Em show com feat de IZA, Alicia Keys encanta com hits e simpatia

A nova-iorquina Alicia Keys pode facilmente ser incluída em um top 10 das maiores cantoras dos últimos 30 anos. Na última sexta-feira (5), no Allianz Parque, a artista comprovou a força do seu trabalho. É completa: tem um alcance vocal incrível, toca piano como poucos, esbanja carisma o tempo todo e ainda traz surpresas muito agradáveis ao palco. Diante de uma configuração diferente do Allianz Parque, com cadeiras espalhadas por todo o gramado, Alicia Keys deixou bem claro que ninguém precisava ficar sentado. Bastou entrar em cena que o público todo já estava de pé. E permaneceu assim até o fim. Nat King Cole, You Don’t Know My Name, Wasted Energy, Karma e New Day formaram o cartão de visitas de Alicia para o público paulistano. Com o estádio inteiro na mão, Alicia promoveu a surpresa da noite. Enquanto cantava Un-Thinkable (I’m Ready), ela recebeu a cantora IZA para um medley com Dona de Mim, da artista carioca. Vale lembrar que nas outras duas passagens pelo Brasil, Alicia também protagonizou feats com artistas locais: Maria Gadú (2017) e Dream Team do Passinho e o sambista Pretinho da Serrinha (2019). So Done, Show Me Love e Diary vieram na sequência, antecedendo a mudança de palco.  Segundos depois, Alicia Keys surgiu em uma cabine de DJ bem próxima do fim do gramado. A partir desse ponto, a cantora se divertiu com uma sequência de hits, covers e batalhas. Deu uma passada rápida por The Gospel e Plentiful, além de tocar Nobody (DJ Khaled). Logo depois, brincou de batalha: Original X Unlocked. Tocava trechos e perguntava como o público preferia. Skydive foi mais festejada no Original, enquanto Is It Insane e Only You na Unlocked. O tempo na cabine de DJ, um pouco extenso, por sinal, ainda teve uma rápida execução de My Boo (Usher) antes de entrar em City of Gods e na épica Empire State of Mind (Part II) Broken Down. Foi ao som de Empire State of Mind que Alicia retornou ao palco principal, passando pelo corredor dos fãs. O momento catártico parecia até o encerramento da apresentação. Mas com tantos hits na manga, todos sabiam que viria muito mais. Não tardou para Girl on Fire, Fallin’ e No One fossem cantadas, sendo acompanhadas no sing along dos fãs. Alicia faz um daqueles shows que não nos dá vontade de ir embora do estádio. Se cantasse a noite toda, poucos ousariam ir embora do Allianz. Like You’ll Never See Me Again (com um trechinho de Purple Rain, de Prince) e If I Ain’t Got You deram minutos finais ao concerto, que ganhou uma versão bonitinha no Spotify. Ouça abaixo.

Scorpions apresenta Rock Believer e deixa hits para o fim em SP

Diferente do Helloween e Deep Purple, o Scorpions optou por uma estratégia mais ousada com o público brasileiro. No Monsters of Rock, que aconteceu no Allianz Parque, a banda alemã dedicou um quarto do show para o último álbum de estúdio, Rock Believer, lançado em 2022. Aliás, abriu a apresentação com um dos singles do disco, Gas in the Tank. Peacemaker e Seventh Sun não demoraram a aparecer também. E isso explica um pouco da frieza do público no início da apresentação.  O Scorpions, no entanto, tinha mais tempo disponível que Deep Purple e Helloween. E não quis desperdiçar a chance de estrear essas canções no Brasil.  Quem acompanha o Scorpions há tempos, sabe que essa estratégia é até uma forma de renovar os shows da banda. Das últimas vezes que veio ao Brasil, sempre dedicou um tempo da apresentação para tocar entre três e cinco músicas do álbum do momento. De preferência, do início para a metade do show. Clássicos mudam tom do Scorpions A partir de Bad Boys Running Wild as coisas mudam bastante de cenário. A banda que alcançou sucesso comercial mundial nos anos 1980 começa a gastar todo o seu repertório de sucesso. Wind of Change, também do clássico Love at First Sting, aparece um pouco depois. Dedicada ao povo ucraniano, pareceu até um recado para quem tenta imputar uma culpa ao país atacado. Ovacionados, Rudolf Schenker, Klaus Meine e Matthias Jabs, três dos membros da formação mais famosa do Scorpions, mostraram muita dedicação no palco. Sorridentes, agradecem o carinho dos fãs o tempo todo. Dos três, Klaus Meine é o que parece sentir mais o desgaste do tempo. A voz continua boa, ainda emociona, mas o vocalista parece um boneco de cera no palco. Mas nada que comprometa o produto principal. Rock Believer, do último álbum, veio isolada dos outros sons recentes. Veio entre os clássicos da banda. E funcionou bem dessa forma. É nítida ser a música que mais vingou do disco para o grande público. A reta final veio da forma como os fãs esperavam. Assim como nas últimas quatro vezes que vieram ao Brasil, Big City Nights, Still Loving You e Rock You Like a Hurricane vieram juntas, garantindo a apoteose do público. Impossível ficar parado com essa sequência.

