Primeiras impressões – Daisy Jones & The Six

Engenharia do Cinema Sendo uma das séries mais aguardadas neste ano, “Daisy Jones & The Six” é a adaptação de um livro escrito por Taylor Jenkins Reid, cujos direitos foram adquiridos pela atriz Reese Witherspoon e a Amazon Studios. Sendo estrelada por Riley Keough (neta de Elvis Presley) e Sam Claflin (“Como Eu Era Antes de Você”), a atração resgata o estilo do Rock’n Roll que fez bastante sucesso nos anos 60 (que mesclava com o Country) e nestes três primeiros episódios, não só conseguem prender a atenção do espectador, como também fazem jus a premissa da atração. Neste início da série, ela é dividida em dois arcos distintos, onde no primeiro vemos a tímida compositora Daisy Jones (Keough), que tenta entrar no mercado da música em meio a um cenário que não lhe favorece como gostaria. Ao mesmo tempo, somos apresentados aos integrantes da banda The Six, que são liderados por Billy Dunne (Clafin) e vem passando por uma enorme crise, justamente quando a mesma começa a obter um grande sucesso. Imagem: Amazon Studios (Divulgação) Regada a uma trilha sonora bem leve e gostosinha (inclusive a abertura contendo a música “Dancing Barefoot” de Patti Smith, é um dos destaques), é questão de minutos para conseguirmos nos entreter com essa história, que já adianto, não é um romance, e sim sobre uma banda que “aparentemente” se desfez (já que a atração é contada como se fosse um documentário, com os membros da citada, contando a história que estamos acompanhando). Embora o próprio enredo seja bastante clichê (inclusive, remete e muito aos clássicos “Nasce Uma Estrela” e “Johnny e June”), o que se sobressai é o carisma dos atores, tanto que Keough (cujos olhares são realmente dignos de uma Presley) e Clafin. O clima hippie da atração também decaiu como uma luva, pois a dupla já possui estes traços em suas próprias personalidades. O elenco de apoio também é um outro acerto, especialmente vindo de nomes como Tom Wright (que vive o empresário Teddy Price), Suki Waterhouse (a cantora Karen Sirko) e Camila Morrone (Camilla, a namorada de Billy). Mesmo se tratando de três episódios, cada um deles consegue ter uma breve importância para este inicio. Neste início de “Daisy Jones & The Six” facilmente conseguimos comprar a premissa da atração, e despertar ainda mais interesse pelo que está por vir nesta produção, que promete ser uma das mais sucedidas da Amazon.
Crítica | Jack Ryan (3ª Temporada)

Engenharia do Cinema Após um hiato de quase três anos, finalmente a Amazon Prime Video encerra o ano com chave de ouro, nos entregando o terceiro ano da série “Jack Ryan“. Sendo um dos seus carros chefes (inclusive a mesma trouxe os atores Michael Kelly e Betty Gabriel, para a CCXP22), esse novo ano contém oito episódios que continuam os eventos mostrados nos anos antecessores (ao contrário dos livros, cujos arcos são antológicos). Após mostrar um enorme esquema de domínio global para a CIA, o agente Jack Ryan (John Krasinski) descobre que terá de lutar apenas com seus fiéis parceiros de longa data, já que tanto aquela, como os governos mundiais, não podem mais lhe ajudar. Imagem: Amazon Studios (Divulgação) Em seus oito episódios, a sensação que temos é estarmos imersos em uma jornada de Ryan semelhante cada vez mais com os filmes de “Jason Bourne“, atrelados com cenários mundiais atuais (pelos quais não irei detalhar, para não entrar no território dos spoilers). Caso você tenha uma noção mínima do que realmente está acontecendo, e está cada vez mais antenado, realmente essa temporada será um “presente” para o seu natal. A direção está ciente que a franquia tem como marca seus diálogos e discussões sócio-políticas, pelas quais podem fazer com que os espectadores mais desatentos, se cansem da série. Mas a solução buscada, é inserção de várias cenas de ações, em cada um dos episódios e que realmente acabam funcionando (vale enfatizar que muitas delas são feitas de maneiras práticas, em sua maioria, sem o uso abusivo de CGI). Inclusive outro recurso usado pelo enredo, e que funciona é dividir a trama em duas partes paralelas, mas ligadas entre si. A primeira foca em Jack indo realmente nas “espinhas”, enquanto a segunda é totalmente seu amigo de longa data James Greer (Wendell Pierce), tentando amenizar a situação. Realmente é nítido que tanto Krasinski como Pierce, estão totalmente à vontade em seus papéis e a escolha deles para estes papéis é totalmente honrada (uma vez que eles casam a tonalidade certa para o humor, tensão e drama). A terceira temporada de “Jack Ryan” mostra que o aclamado personagem criado por Tom Clancy ainda continua com gás total para mais dois anos (uma vez que o programa se encerrará na quinta temporada).
