Vida Real, de Juliano Costa, carrega sinceridade de cronista e leveza de poeta

Três anos depois do lançamento de Barco Futuro, sucessor do álbum visual A Trilha da Trilha, o músico e escritor Juliano Costa (Primos Distantes, Renato Medeiros) mistura sua inventividade sonora, criativa e literária no disco Vida Real. O resultado é uma obra sincera, envolvente nas suas diferentes camadas, de leveza agridoce. Um trabalho que se parece com uma festa entre amigos íntimos, na qual o ouvinte está. Vida Real é também um retrato do dia seguinte da festa, de ressaca e dúvidas existenciais. “Existem várias camadas de vida. Tem a vida íntima, tem a vida social, tem a vida de rede social. Tem a vida choradeira de pitanga e tem a vida de coragem e bola pra frente. Tem a vida arte, a vida canção, a vida palco, a vida tela, a vida personagem. Em todas essas vidas dá pra ter um pouco de sinceridade. Não é fácil, mas dá. Sempre dá pra ter um pouquinho de vida real no meio da ficção”. A produção do disco é dele, ao lado de Renato Medeiros, que também mixou e masterizou o trabalho. Pra além de sua carreira solo, Juliano Costa é baterista da banda de Renato Medeiros e escreve literatura. Seu romance Fumo (Patuá, 2023) figurou na lista de melhores livros do ano da revista de livros 451. Ele é também autor de um conto do livro As Páginas do Relâmpago Elétrico (Garoupa, 2023), baseado no disco de 1977 de Beto Guedes.
Quadrinista e músico, Camilo Solano reflete conexões humanas em álbum de estreia

O cantor, compositor e quadrinista Camilo Solano lançou seu álbum de estreia, Quase Tudo Mundo, com produção musical de Yuri Queiroga. Dialogando com as conexões entre as pessoas, o trabalho aborda temas como a sobrevivência em tempos de incerteza, unindo raízes regionais ao contemporâneo com humor e leveza poética. Antecipado por Quase Todo Mundo é Assim e por Desculpa o Áudio, lançado também em quadrinhos, o álbum tem participação especial de Pupillo, Vitor Arantes, Rinaldo Santos e Eder Araújo. Natural de São Manuel (SP), ele é um artista que integra com maestria a música e os quadrinhos. Suas publicações incluem Inspiração – Deixa entrar Sol nesse porão, que lhe rendeu duas indicações ao Troféu HQ MIX como Novo Talento Desenhista e Novo Talento Roteirista; Desengano, cujo prefácio foi escrito por Robert Crumb, o maior autor dos quadrinhos underground dos EUA, que também é músico e fez a capa do disco Cheap Thrills, de Janis Joplin; Semilunar (Balão Editorial), que foi finalista do Prêmio Jabuti; Fio do Vento (Editora Veneta); e Temporal (Maurício de Sousa Produções), ganhador do Troféu HQ MIX. Também publicou Solzinho, Cidade Pequenina (Pipoca & Nanquim) e, por fim, Beliscão (Pipoca & Nanquim). Na última Bienal do Livro, lançou A Balada para passear (Conrad). Também em 2020 e 2021, lançou algumas músicas em suas redes sociais e canal do YouTube, sempre com um tom intimista e sincero. Dessa incursão sonora surgiu Canções Cansadas, composições sobre uma ansiedade e esgotamento emocional que se ancoram na arte para seguir em frente. Agora, Camilo Solano está pronto para esse próximo passo, com o álbum.
Rey Pila mistura guitarras futuristas e sintetizadores em novo álbum

A banda mexicana de dance-rock Rey Pila, conhecida por sua atmosfera noturna e estética sombria, acaba de lançar seu quarto álbum de estúdio, Estan Strange I. Com o novo trabalho, a banda mexicana segue explorando suas raízes no synth-pop e no rock alternativo, ao mesmo tempo em que apresenta uma sonoridade inovadora e experimental. Estan Strange I reúne 13 faixas autorais, incluindo os singles lançados ao longo do ano: No Me Arrastres, Ojos De Terror, Friend Request, Online Soul, Ani Oni e Fantasma. Nesta nova fase, Diego Solórzano, Andrés Velasco e Rodrigo Blanco combinam instrumentos virtuais, programação e sequenciadores com sua inconfundível mistura de guitarras de rock futuristas e sintetizadores. A faixa de trabalho, Running Blood, é um pop eletrônico envolvente, repleto de ganchos do indie pop. O álbum mistura influências de artistas como Boards of Canada e The Cars, incorporando novos elementos à fórmula, como o som sombrio do witch house, a vibrante cena eletrônica francesa, além de referências a The Prodigy, The Chemical Brothers, techno e as raves clássicas do Reino Unido, entre outras.
Maturidade do 5 a seco surge em Sentido, primeiro álbum após hiato

