Crítica | Gemini: O Planeta Sombrio

Engenharia do Cinema É difícil imaginar que em meio a um cenário com vários filmes que não conseguem verba para serem feitos, com a mesma temática, “Gemini: O Planeta Sombrio” conseguiu ganhar sinal verde do estúdio. Feito em parceria entre o cinema russo e estadunidense, não conseguia ver outra coisa, a não ser os diversos erros de edição, mixagem (inclusive era nítido que alguns diálogos foram alterados na pós-produção, por não baterem ao movimento dos lábios dos atores) e roteiro. Em meio a uma situação apocalíptica que vem se encontrando o planeta terra, um grupo de cientistas são enviados para o espaço para procurarem um planeta que seja habitável para os seres humanos. Só que eles não imaginavam que encontrariam um ser alienígena, disposto a exterminar um por um. Imagem: Paris Filmes (Divulgação) Realmente é perceptível que os roteiristas Natalya Lebedeva e Dmitriy Zhigalov eram fãs dos longas “Alien” e “Interestelar“, pois o enredo é uma mescla totalmente pobre destes e para se assemelhar algumas situações gritantes são colocadas. Como por exemplo a relação amorosa entre os cientistas Steve (Egor Koreshkov) e Amy (Alyona Konstantinova), que mesmo não possuindo alguma química (e atuações que beiram a primeira aula de teatro) em cena, são colocados em um arco totalmente pobre e que remete ao segundo filme citado. Isso sem citar algumas situações totalmente chulas, que acabam sendo uma afronta para a inteligência do espectador (bastava alguém de fora ter comentado com os envolvidos no projeto, que as decisões não estavam sendo as melhores). E quando somos apresentados ao próprio alienígena, faltou aquela presença, medo e ameaça, já que acabamos torcendo para ele terminar o serviço e o filme terminar o mais rápido o possível. “Gemini: O Planeta Sombrio” termina sendo mais um filme de horror que só serve para encher o catálogo das plataformas de streaming, e causar raiva naqueles que perderam tempo vendo uma história cheia de problemas.
Crítica | A Maldição do Espelho

Não é toda hora que vemos filmes russos no cinema brasileiro. Muito menos de terror. Quem conhece algum outro logo relembrará das recentes produções do diretor Svyatoslav Podgayevskiy: A Noiva (2017) e A Sereia: Lago dos Mortos (2019), ambos horríveis. Todavia, A Maldição do Espelho não é diferente. O legal do filme é o fato dele ser russo. Mas logo se desmancha, pois veio para o Brasil dublado em inglês. Não é uma coisa que irá desagradar todos, mas, mesmo assim, é visível a péssima dublagem. As atuações, que já não são tão boas, pioram com os diálogos ditos em inglês, pois não nos fazem sentir emoção, quando não há porquê e não transmitem quando deveria. Está claro que a voz não combina com o personagem, estragando toda a experiência do filme. Sobre o filme Após perderem a mãe em um acidente, Olga (Angelina Strechina) e Artyom (Daniil Izotov) acabam num internato, onde eles têm que fazer novos amigos, e deixar as mágoas de lado, sobre quem teve mais culpa na morte da mãe. Ao desbravar o local, descobrem que o colégio continha uma lenda aterrorizante: a instituição pertencia a uma condessa, a Rainha de Espadas, que realizava cultos com crianças. As amizades que fazem são completamente esteriotipadas, tendo o bonitão engraçadinho e babaca, a gordinha que sofre preconceito, a bonitona que só pensa em sexo e o nerd bonzinho apaixonado pela protagonista. Após andarem de madrugada pela mansão mal assombrada, o normal de fazer-se em filme de terror mesmo, o grupo tromba com um espelho misterioso que abriga a lenda de um ritual para a realização de desejos. Depois de fazerem seus pedidos, os adolescentes começam a ser assombrados pela Rainha de Espadas. A expectativa em ver como eles vão se safar é quase nula. E o principal motivo são as atuações. As atuações A Maldição do Espelho tenta deixar tudo com um ar misterioso e sombrio, mas as interpretações e o roteiro não nos fazem temer pelos personagens, nos deixando apenas adivinhar quando e como cada um vai morrer. Talvez o único que cria empatia é o nerd bonzinho. Ao sabermos a intenção da entidade, tenderíamos a torcer pelo irmão mais novo. No entanto, o mesmo é irritante desde o começo do filme. Então, só nos resta a protagonista, que nos entrega somente o básico. E assusta? Se você é um árduo fã de terror, não há dúvidas: vai achar o filme chato. Mais do mesmo. Porém, se você quer ir para o cinema para só tomar um susto, não vai se decepcionar. A Maldição do Espelho traz os famosos “jump scare” e o físico da Rainha de Espadas também assusta.