Crítica | Eleita (1ª Temporada)

Engenharia do Cinema Certamente uma frase que se encaixaria para esta produção, foi dita pelo próprio humorista Danilo Gentili em uma entrevista, “No Brasil, é difícil fazer humor com política, pois a mesma por si só já consegue ser uma piada pronta!”. Embora “Eleita” tente tirar situações cômicas sobre o que acontece na política (mas apenas enfatizando os erros de algum lado), não há como achar graça em nenhuma das situações realizadas por Fefê (personagem de Clarice Falcão, que é eleita como Governadora do Rio de Janeiro). São seis episódios que mesmo passando bem rápido (já que a metragem é de 30 minutos, por volta), acabam sendo cansativos quando começamos a buscar alguma graça. A história se passa em um futuro não muito distante, quando a ignorância no Brasil se tornou alarmante e o povo elegeu a imatura Fefê como Governadora do Rio de Janeiro. Sem condições de se mostrar uma política madura ou até mesmo alguém que consiga melhorar a situação do estado, a mesma terá de lutar contra um sistema para se perpetuar no cargo. Imagem: Amazon Studios (Divulgação) O roteiro de Célio Porto certamente procurou sanar o máximo de piadas que miravam apenas em sanar humor de situações onde certamente apenas eles e alguns integrantes do elenco, devem ter achado graça. Embora Falcão também seja conhecida por ser uma boa cantora (carreira que ela vem focando ultimamente, e até mesmo tem um episódio com números musicais), é nítido que o texto não sabia explorar a sua veia humorística que foi mostrada lá no inicio do “Porta dos Fundos” (quando o mesmo era realmente engraçado). Como não se pode fazer piadas para não ofenderem determinados nichos, vemos situações banais e forçadas que envolvem escrachamento ao cristianismo, idolatração de drogas e outras pautas pelas quais o humorístico brasileiro tem se focado (e que certamente só afasta o espectador, e não lhe chama para próximo). Personagens e situações que poderiam ter as melhores piadas (como a ponta da icônica Suzane Alves, a intérprete da Tiazinha e, Ingrid Guimarães) acabam sendo jogadas no lixo e se estivessem sendo vividas por outras pessoas, não teria feito diferença alguma. “Eleita” acaba sendo uma vergonha sem tamanho, e vemos o quão o politicamente correto está afetando a fábrica de fazer humor no Brasil, que um dia já foi das melhores.
