Chico Bernardes lança o sutil e potente álbum “Outros Fios”

A mudança de perspectiva que o tempo traz, e o amadurecimento que o acompanha, é explorado nas dez faixas de Outros Fios, novo álbum de Chico Bernardes. Neste projeto “pessoal, lúdico e experimental”, como ele mesmo o define, o cantor e compositor paulistano encontrou palavras e texturas para falar do passado e de questões que o inquietam sobre o presente e o futuro. É de pouquinho em pouquinho, entre vocais calmos e melodias delicadas que tomam espaço, que o ouvinte adentra a cabeça de Chico Bernardes. “Esse álbum é um grande quadro de quem pegou histórias de canções e as recheou de paisagens sonoras”, define ele. As letras carregam dúvidas diversas sobre a existência, bem como as vontades e a curiosidade que esses questionamentos despertam em cada um, em busca de levar a vida de maneira mais tranquila. Após um elogiado álbum de estreia, autointitulado Chico Bernardes (2019), Chico se desafiou a buscar sonoridades diferentes aos seus ouvidos e a experimentar novas habilidades neste segundo trabalho de estúdio, que marca sua primeira experiência como produtor musical e fonográfico. “Eu me vi muito mais como um cancioneiro focado na voz e no violão ao lançar o primeiro disco. Enquanto que, neste segundo, foquei em outros elementos de produção para colorir as canções”, explica ele. “A busca por uma identidade e o desafio de aprimorar o que eu já havia aprendido a fazer ganharam um peso importante neste novo projeto”, completa. A música Até Que Enfim fala sobre encarar a entrada na vida adulta com entusiasmo, respeitando que a poesia entre o que faz parte do passado e o que ainda está por vir tem o seu valor. Em Metades Minhas, com participação do músico João Barisbe (no saxofone e no clarinete), Chico aborda antigas histórias de amor que se tornam apenas frames de memória. Inerte é um comentário sobre o paradoxo de poder tanto e, ainda sim, não saber o que fazer, como se o excesso de possibilidades causasse um tipo próprio de paralisia. A faixa segue para o momento em que uma decisão inevitavelmente há de ser feita, abrindo caminho para a próxima canção. Desfazer traz à tona a ideia de que as pessoas são capazes de desapegar e reconstruir coisas ao longo da vida, sem a necessidade de sofrer com isso. Outros Fios dá nome ao lançamento e resume o que o cantor pretendia com esta produção. “Os acontecimentos da vida podem ser circulares, indo e vindo por fios. Cabelos crescendo, cabos elétricos, linhas do tempo, estradas e tudo mais que é capaz de nos conectar, como se um plano maior estivesse organizando tudo para nós antes mesmo que possamos perceber”, afirma. Ode À Perfeição aborda exatamente o contrário do que se imagina pelo seu título: o artista acredita que o coração deve ser capaz de errar para poder sonhar – até que a sua própria realização seja alcançada. Sonho Meu termina por ambientar o ouvinte em um espaço um tanto místico e meditativo, como se Chico estivesse lendo um diário em que reflete sobre o passado e o futuro que almeja. Assim, Motivo e Todacor, lançadas previamente, completam a tracklist do álbum. Além do lançamento digital, Outros Fios ganhará tiragem de 500 cópias em vinil pela gravadora Rocinante e o projeto Três Selos. A partir do dia 9 de julho, o disco impresso em cor branco marfim estará disponível para compra no site da Rocinante Três Selos, incluindo uma entrevista exclusiva com o cantor e compositor.

Chico Bernardes apresenta “Motivo”, segundo single de seu próximo álbum

Navegando por suas emoções e intuições artísticas, Chico Bernardes aborda a busca constante por um motivo para viver em Motivo, segundo single do seu novo álbum, Outros Fios, previsto ainda para o primeiro semestre deste ano. A música, produzida e composta pelo próprio Chico, é uma reflexão profunda sobre a vida e a criatividade humana. O single nasce da curiosidade natural de Chico e de seu desejo de explorar e expressar seus sentimentos e pensamentos através da música. “Acredito que tudo o que a gente faz carrega um motivo”, reflete ele, destacando que a canção é sobre a “fagulha que levanta nossa curiosidade e a paixão que motiva a busca pelos prazeres da vida”. Ao assumir integralmente a produção da faixa, Chico enfrentou o desafio de moldar um som novo para o álbum e aprendeu a arte da auto gravação, o que abriu caminho para novas possibilidades. Este processo não apenas aprofundou seu amor pelo caos criativo, como também o preparou para colaborações futuras. Sonoramente, a canção é rica em sintetizadores e percussão, que adicionam profundidade e textura. “Senti que era uma música simples e com muito espaço para explorar a diversão. Gravei camadas e camadas até chegar no resultado final”, explica. Inspirado por sons de artistas como Chrome Sparks e pelo trabalho com Christopher Bear, Chico tece um fio condutor melódico que se entrelaça secretamente ao longo do disco. O trabalho ganha vida em um clipe filmado em película Super 8mm, que captura a beleza da imperfeição e da efemeridade. “Acredito que o ruído dos frames, bem como as cores e o movimento, sejam o que conecta a imagem e o som”, ressalta. Chico e o diretor Gabriel Rolim escolheram esta técnica para realçar a autenticidade e o comprometimento com o momento capturado, refletindo a natureza experimental do projeto.