Antiprisma lança álbum “feito à mão”; ouça “Coisas de Verdade”

Antiprisma

Em um primeiro momento, Coisas de Verdade pode ser encarado como um álbum que celebra o retorno do Antiprisma ao caminho dos lançamentos, mas acima de tudo, é uma síntese madura e muito bem construída de tudo o que esse projeto liderado por Elisa Moos e Victor José vem fazendo desde 2014, quando lançaram o EP de estreia. Apontados inicialmente como um duo que transitava entre o folk e o rock carregando nuances da MPB, o Antiprisma sempre fez questão de experimentar os limites do formato da canção. Deu seus primeiros passos nesse terreno de sons acústicos, abraçou definitivamente o universo da viola caipira em seu primeiro álbum Planos Para Esta Encarnação (2016), flertou com a psicodelia e instrumentos elétricos no segundo disco, Hemisférios (2019), e agora chega com um álbum orgânico e com os pés fincados no chão. Em tempos de ascensão da inteligência artificial, Coisas de Verdade foi pensado para ser o mais humano possível e enaltecer esse aspecto em cada detalhe, subvertendo de leve o atual contexto. Segundo Elisa, que divide com Victor a produção e direção artística, “as músicas são exatamente como deveriam ser, não há concessões estéticas de qualquer tipo e mesmo assim elas soam abertas, de certa forma convidativas para qualquer pessoa que curta canções, o que é algo difícil de se conseguir, e isso nos alegra muito enquanto artistas independentes”. Isso pode ser percebido nas temáticas, nas estruturas das faixas e na roupagem de todo o álbum. Desde a fase inicial de composição até a gravação final, a busca pela autenticidade e por uma conexão verdadeiramente emocional foi um norte constante, moldando cada acorde, cada nota e cada arranjo. Para isso, contaram com a sólida cozinha de Ana Zumpano e Beeau Gomez – bateria e contrabaixo, respectivamente – para gravar ao vivo boa parte do novo trabalho e mergulhar a fundo nesse processo. Em momentos como Que Seja e Um Rosto Desconhecido na Esquina, todos estão em uma mesma sala, celebrando o momento de criarem algo juntos e em total sintonia. Parte dessa busca por algo “feito à mão” também está na escolha do que tocar. Em Coisas De Verdade não há emuladores, sintetizadores e nenhum instrumento que não tenha sido tocado por uma pessoa de fato. A própria faixa-título, por exemplo, traz uma base rítmica feita com sons de objetos domésticos, enfatizando essa busca pelo orgânico em todos os detalhes. Como sempre em seus trabalhos, Antiprisma cuidou tão bem da poesia quanto do som. Ao contrário dos outros lançamentos, em Coisas De Verdade ficam um pouco de fora as letras de temas subjetivos repletas de paisagens e imagens contemplativas. Com isso, entram em cena assuntos muito mais pessoais, quase como pequenas crônicas sob o ponto de vista de uma experiência mais urbana, como em Saturnino, São Duas Horas e Está Tudo Bem e Euforia, o que enfatiza essa busca por um trabalho mais tangível. Além disso, a viola caipira permanece como um elemento essencial em diversas composições, reforçando o DNA inventivo do Antiprisma, ao mesmo tempo em que mantém a conexão com suas influências, que vão do rock sessentista e o Clube da Esquina ao indie da década de 1990 e o folk brasileiro mais raiz. Ao longo de 2024, parte do novo trabalho foi antecipado ao público com o lançamento dos singles São Duas Horas e Está Tudo Bem, Vampiros e Tente Não Esquecer, sendo esta última com a participação especial de Bemti nos vocais, na viola caipira e no videoclipe. Além de Bemti, o álbum também conta com participações de Fábio Tagliaferri (Grupo Rumo, Black Tie), Mário Manga (Premeditando o Breque, Black Tie), Zé Antonio Algodoal (Pin Ups), Zé Mazzei (Forgotten Boys) e Fábio Cardelli. Este novo lançamento não só consolida essa trajetória cheia de nuances, mas também evidencia um amadurecimento musical e emocional. Coisas de Verdade é mais do que um conjunto de canções, é um testemunho da maturidade artística e do compromisso contínuo do Antiprisma em desbravar novos desafios musicais, sempre com honestidade e uma sonoridade que ecoa o que de fato interessa: a emoção e a troca por trás de cada música. Coisas de Verdade já está disponível em todas as plataformas digitais e é uma parceria com a Orangeira Music. O trabalho também será disponibilizado em vinil no primeiro trimestre de 2025, em uma parceria com o selo Midsummer Madness. Ouça Coisas de Verdade, de Antiprisma