Crítica | Val

Engenharia do Cinema Sem viés de dúvidas, uma das mais comoventes histórias atuais de Hollywood, é a trajetória do ator Val Kilmer. Conhecido por ter uma personalidade séria, problemática e cobradora nos bastidores, ele foi vítima de câncer na garganta nos últimos anos e acabou perdendo grande parte da sua voz. Porém, o que muitos não sabem é que desde criança ele filmava vários registros de suas apresentações, bastidores de filmes e momentos da vida, com o intuito de montar um documentário. Rotulado de “Val“, ele foi adquirido pela A24 e Amazon Studios, e foi distribuído pelo Prime Video mundialmente, em 2021. Vindo de uma família que respirava cinema desde sua infância, e que mesmo com a perda do seu irmão ainda na infância (vítima de afogamento), Val não se deixou abalar e começou a ganhar destaque na dramaturgia, até conseguir os seus primeiros grandes papéis no cinema. Por intermédio de uma narração em off de seu filho, Jack Kilmer (cujo texto foi escrito pelo seu próprio Pai), vemos a vida do veterano sendo contada por sua perspectiva, e como alguns icônicos papéis acabaram virando pesadelos (como o seu icônico Batman/Bruce Wayne). Imagem: A24/Amazon Studios (Divulgação) Apesar de estarmos falando de uma produção concebida pelo próprio astro, a direção de Ting Poo e Leo Scott, procura apenas mostrar o lado humano na perspectiva de Kilmer. Raramente vemos depoimentos de outras pessoas, e até mesmo atores que trabalharam com o mesmo comentando seus erros e mostrando que ele não era uma pessoa perfeita, ou seja, estamos falando de um documentário que santifica o ator Val Kilmer. Embora Val possua uma enorme organização de seus registros em vídeos e fotos de seus acontecimentos, vemos que realmente haviam muitos problemas criados nas produções pelas quais ele foi escalado, que realmente não foram culpa dele (como o temperamento de Marlon Brando e brigas com o diretor de “A Ilha do Dr. Moreau“, terem não só estragado o filme como também se tornado o ápice para o seu divórcio com a atriz Joanne Whalley), caindo totalmente em contradição com o que os tabloides falaram na época. Porém, a dupla de cineastas resolveram usar como parâmetro a intercalação da doença de Val e suas histórias do passado, com intuito de uma frase que o mesmo salienta em determinado ponto da produção sobre “essa doença tirou minha voz e agora estou vivendo muito do que fiz no passado” (lembrando que quando este filme foi lançado, “Top Gun Maverick” ainda não havia sido lançado). “Val” acaba sendo uma verdadeira carta de amor para um grande ator dos anos 80/90, mas se prejudica um pouco ao transformá-lo em um enorme mártir.
Crítica | Sentença (1ª Temporada)

Engenharia do Cinema Pegue uma receita de vitamina. Coloque todos os vegetais, legumes e doces existentes e bata em um liquidificador. Ao ingerir, certamente você vai sentir um gosto estranho, embora a composição tenha levado todos os ingredientes possíveis. É nesta sensação que se assemelha a nova série nacional da Amazon, “Sentença“. Com vários assuntos sendo jogados em cena, a sensação é que o projeto de Paula Knudsen (“Samantha!“) queria várias coisas e acabou sendo nada. A história tem inicio quando Dinorah (Lena Roque) acaba incendiando um homem por um motivo desconhecido. Como a cena acabou sendo gravada de forma inusitada, ela vai presa, e tem como advogada de defesa Heloísa (Camila Morgado). Mas, a medida que as investigações vão começando a serem feitas, muitas coisas piores começam a aparecer. Imagem: Amazon Studios (Divulgação) Certamente para esta primeira temporada ter seis roteiristas, em seus seis episódios, certamente isso soaria uma bagunça total. Apesar do escopo continuar sendo firme e forte, a trama parece cada hora tentar falar de vários assuntos distintos como homossexualidade, feminismo, sexo, violência contra mulher, racismo, milicia e até mesmo adoção. Para abordar estes temas, primeiramente devemos ter personagens com que nós nos importamos. Infelizmente, neste quesito a narrativa acaba sendo totalmente confusa. Porque ela coloca um carácter (ou dois) para abranger estes tópicos. Isso acaba fazendo com que a narrativa fique totalmente arrastada, cansativa e às vezes até confusa (já que a montagem coloca uma cena de masturbação, intercalando com uma discussão sobre feminismo). Sim, a trama central realmente em muitas das vezes acaba sendo esquecida, de uma maneira onde realmente nos questionamos sobre “qual tipo de série estamos assistindo?”. Embora tenha ótimas atuações de Morgado, Roque, Fernando Alves Pinto e até mesmo do estreante ator mirim Victor Hugo Martins (que realmente tem potencial na área). Porém, isso não é suficiente para classificar a série como boa. Ao invés de parecer seis episódios com 45 minutos cada, parece estarmos maratonando um seriado com mais de 20 anos e 30 capítulos. A primeira temporada de “Sentença” acaba sendo uma verdadeira salada mista, pelos quais os ingredientes acabam causando congestão pela péssima forma pelas quais eles são apresentados.