“O novo é o velho e o velho é o novo.” Quinto álbum na discografia do 5 a seco, Sentido encontra o quinteto paulistano em um diálogo com o tempo – ou, tantas vezes, com O Tempo, aquele ser maiúsculo que descongela tudo. Ele é o elemento constante nas 15 faixas, implícito ou nomeado, “mordendo o próprio rabo”. Vem vestido de “os anos”, “o futuro e o passado”, “o antes”, “o hoje e o ontem”, “os momentos”. E em “ponteiros”, “agoras”, “lembranças desbotadas na memória”. Após hiato de cinco anos, o grupo anunciou o retorno às atividades em setembro passado, durante histórica apresentação no festival Coala. São 15 anos do grupo desde a estreia. E o amadurecimento – musical e poético – é flagrante nesse novo trabalho de estúdio. Com participação especial de Chico Buarque, o álbum foi produzido por Tó Brandileone e gravado entre fevereiro e julho deste ano. Sentido traz o conjunto de canções mais plural da história do 5 a seco. Esse repertório inclui desde temas compostos para peças de teatro até baladas de amor. De canções existenciais complexas a delicadezas autobiográficas, como uma canção escrita para esperar a chegada de um bebê. O amadurecimento individual e o adensamento das vidas pessoais dos cinco integrantes estão à frente de tudo. E a volta do grupo só foi possível porque a pausa foi feita no tempo certo. Retomando. O 5 a seco fez seu hiato logo após o lançamento de Pausa (2019), o álbum anterior. E essa interrupção teve que acontecer por uma questão prática: para além do trabalho coletivo, todos os integrantes sempre mantiveram suas carreiras individuais. E elas foram tomando espaço cada vez maior nas vidas de cada um. Leo Bianchini foi inventar nova vida em Portugal; Pedro Altério e Pedro Viáfora seguiram com seus projetos solo – incluindo aí o duo Pedros, que une ambos; Tó Brandileone se tornou um produtor requisitado em diversos gêneros; e Vinicius Calderoni tem se dedicado cada vez mais ao teatro, dirigindo e escrevendo espetáculos. Tornaram-se adultos, portanto. E bandas requerem a disponibilidade da pós-adolescência. A conta não estava fechando. Para a reconfiguração atual, fizeram as devidas adaptações para que o 5 a seco voltasse a caber na vida adulta de todos. Isso significou fechar um período para a gravação do álbum e, logo em seguida, guardar mais alguns pares de meses para a turnê. Passado esse tempo pré-definido, todos voltam para as suas vidas e o 5 a seco entra em novo hiato. É talvez o melhor caminho para manter uma banda depois de chegada a vida adulta. Originalmente, 5 a seco era o nome de um show criado em 2009 que reuniria cinco artistas emergentes da cena musical paulistana, cada um com sua carreira solo. Seriam apenas quatro apresentações na Sala Crisantempo, espaço alternativo na Vila Madalena. Mas o poder do encontro se impôs e, logo após a estreia, a demanda brotou, gerando mais e mais apresentações em quinteto. Acabaram se tornando eles mesmos o 5 a seco. E o grupo logo tomou maior proporção do que os trabalhos individuais. Ainda assim, os cinco integrantes não queriam admitir a ideia de banda. Chamavam-se de um “coletivo de compositores”, mas involuntariamente se tornaram uma coisa só. Que agora se recria. Dos tempos da Sala Crisantempo, está de volta em Sentido o protagonismo do piano, elemento presente na origem do quinteto, antes de os violões dominarem a cena e o som. Outros instrumentos, como clarinete e bandolim, que também estão de volta agora, remetem àquele período inicial.
Mötley Crüe celebra 35 anos de Dr. Feelgood com edição deluxe limitada