Antiprisma lança single inspirado em livro de distopia brasileira

O Antiprisma termina o ano com o impactante single Não Verás País Nenhum, inspirado pelo livro de mesmo nome de Ignácio de Loyola Brandão. Esta é a primeira música inédita que foi gravada com Ana Zumpano (ex-Lava Divers) e Rafael Bulleto (ex-BIKE), baterista e baixista, respectivamente, que já acompanhavam o Antiprisma desde 2019. Com forte teor político, a canção reflete todo o caos que foi e ainda é vivido pelo Brasil e pelo mundo durante os anos de pandemia. “Essa música foi composta mais ou menos no início da pandemia e o livro foi muito impactante para mim ao ter contato com o universo que ele descreveu. A vibe catastrófica de ‘novo normal’ casa perfeitamente com o que passamos nesse período. Era o que estávamos sentindo, tanto que a letra veio praticamente de uma tacada só. Estamos cada dia mais perto de controlar essa questão da pandemia, mas tem todo o resto que ainda precisamos estar vigilantes, e não podemos de jeito nenhum dar qualquer passo para trás”, avalia Victor José, voz, violão e guitarra do Antiprisma. O papel do artista é provocar, mostrar formas de enxergarmos a nossa realidade por outros olhares. E é em Não Verás País Nenhum, com uma levada calma e, no entanto, poderosa, que o Antiprisma convida o ouvinte a pensar sobre o que vivemos durante a pandemia e o que queremos viver em nosso futuro como nação. “Estamos coletivamente em um período pesado, denso, seria impossível para nós não sermos influenciados por isso em nossas músicas. Não só por conta da pandemia em si, mas todo o cenário político e social, as decepções, a sensação de solidão e indignação. Apesar de todo o nosso trabalho desde o começo de certa forma trazer essas preocupações, mesmo naquelas canções mais leves e bucólicas, eu sinto que os tempos pelos quais estamos passando trouxeram um tom mais pesado para nossas músicas”, reflete Elisa Moreira Oieno, vocalista e violonista do Antiprisma. Neste caminho simultâneo de esperança e caos, o Antiprisma enxergou que agregar mais pessoas ao processo de gravação renovou as energias para seguir em frente. Tanto é que a banda está em preparação para novas músicas que poderão fazer parte do próximo álbum, que sucede os bem sucedidos na crítica Planos Para Esta Encarnação (2016) e Hemisférios (2019). O Antiprisma é uma banda de São Paulo, formada em 2014, com fortes influências do folk, da psicodelia, e do rock da década de 70. Em sua discografia, além dos já citados, a banda conta também com o EP Antiprisma (2014). O single Não Verás País Nenhum é uma composição do Antiprisma e traz os músicos Elisa Moreira (voz, guitarra e percussão), Victor José (voz, violão, guitarra e percussão), Rafael Bulleto (baixo) e Ana Zumpano (bateria e percussão). A mixagem e masterização ficaram por conta de Chico Leibholz, com engenharia de som realizada por Murilo Cambuzano. A capa do single é uma criação do artista Felipe Corsini. A faixa foi gravada nos estúdios Casa Torta e Lustre.

Antiprisma participa de session na Casa do Mancha

Antiprisma protagoniza primeiro Alcalina Apresenta

Banda Antiprisma participou de uma sessão especial na Casa do Mancha, pelo projeto Alcalina Apresenta. A performance contou com três canções: Só Porque Você Não Se Encontrou, Caos e Das Coisas. O projeto no YouTube é da Alcalina Records, selo independente de São Paulo. O objetivo do projeto é mostrar o trabalho das bandas integrantes, apresentando um pouco de suas raízes musicais. Os vídeos foram gravados em um domingo na Casa do Mancha, um dos points paulistas de shows. Para Ag, um dos responsáveis pelo selo, “o público pode esperar das sessões ao vivo um retrato sincero do momento em que o artista se encontra”. Em clima de amizade, as gravações serão sempre leves, descontraídas e bem pessoais. “A performance é tão importante quanto o registro da música em estúdio e queremos trazer essa experiência da execução ao vivo com todas as suas nuances”, conclui Ag. A Antiprisma foi escolhida para estrear o projeto. Duas das três músicas apresentadas fazem parte do segundo disco da banda, Hemisférios, que foi lançado este ano. Outros artistas do selo, como Andaluz e Leza, também terão episódios no projeto Alcalina Apresenta. Assista o primeiro episódio com Antiprisma: