, a canção ganha divisão rítmica mais acelerada sob a produção de Marcello Gonçalves. Marcello toca o violão de sete cordas e assina o arranjo, que conta com Anat Cohen (clarinete), Marc Kakon (bouzouki) e Joca Perpignan (percussão). Em resumo, todo o repertório do álbum foi pinçado em um baú especialíssimo, que Ney cultiva desde sempre. Ademais, vale destacar que são músicas que o artista conheceu na voz de outros intérpretes e que o atingiram de imediato, não fazendo diferença se tenham vindo do repertório anos 1960 da Jovem Guarda ou do álbum mais recente de um compositor da novíssima geração. Canções guardadas no baú por décadas Em alguns casos, a canção pode ficar guardada no baú por décadas até que chegue o momento ideal de ser incluída em um álbum ou um show. O importante é que, quando regravada, ela ajude a fundamentar o texto, o discurso, o roteiro planejado por Ney para aquele trabalho específico. O álbum Nu Com a Minha Música, portanto, pode ser compreendido também como um álbum de memórias – bem antigas e muito recentes – a formar um quadro muito contemporâneo. Peças recolhidas “na estrada, embaixo do céu” nesses 50 anos de carreira musical de Ney Matogrosso, mas que, no roteiro imaginado pelo artista, fazem muito mais sentido hoje do que poderiam fazer em qualquer outro tempo. Com arranjo de piano e violoncelo criado por Sacha Amback, Mi Unicornio Azul revela-se absolutamente atual, sobretudo pelo discurso. A música foi escrita por Silvio Rodríguez em 1982 e lançada no álbum En Vivo, que o autor dividiu no mesmo ano com Pablo Milanés – como ele, um expoente da Nova Trova Cubana. Os versos aparentemente surrealistas parecem ocultar uma mensagem homoerótica, de um amor vivido (e proibido) entre dois homens, algo impensável em Cuba e naquele período. O unicórnio, como se sabe, é um símbolo ligado ao imaginário gay. Ney ouviu a canção ainda no início dos anos 1980, ao vivo, em uma apresentação de Rodríguez e Milanés no Canecão, no Rio. Novo EP de Ney Matogrosso tem sons “recentes” Três décadas mais nova é Se Não For Amor, Eu Cegue. Ney Matogrosso conheceu essa parceria de Lenine e Lula Queiroga em Angra dos Reis, na casa de José Maurício Machline. O empresário costuma receber seus convidados para festas animadas, sempre com muita música. Em algum momento da tarde, no entanto, o shuffle do som os levou à gravação original de Lenine, lançada no álbum Chão (2011). Por fim, Ney teve que interromper os passos de dança do anfitrião: “Zé, que música é essa? Ele está dizendo ‘se não for amor, eu cegue’? É isso mesmo? Quero gravar isso”. Mais uma para o baú que viria à tona agora. O arranjo que Ricardo Silveira preparou para a versão de Ney Matogrosso tem Renato Neto no piano, Claudio Infante na bateria, Zero na percussão e Liminha no baixo. Contudo, a mais antiga entre as quatro faixas do EP é também a mais conhecida. Com letra de Paulo Coelho, Gita é um clássico absoluto do repertório de Raul Seixas. Aliás, o clima épico da versão original é mantido aqui, sob a produção de Leandro Braga, que também toca o piano. Leandro criou um grandioso arranjo de sopros e cordas. Aliás, Ney manteve inclusive a fala de Raul na introdução: “Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando/ Foi justamente num sonho que Ele me falou”. Parceria com Raul Vale lembrar, Ney Matogrosso já tem um belíssimo histórico como intérprete de Raul. Anteriormente, em 1977, quando selecionava repertório para o LP Pecado, Ney procurou o Maluco Beleza em busca de novidades. Como resultado, acabou regravando Metamorfose Ambulante – e sua versão é tão ou mais representativa do que a do próprio autor. Logo em seguida, Raul foi atrás de Ney, levando na sacola uma demo de Mata Virgem. A música entraria, poucos anos depois,
Pelé 80 anos: Rodrigo y Gabriela lançam single com o Rei do Futebol

Rei do Futebol, Pelé sempre foi louco por música e composição, mas nunca falava sobre isso. Diz ele, porque “não queria que o público fizesse a comparação entre Pelé compositor e Pelé futebolista. Isso teria sido uma grande injustiça – no futebol, meu talento foi um presente de Deus, a música é apenas para me divertir”. Hoje, aniversário de 80 anos do maior atleta do século 20, Rodrigo y Gabriela apresentam o single Acredita no Véio (Listen to the Old Man). A surpresa, no entanto, é a participação do próprio Pelé. Sobre a parceira, Rodrigo y Gabriela acrescentam: “somos ambos grandes fãs de futebol. Quando crescemos na Cidade do México, ouvimos muitas histórias sobre Pelé e a lendária Seleção Brasileira que triunfou na Copa do Mundo de 1970 em nossa terra natal. Imagine nossa surpresa e alegria ao descobrir que Pelé não só é o maior jogador de futebol de todos os tempos, mas também é um cantor e compositor muito talentoso? É uma grande honra para nós colaborar com Pelé por ocasião do seu 80º aniversário”. Essa música começou quando Rodrigo y Gabriela foram convidados pelo produtor mexicano Jorge Berlanga para contribuir com uma canção para um tributo a Armando Manzanero. Paixão pelo futebol e Pelé Ao descobrir que Rod & Gab são fanáticos por futebol, Jorge comentou que era um bom amigo do Rei, e perguntou se eles teriam interesse em trabalhar em uma música juntos. Rapidamente a música fluía entre São Paulo e Ixtapa, no México. Acredita no Véio foi escrita originalmente por Pelé em 2005, quando trabalhava com sua parceira regular, a jazzista e arranjadora brasileira Ruria Duprat. Ela é mais conhecida por seu trabalho com as estrelas do jazz Diana Krall, Randy Brecker e Ron Carter. Sobre a própria música, o Rei mandou o recado pela assessoria de imprensa: “escrevi essa porque quando jogava no Santos, o treinador falava que quando a gente perdia era nossa culpa, mas quando ganhávamos era a macumba que ajudou. A música brinca com isso – é claro, macumba não ganha nenhum jogo”.
80 anos de John Lennon: 36 canções remixadas são lançadas

No aniversário de 80 anos de John Lennon, uma coleção de algumas das canções mais vitais foi disponibilizada em todas as plataformas. Com produção executiva de Yoko Ono Lennon e produção de Sean Ono Lennon, Gimme Some Truth conta com 36 músicas, escolhidas a dedo. Em resumo, elas foram totalmente remixadas do zero, atualizando radicalmente sua qualidade sonora e apresentando-as como uma audição definitiva nunca antes ouvidas. Em tudo o que fez, Lennon falou sua verdade e questionou a verdade. Um artista incomparável e intransigente que se esforçou pela honestidade e franqueza em sua música, ele desnudou seu coração, mente e alma em suas canções. Acreditando que a única qualidade exigida de si mesmo como artista era ser completamente honesto, ele não disfarçou o que tinha a dizer ou ajustou suas mensagens para ficarem mais de acordo com o que achava que os outros achavam que deveriam ser. Amor, desgosto, paz, política, verdade, mentiras, mídia, racismo, feminismo, religião, bem-estar mental, casamento, paternidade – ele cantou sobre tudo. Em suma, basta ouvir as músicas de John Lennon para saber como ele se sentia, o que amava, em que acreditava e o que defendia.
Ringo Starr fará live para comemorar seus 80 anos

Ex-baterista do quarteto mais famoso do mundo, Ringo Starr celebra na próxima terça (7) 80 anos de vida. Por conta do coronavírus, ele mesmo disse que não poderá “fazer um brunch para 100 pessoas”. Dessa forma, para comemorar, o Beatle fará uma live, que conta com convidados como Paul McCartney, Sheryl Crow, Ben Harper e muito mais. A transmissão foi batizada de Ringo’s Big Birthday Show, que em português é Grande Show de Aniversário do Ringo. Você pode assistir aos shows a partir das 21h, horário de Brasília, no canal do YouTube de Ringo Starr. Além dos shows, a live também vai arrecadar fundos para as instituições Black Lives Matter, The David Lynch Foundation, MusiCares e Water Aid. Juntamente com isso, também vai rolar uma versão nova e especial de Give More Love, lançada por Ringo Starr em 2017. Por fim, o músico pediu aos seus fãs que usem a hashtag #peaceandlove, uma marca bem registrada do artista, para divulgação da live. No mais, fica aqui o convite, cheio de emojis, para celebrar os 80 anos de Ringo Starr no YouTube:
Entrevista | Martinho da Vila – “Sempre fui muito livre nas gravadoras”

Aos 80 anos, o sambista carioca Martinho da Vila demonstra um fôlego capaz de dar inveja em qualquer artista na faixa etária entre 20 e 30 anos. Prova disso foi dada na última sexta-feira, quando ele lançou o seu segundo disco no ano, Bandeira da Fé (Sony Music). Você consegue listar alguém que alcançou essa proeza no Brasil, nos últimos 20 anos? Se isso não bastasse, ele ainda segue ativo com a sua carreira como escritor e militante na política. E o melhor de tudo: não parou com nenhum dos seus hábitos. “Eu sempre fui muito livre nas gravadoras, não tinha obrigação de lançar discos, essas coisas. Gravava um disco e pensava em dar um tempo, descansar, mas surgia uma ideia, ia para o estúdio e gravava outro”, comentou o músico, que concedeu entrevista para A Tribuna via telefone. Bandeira da Fé é o seu 48o álbum oficial em 50 anos de carreira. Alguns jornais chegaram a cravar que é a aposentadoria do sambista, mas ele rechaça essa possibilidade. “Falei isso no anterior (Alô, Vila Isabeeel!), mas lancei outro agora. A única coisa que disse é que esse pode ser o último disco, mas vou continuar gravando e lançando minhas músicas. Gravo uma ou duas, lanço na web, nas redes sociais. Mas se aparecer uma ideia redonda, aí será no LP”. A ideia redonda a qual Martinho se refere é bem nítida no novo trabalho. Em 12 faixas, ele exalta a negritude, samba, Carnaval e a mulher. Questionado se as discussões atuais, principalmente durante o período eleitoral, pesaram nas composições, declarou que não. “Engraçado, comecei a fazer esse disco e não pensei nessas coisas. Estava apenas querendo falar sobre as coisas de que gosto, mas ficou bem atual”. Quem acompanha a trajetória de Martinho sabe que uma das características de suas obras são as participações especiais, quase sempre surpreendentes. Em Bandeira da Fé, além de três dos seus oito filhos (Mart’nália, Tunico Ferreira e Juju Ferreirah), o sambista recebe Rappin’Hood e a jornalista Glória Maria, da Rede Glo-bo, na faixa Ser Mulher. “A música com o Rappin’ Hood (O Sonho Continua), nós tínhamos feito para o disco dele, mas ele demorou, não gravou, aí falei que ia gravar. Ele pediu para atualizarmos e depois gravamos juntos”,diz. “Para falar da mulher tinha que ser alguém para falar de tudo. A Glória representa isso”. Ser Mulher, por sinal, parece até um pedido de desculpa para o único arrependimento de Martinho em sua carreira. Ao questionar se ele voltaria atrás de alguma parceria, letra ou mesmo disco, a resposta dele evidenciou isso. “Tem uma música que se chama Você Não Passa de Uma Mulher (do disco Maravilha de Cenário, de 1975). Eu trocaria o trecho não passa. A ideia que eu queria passar é que ela poderia fazer as coisas, mas não poderia esquecer que era uma mulher. Mas esse “não passa” é muito agressivo, não quero isso. E não é uma questão de sofrer críticas, é minha consciência mesmo. Naquela época não pensei nisso, mas hoje jamais colocaria esse nome”. Humilde, Martinho não gosta de falar sobre o seu legado ou avaliar os seus trabalhos. Ele segue a linha de tirar as ideias do papel e gravar. “Isso é coisa para jornalista. Quero apenas fazer o meu trabalho”, comentou, aos risos. Mas quando o assunto é novos representantes do samba, ele não titubeia, indica os mais promissores e mostra o que pode ser melhorado. “O Diogo Nogueira é um cara muito bom, está avançando na carreira. Ele começou fazendo as coisas do pai, até igual, mas está ganhando personalidade. Ainda tem muito a crescer. Gosto bastante de uma turma nova também, como o Moyseis Marques, Mart’nália e Ana Costa”. Martinho, que não foge de nenhuma pergunta e nunca coloca condições para uma entrevista (algo raro em artistas consagrados), garante que segue com a mesma vida de anos atrás. Bebe um bom vinho socialmente, fuma o seu cigarro e não tem restrição médica alguma. Prova dessa disposição ele deu até o ano passado, quando concluiu o terceiro ano de Relações Internacionais na faculdade. “Desde o início, minha ideia era adquirir conhecimento apenas. O quarto ano é para os jovens que querem ser diplomatas, mas esse não era o meu caso. Alcancei os meus objetivos”. Perguntado o que a experiência na faculdade poderia ajudar no combate à intolerância no mundo, respondeu na lata: “Diplomacia! A única coisa que pode nos salvar de uma terceira Guerra Mundial é a diplomacia. Um Trump da vida quer explodir as coisas, vem a diplomacia e fala que não é bem assim que funciona, mostra o outro caminho, da pacificação”. Martinho na literatura Quando o assunto é literatura, Martinho também não deixa a desejar em produção. São 14 obras até o momento, sendo a última, Conversas Cariocas, lançada no ano passado. E não vai parar por aí. “Estou escrevendo um livro de crônicas. O Conversas Cariocas é uma coletânea de textos que escrevia para o jornal O Dia (Riode Janeiro). Agora fiz uma coisa diferente. Como estou com 80 anos, decidi escrever sobre as coisas dessa minha idade. Sai no ano que vem”,adianta. E essa disposição no mercado editorial não está relacionada à campanha de garantir uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL), como já foi divulgado. “Eu não tenho essa ambição. O pessoal do movimento negro acha importante estarmos presentes em todos os lugares, mas não tenho esse sonho. Se rolar, legal, mas não vou pensar nisso. Ainda nem me inscrevi para a vaga que foi aberta agora”.