Crítica | Complete Control – Misery Index

Os americanos do Misery Index podem não ser tão populares aqui no Brasil, mas é uma das melhores bandas podronas do mundo atualmente. Exagero? Então ouça torpedos como Rituals of Power (2019, já resenhado por aqui) ou Discordia (2006). A precisa mistura de death metal com grindcore que o grupo executa é quase impossível de ser ignorada. Complete Control, lançado em maio último, é o sétimo álbum de estúdio desses miseráveis, e tal como os anteriores, é uma aula de destruição sonora capaz de causar náuseas nos mais sensíveis. É impossível em uma análise do Misery Index não mencionar o batera Adam Jarvis, pois o cara toca como uma besta, seguramente um dos principais músicos do estilo em todos os tempos. Mark Kloeppel divide os vocais com o baixista Jason Netherton com resultados brutais, inclusive nos violentos riffs de guitarra, que carregam ainda uma certa influência HC. Com tudo isso, é se preparar para a tempestade de metal extremo que encontramos em faixas como The Eaters And The Eaten, Complete Control, Rites of Cruelty e Necessary Suffering. Brutal e impiedoso, assim é o Misery Index. Complete ControlAno de Lançamento: 2022Gravadora: Century Media RecordsGênero: Death Metal/Grindcore Faixas:1-Administer The Drag2-The Eaters And The Eaten3-Complete Control4-Necessary Suffering5-Rites of Cruelty6-Conspiracy of None7-Infiltrators8-Reciprocal Repulsion9-Now Defied!

Crítica | Abysmal Decay – Verthebral

Antes de tudo, quando se fala em heavy metal, o Paraguai pode não ser o país mais lembrado. Mas isso não significa nada quando ouvimos o quarteto Verthebral, que em seu álbum de estreia, Regeneration (2017), atordoou os ouvidos dos deathbangers com seu cáustico conteúdo. Do mesmo modo, a história se repete em Abysmal Decay, seu segundo petardo, lançado em 2019. Em resumo, Cristhian Rojas (baixo e voz), Denis Viveros (bateria), Daniel Larroza e Alberto Flores (guitarras) deixam claro qual o estilo do grupo. É death metal tradicional, como se tocava na Flórida em meados dos anos 1990. Aliás, Morbid Angel, Monstrosity, Death e Obituary são as influências mais óbvias no trabalho dos paraguaios, vide o timbre das guitarras e os guturais de Rojas. Contudo, os riffs de guitarra deixariam Chuck Schuldiner orgulhoso. Ademais, o material do Verthebral foca na clássica abordagem da primeira fase do death metal, que consiste em andamento veloz dividindo espaço com passagens lentas e mórbidas, tudo embalado com temáticas obscuras, tão caras ao estilo. Diante desse quadro, é cerrar os dentes e banguear como um louco em números bestiais como Ancient Legion, Isolation Room, Sweet Home Illusion, My Dark Existence e Testimony of Hate, músicas recheadas com todas as características citadas acima e, por isso, cairão como uma bomba atômica na mente dos amantes do metal extremo. Abysmal DecayAno de Lançamento: 2019Gravadora: Transcending Obscurity RecordsGênero: Death Metal Faixas:1-Ancient Legion2-The Art of Perversion3-Abysmal Decay4-Isolation Room5-Coronation of Envy6-Abscence of a God7-Sweet Home Illusion8-Obsidian Tears9-My Dark Existence10-Testimony of Hate

Crítica | Into The Catacombs of Flesh – Fleshcrawl

A Alemanha possui uma vasta tradição no thrash metal (Sodom, Kreator) e no heavy tradicional (Helloween, Accept). E quanto ao death metal? Morgoth, Crematory, Obscenity e Defeated Sanity são nomes fortes do death germânico. E, claro, o Fleshcrawl, que já se aproxima dos 30 anos de estrada, sendo seu primeiro álbum, Descend Into The Absurd, do longínquo 1992. E esses animais só produziram coisa boa, haja visto os ferozes Made of Flesh (2004) e Bloodred Massacre (1997), para citar apenas dois. Um hiato separou o lançamento de Structures of Death (2007) e Into The Catacombs of Flesh, liberado em 2019. Os 12 anos não foram suficientes para deter a fúria dos alemães, muito pelo contrário, pois Catacombs é um verdadeiro soco na cara do ouvinte, tamanha brutalidade. Esqueça vozes limpas, partes acústicas ou qualquer outra suavidade do tipo. Aqui temos o mais violento e sujo death metal, como a faixa-título deixa bem claro na abertura do álbum, deixando o fã com uma pálida ideia do que está por vir. Original Apesar de não se parecer demasiadamente com nenhuma outra banda, conseguimos notar o toque europeu no som do Fleshcrawl, especialmente na timbragem das guitarras e nos guturais certeiros de Sven Gross, um mestre na arte de vomitar. E tome cacetadas na fuça como as doentias Grave Monger, Ossuary Rituals, Mass Oblitertion, Chained Impalement e Suffer The Dead, que elevam Into The Catacombs of Flesh a uma posição de glória na carreira desses alemães. Acredite, não é para qualquer um. Portanto, vá escutar agora e tome muito cuidado com seu pescoço, o estrago será grande. Into The Catacombs of FleshAno de Lançamento: 2019Gravadora: Apostasy RecordsGênero: Death Metal Faixas:1-Into The Catacombs of Flesh2-Mass Obliteration3-Ossuary Rituals4-Funeral Storm5-Grave Monger6-Chained Impalement7-Law of Retaliation8-Obliteration Bizarre9-Red Strems of Sorrow10-Of Frozen Bloody Grounds11-Suffer The Dead12-Among Death And Desolation

Crítica | Terra Mortuus Est – Katalepsy

Pura brutalidade russa. É assim que podemos definir o Katalepsy, formado em Moscou, em 2003, que acaba de lançar a sua terceira bomba nuclear, o cáustico Terra Mortuus Est, pela sempre magnífica Unique Leader Records. O grupo já tinha chamado atenção do underground com os ultra-doentios Autopsychosis (2013) e Gravenous Hour (2016). Em suas 11 faixas, Terra Mortuus Est parece redefinir nossos conceitos sobre agressão e extremismo. O outrora slam recebeu um reforço de groove em algumas faixas, mas isso não deixou o som menos pesado, longe disso. Faixas como Night of Eden, Those Who Rot The Souls, The God of Grave e No Rest No Peace estão entre as mais violentas de 2020, por mais que você já tenha lido isso nessa coluna por diversas oportunidades. Os vocais são guturais ao limite, e as guitarras parecem ter cordas de doze toneladas, tamanha distorção e peso arrancados da produção. Comparando com trabalhos anteriores, Terra Mortuus Est é o mais variado álbum do Katalepsy, embora não fuja do estilo tradicional e nem apresente mudanças drásticas (thank god). Se o leitor gostou dos dois álbuns anteriores, esse novo lançamento já entra em cena com o jogo ganho, é cair sem medo. E quem tem os ouvidos muito sensíveis, melhor não chegar perto por questões de segurança. Terra Mortuus EstAno de Lançamento: 2020Gravadora: Unique Leader RecordsGênero: slam/technical death metal/groove metal Faixas:1-Closer Than Flesh2-Night of Eden3-Those Who Rot The Souls4-The God of Grave5-Terra Mortuus Est6-Kings of The Underground7-Deep Down Madness8-No Rest No Peace9-From The Dark Past (They Come)10-Neonomicon III11-Land of Million Crosses