*Trinta e cinco anos após seu lançamento, Dr. Feelgood, do Mötley Crüe, continua sendo o último grande álbum de rock dos anos 1980 e um dos maiores discos de rock de todos os tempos. Gravado em Vancouver com o produtor Bob Rock e lançado em 1989, este álbum icônico levou o Mötley Crüe ao primeiro lugar na Billboard Top 200 e conquistou a certificação de seis vezes platina nos EUA. Agora, para celebrar o 35º aniversário do álbum, o Mötley Crüe lançou um Box Set de Edição Limitada, disponível em LP e CD com a versão remasterizada do álbum original, além de demos raras e faixas ao vivo. O Box Set também inclui um livreto de 24 páginas com fotos inéditas de bastidores e shows, um itinerário da turnê Dr. Feelgood, pôster, patch, passe de backstage, folheto de show, kit de imprensa, envelope médico e palheta de guitarra. A celebração se iniciou com o lançamento de Dr. Feelgood – Live. Além do box set, haverá uma versão deluxe em streaming e seis diferentes configurações de vinil: uma versão exclusiva para lojas independentes, um vinil exclusivo do Walmart com capa 3D, uma versão exclusiva da Target com vinil Zoetrope, um Picture Disc da Amazon, uma edição exclusiva da Urban Outfitters e o vinil preto padrão. A edição de aniversário também estará disponível em CD com arte lenticular 3D exclusivo do Walmart, além de uma versão padrão em CD. Todas as variantes apresentam uma arte de capa reimaginada. Evento em São Paulo Na última quinta-feira (21), a For Music e a BMG promoveram um grande evento exclusivo na casa de shows La Iglesia, em São Paulo, para celebrar a edição de aniversário de Dr Feelgood. Quem conhece as histórias do Mötley Crüe, sabe que festa é com eles mesmos. Então não faltou Jack Daniels, cerveja e muitos mimos para agradar os convidados.Já na entrada todos receberam uma sacola com brindes, além do sorteio de kits com o disco, patches e pôsteres. Para embalar a noite, houve uma apresentação, dividida em três entradas, da competentíssima GlamSlam Band, com a participação especial do Edu Galdin como vocalista. A banda tocou hits de todas as fases do Mötley e dava pra sentir o carinho e o respeito que os caras têm pelo cancioneiro dos californianos. O público se divertiu como se a Sunset Strip fosse logo ali na esquina e entoou hits como Home Sweet Home e Shout at the Devil, criando um ambiente memorável para todos os presentes. *Texto por Natália Segalina
De surpresa, Kendrick Lamar lança álbum “GNX”; ouça!

Kendrick Lamar está de volta e em grande estilo! O rapper surpreendeu os fãs ao lançar GNX, um álbum que promete marcar uma nova era em sua carreira. Composto por 12 faixas inéditas, o disco inclui o single heart part 6, que dá continuidade à série icônica de músicas heart. GNX conta com a produção executiva de Jack Antonoff e tem a cantora SZA como coautora nas faixas luther e gloria. Pela primeira vez, Kendrick Lamar será atração principal do show do intervalo do Super Bowl LIX, em 2025. Além disso, ele acaba de ser indicado em sete categorias no Grammy, incluindo Canção do Ano e Gravação do Ano, pelo hit Not Like Us.
BNegão lança primeiro álbum solo, Metamorfoses, Riddims e Afins

Como uma travessia de fronteiras musicais que conecta o passado e o futuro, o orgânico e o eletrônico, em uma mistura das batidas do samba-reggae com o ritmo da cumbia, o peso do punk nacional e a explosão do arrocha carioca, BNegão lançou Metamorfoses, Riddims e Afins, primeiro álbum-solo após décadas de contribuição para a cultura brasileira, sendo um dos vocalistas à frente do grupo Planet Hemp e também fundador dos Seletores de Frequência. Disponível em todas as plataformas digitais, a obra madura e visceral reflete uma busca por novos caminhos, diferentes formas de expressão e, acima de tudo, pelo aprofundamento da conexão com suas raízes e influências. “Praticamente tudo que eu fiz até hoje tem a mesma raiz: a África. Sempre fui fascinado pelo impacto físico da música. Todo som que toco (sob a alcunha de BNegron Bota Som) é basicamente produção brasileira ou da América Latina e da América Central com raiz africana. A minha discotecagem acontece totalmente dentro dessa dinâmica, com produções atuais que tem como característica o grave e essa energia que move o corpo”, afirma BNegão. “E, ao longo dos últimos anos, senti uma vontade imparável de trazer essa sensação para o cerne, para o centro da minha produção musical. A intenção era criar algo que avançasse mais intensamente nessa direção, de uma forma direta, que nunca havia acontecido antes, dentro do meu som. Que todas as músicas fossem desenvolvidas nessa ideia de dança e movimento. Dança livre. Pensamento livre”, completa o rapper. O nome Metamorfoses, Riddims e Afins carrega em si o espírito de transformação e de reinvenção. BNegão explica que a palavra “metamorfose” reflete a essência de muitas das canções do álbum, que são recriações de músicas suas ou de composições que fazem parte do seu DNA sonoro. Já “Riddims” faz referência a uma expressão tipicamente jamaicana, que é o modo patoá de se referir à palavra “ritmo” — termo que remete diretamente à cultura dos Sound Systems, as enormes caixas de som que dominam as festas de rua de Kingston, na Jamaica. Riddim é a faixa instrumental que pode ser usada, cantada, gravada e desenvolvida por diferentes artistas, de formas completamente distintas. O álbum foi produzido pelo próprio BNegão e tem uma série de colaborações valiosas. Artistas como Pedro Selector, Sandro Lustosa e MC Paulão King são algumas das figuras que dão vida a esse som plural. O trabalho conta também com a participação fundamental de Gilber T, responsável por guitarras e bases eletrônicas que deram o RG final ao disco. “Música urbana, feita do Brasil para o mundo. Conectando novas e antigas tradições ao que há de mais moderno em termos de produção musical. Som do Sul Global”, explica o artista. Da cumbia ao samba-reggae, do pagodão ao punk rock nacional, passando pelo samba, arrocha carioca e rocksteady jamaicano, o álbum desafia convenções e propõe novas alquimias sonoras, sob a regência total e certeira de BNegão.
Rogê compartilha seu aguardado álbum “Curyman II”; ouça!