Amazon anuncia acordos de exclusividade com Ingrid Guimarães e Lázaro Ramos

O Amazon Studios anunciou dois acordos de exclusividade com Ingrid Guimarães e Lázaro Ramos, dois dos artistas mais conhecidos, talentosos e influentes do Brasil. O acordo de ambos tem duração inicial de três anos, tornando-os exclusivos do Amazon Prime Video em produções do Amazon Studios, bem como em projetos para outras áreas da empresa como Amazon Music, Amazon.com.br e Alexa, entre outros. “Nós estamos extremamente animados em anunciar esses acordos inéditos para o Amazon Studios no Brasil com dois grandes talentos como Ingrid Guimarães e Lázaro Ramos”, disse Malu Miranda, Head de Conteúdo Original para o Brasil do Amazon Studios. “Ambos são profissionais multifacetados e criadores de conteúdos que trarão muita criatividade, diversidade e valor para Amazon Studios, reforçando nossa missão de produzir conteúdos brasileiros Originais Amazon de qualidade e que serão lançados globalmente para mais de 240 países e territórios, além de trazer também muita credibilidade para projetos em outras áreas da empresa”, finaliza. Ingrid Guimarães é uma das atrizes e criadoras de conteúdo mais prestigiadas pelo público brasileiro neste século, tendo levado mais de 20 milhões de pessoas às salas de cinema com seus filmes, incluindo sucessos de bilheteria como De Pernas pro Ar 1, 2 e 3 – sendo o último também como roteirista e produtora. Na televisão, Ingrid idealizou, escreveu e protagonizou a série Sob Nova Direção, entre 2003 e 2007, além de atuar em Chapa Quente, Macho Man e novelas como Novo Mundo e Bom Sucesso, em uma carreira que começou na década de 1990. Como apresentadora, ela liderou e criou os programas Mulheres Possíveis, Além da Conta, Modo Mãe e Viver do Riso, projeto que buscou resgatar a memória do humor brasileiro e durou cinco anos. No teatro, esteve em cartaz por mais de dez anos com o fenômeno Cócegas, entre outros sucessos, como Confissões de Adolescente. Lázaro Ramos e Ingrid Guimarães Lázaro é ator, diretor, produtor, escritor e apresentador. Embaixador da Unicef em defesa dos direitos das crianças e adolescentes, acumula em mais de 25 anos de carreira mais de 30 filmes, 40 peças e outros 15 personagens marcantes na televisão. No cinema, fez sucesso em filmes como Madame Satã, O Homem Que Copiava e Ó Paí, Ó. Já na TV, atuou em novelas como Cobras & Lagartos, Duas Caras e Insensato Coração e em séries emblemáticas como Mister Brau, além de apresentar o programa Espelho há 16 anos. Desde 2015, dirige e protagoniza a montagem teatral O Topo da Montanha. Para este ano, é esperado o lançamento de seu primeiro longa-metragem na direção, Medida Provisória, já premiado em festivais internacionais de cinema. Na literatura, tem mais de meio milhão de livros vendidos, sendo seis dedicados ao universo infantil e o best-seller adulto Na Minha Pele.