Com tributo à MPB e clássicos, Deep Purple emociona em SP

O Deep Purple foi certeiro no setlist. Quinta banda a se apresentar no Monsters of Rock, que rolou neste sábado (22), no Allianz Parque, em São Paulo, a lendária banda inglesa abriu os trabalhos com Highway Star e deixou Smoke on The Water para a reta final, dois dos seus maiores hits.  No recheio dessa apresentação, Uncommon Man foi dedicada ao finado Jon Lord, enquanto When a Blind Man Cries ficou ainda mais potente ao vivo. Ian Gillian, aos 77 anos, não se rendeu ao playback. Segue firme e forte, apesar do desgaste natural. Simon McBride rendeu um fôlego ainda maior para os veteranos. Assumindo o lugar de Steve Morse, demonstrou muita personalidade no palco. Extremamente técnico, o músico de 44 anos fica muita à vontade no palco, parece companheiro de décadas. Ian Pace e Roger Grover estão envelhecidos na aparência, mas na disposição e técnica, nada mudou. É impressionante ver esses senhores de 74 e 77 anos, respectivamente, curtindo a apresentação do Deep Purple. O tecladista Don Airey, que já havia declarado seu amor pela música brasileira em entrevista ao Blog n’ Roll, fez um medley com Sampa, Brasileirinho, Tico Tico no Fubá e Meu Brasil, Brasileiro. Isso tudo misturado com um trecho de Mr. Crowley, clássico de Ozzy Osborne, que começa com o teclado de Airey. Aliás, o músico estava com um bonequinho de Ozzy em cima do instrumento. Perfect Strangers, Space Truckin’ e Smoke on the Water vieram na sequência do solo de Airey, que foi provavelmente um dos poucos que não ficou cansativo ao longo do festival. Hush e Black Night vieram nos acréscimos, quando boa parte do público já se deslocava para ir ao banheiro ou reabastecer de cerveja.

Helloween faz set curto e repleto de clássicos no Monsters of Rock

Quarta atração a subir no palco do Monsters of Rock, que aconteceu neste sábado (22), no Allianz Parque, em São Paulo, a banda alemã Helloween apresentou um set curto, com dez músicas apenas, priorizando os clássicos. Intercalando duetos de Andi Deris e Michael Kiski com ambos sozinhos na linha de frente, o grupo de power metal iniciou o show com uma trinca de peso: Dr Stein, Eagle Fly Free e Power. Das dez músicas apresentadas no show, somente três vieram dos últimos oito álbuns lançados de 2000 para cá: Best Time, Future World e If I Could Fly. Mas, mesmo essas mais “recentes”, foram muito bem recebidas pelos fãs. Heavy Metal (Is the Law), com Kai Hansen assumindo os vocais, também fez a plateia vibrar bastante. Forever and One, com Andi Deris e Michael Kiski sentados no banquinho, garantiu um momento mais emocionante para o público, que acompanhou a canção no coro do início ao fim. I Want Out deu números finais para a apresentação, deixando os fãs extasiados. Sem dúvida alguma foi um dos momentos mais empolgantes de todo o festival. O Helloween retornou ao Brasil menos de um ano de sua última apresentação, mas comprovou mais uma vez que os retornos de Kiski e Kai Hansen, em 2016, foi a decisão mais importante que o grupo poderia ter tomado.