O artista Rogê lançou o álbum Curyman II. Com uma carreira rica de mais de duas décadas, Rogê lançou sete álbuns solo que consolidaram seu lugar na cena musical contemporânea brasileira. Seu trabalho é caracterizado por uma fusão única de ritmos brasileiros tradicionais com influências modernas, tornando seu som atemporal e inovador. “O Curyman II é uma continuação do Curyman I até porque o time todo que participa evoluiu junto e se conectou profundamente. Desde a produção do Thomas Brenneck, do nosso engenheiro Simon Guzman, todos os músicos… E é essa conexão é o que faz toda a diferença, juntando com a participação do mestre Arthur Verocai, da escolha das músicas e das minhas composições que refletem a minha mudança para Los Angeles e a MPB que eu carrego comigo”, comenta Rogê. Sobre o visual de A Força, Rogê comenta: “As imagens artísticas feitas pelo incrível artista plástico americano Julian Klincewicz, que tem uma concepção vintage que casa com a sonoridade de todo o projeto, não só do Curyman II mas do Curyman I. Ele tem uma concepção, uma linguagem que segue durante o projeto inteiro. As imagens do vídeo são tiradas dessa ideia. O I era beira mar, o II é no topo da montanha. A menção ao futebol dá o movimento, a dinâmica e a musicalidade, sempre com o céu de Los Angeles que é muito característico da cidade”. As colaborações de Rogê têm sido particularmente notáveis, incluindo o aclamado álbum Na Veia (2016) com o lendário sambista Arlindo Cruz. Esse álbum, que lhe rendeu uma indicação ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Samba/Pagode, demonstra a conexão profunda que ambos os artistas têm com o samba. Outra colaboração significativa foi Seu Jorge & Rogê (2020), um projeto que uniu duas das vozes mais icônicas do Brasil e que ressoou tanto no Brasil quanto internacionalmente. Originalmente do Rio de Janeiro, Rogê agora reside em Los Angeles, Califórnia. Sua mudança para os EUA permitiu que ele apresentasse os sons vibrantes do Brasil para novos públicos, expandindo sua influência além de seu país de origem. Em março de 2023, ele lançou seu álbum de estreia nos EUA, Curyman, pelo selo Diamond West Records. Produzido por Thomas Brenneck, da Budos Band, que já trabalhou com artistas como Lady Gaga, Beyoncé, Jay-Z e Amy Winehouse, o álbum celebra o samba com mensagens de resiliência e redenção. Curyman não só marcou o lançamento do novo selo de Brenneck, mas também refletiu a profunda crença de Rogê no poder da música de inspirar esperança e perseverança.
Gwen Stefani quebra hiato de sete anos com álbum Bouquet

Depois de um hiato de sete anos, Gwen Stefani lançou o álbum Bouquet, com dez faixas, incluindo Purple Irises, sua colaboração em dueto com Blake Shelton. “Ele é cheio de joias de rádio pop-rock dos anos setenta, com influência de Nashville”, comentou Gwen Stefani em comunicado enviado à imprensa sobre o novo álbum. O trabalho abre com Somebody Else’s, uma canção de rock do interior que combina elementos do pop da cantora e dos filhos country, e fecha com Purple Irises, seu dueto com Shelton. O novo álbum de Gwen Stefani é o quinto de sua carreira e o primeiro desde o disco natalino You Make It Feel Like Christmas.