Jack Johnson promove luau no Espaço Unimed com surpresas no set

O cantor havaiano Jack Johnson transformou o Espaço Unimed, em São Paulo, em um grande luau, na noite de quarta-feira (18). O mar estava projetado nos vídeos do telão, a trilha sonora em perfeita sintonia, só faltou a areia mesmo. No palco, o músico apresentou o oitavo álbum de estúdio, Meet the Moonlight (2022), que foi lembrado três vezes com os singles Costume Party, Don’t Look Now e One Step Ahead. Para quem acompanha a turnê é interessante notar como o havaiano altera frequentemente o repertório, além de inverter a ordem das faixas. Nada é programadinho como 99% dos shows internacionais que vêm ao Brasil. A alteração frequente está muito ligada à proposta do show. Não à toa, ele pergunta aos fãs se alguém quer pedir alguma música. Com um deles, Johnson brincou. “Desculpa, eu não consigo ler. Tenho 47 anos e estou sem óculos”. Quem prestou bem atenção nos medleys apresentados por Jack Johnson, certamente reparou nos covers. Mungo Jerry, Jimi Hendrix, Sublime, Pink Floyd, The Wailers, entre outros. O momento luau também pode ser reparado quando chamou Rogê, que havia acabado de fazer um ótimo show de abertura, para uma jam. Foram duas músicas juntos, Sunsets for Somebody Else e Big Sur, ambas intercalando versos em inglês e em português. Os hits marcaram os momentos de mais sinergia entre artista e público. Sitting Waiting, Wishing, Upside Down, Good People e Banana Pancakes foram algumas das destacadas. Vale destacar que a banda é extremamente técnica. O tecladista e gaiteiro Zach Gill rouba a cena em vários momentos, seja com os solos ou indo para a frente do público. Na reta final, já no bis, Time Like These, seguida por Do You Remember, ganharam versões acústicas. Com o retorno da banda, Jack Johnson finalizou o show com o mega hit Better Together.

Dono da festa, Slipknot entrega hits e pirotecnia no Knotfestival

Headliner da noite e dono do Knotfestival, o Slipknot não poupou esforços para entregar o melhor do evento. Pirotecnia, iluminação diferenciada e performances de tirar o fôlego são alguns dos pontos a se destacar. Além disso, o Slipknot focou mais nos hits no Knotfestival, preterindo os elogiados álbuns We Are Not Your Kind (2019) e The End, So Far (2022), ambos com apenas uma canção cada no repertório. Com 15 músicas no set, o Slipknot não desperdiça o tempo. Começa com a animada Disasterpiece, antes de emendar o sucesso Wait and Bleed. Sulfur e Before I Forget, ainda no início, mostraram que o objetivo era entreter do começo ao fim. E o Slipknot conseguiu com maestria. Enquanto Corey Taylor exerce bem a função de frontman e porta-voz da banda com o público, o baterista Jay Weinberg, que teve passagens por Madball e Against Me! antes de se consolidar no Slipknot, é o responsável por deixar os fãs boquiabertos com sua performance explosiva. The Dying Song (Time to Sing), do The End, So Far, foi muito bem recebida pelo público. Apesar de mais recente, a faixa já estava na ponta da língua de todos. Knotfestival tem tudo para retornar em 2023. E pode ter certeza que ninguém vai se incomodar em receber o Slipknot todo ano em São Paulo. O público estará lá sempre. Não é só música, é entretenimento, tal como o Kiss proporciona há décadas. Setlist Disasterpiece Wait and Bleed All Out Life Sulfur Before I Forget The Dying Song (Time to Sing) Dead Memories Unsainted The Heretic Anthem Psychosocial Duality Custer Spit It Out Bis People = Shit Surfacing