Agentss, projeto seminal do pós-punk brasileiro, tem obra relançada em vinil

O Big-Bang do Pós-Punk Paulista. Um projeto nascido no começo dos anos 80 em uma São Paulo industrial, sob uma ditadura militar e com ambições de buscar novos caminhos na música brasileira. Assim foi a Agentss, banda seminal do pós-punk brasileiro e que, com seu olhar futurista, trouxe canções que soam modernas e vanguardistas quarenta anos depois de suas gravações originais. Agora, a obra do grupo é relançada em dois LPs de 12″ com as gravações de estúdio originais lançadas em compacto junto de gravações ao vivo restauradas. O disco está em pré-venda no site da Nana Nada Discos e no dia 5 de junho chega para audição no Bandcamp do selo. “O primeiro passo foi digitalizar as fitas. Tinha rolo de 1/4″ e cassetes. Nesse processo o medo é que a fita rompa ou descasque. Felizmente estavam em boas condições. Uma vez digitalizado escutamos tudo várias vezes e escolhemos o que entraria no LP, respeitando a limitação de tempo suportado. Com as músicas e a ordem das mesmas escolhidas, a masterização ficou a cargo do Homero Lotito da Reference Mastering Studio”, conta Miguel Barella, guitarrista e co-fundador da banda.  Membro do Blue Beast, Miguel recentemente viu outro projeto seu, o Ratos do Beco, ganhar um trabalho sonoro e histórico parecido. Esse olhar pro passado inspira os caminhos que ele faz no presente. “Foi muito legal relembrar os shows e coisas da época. Ficamos surpresos com as músicas em termos de composição e arranjos, tudo muito na frente do tempo”, reflete ele. Com um núcleo formado por Barella, Kodiak Bachine (vocal, teclados e synths) e Eduardo Amarante (guitarra), a Agentss existiu entre 1981 e 1983 e tiveram a colaboração de Thomas Susemihl (baixo), Elias Glick (bateria), Lyses Pupo (baixo), Luiz Portela (baixo), Armando Tibério (bateria) e Roberto L. Antonio (bateria).  O curtíssimo tempo do projeto não diminui o impacto de inspiração para uma geração de artistas que tiveram, além de fomentar uma cena em criação. Fruto do porão da casa de Miguel, onde também passariam projetos como a Gang 90 & Absurdettes e os Voluntários da Pátria, a Agentss é um retrato de uma São Paulo do começo dos anos 80. A banda ganha agora uma edição luxuosa de sua obra em um vinil com encarte com extenso trabalho de pesquisa, fotos e depoimentos de artistas como Thomas Pappon (Fellini, Voluntários da Pátria), Andrez Castilho (Sócio Fundador do Carbono 14), RH Jackson (produtor, Low Key Hackers), Sandra Coutinho (Mercenárias), Clemente (Inocentes e Plebe Rude), João Gordo (Ratos de Porão), entre outros Esse é um lançamento da Nada Nada Discos disponível para compra online no site do selo e para audição no Bandcamp.

Plebe Rude lança novo álbum e anuncia turnê; ouça Evolução Vol.II

A Plebe Rude lançou a segunda parte do projeto Evolução, que teve início antes da pandemia e foi interrompido devido a pausa nas atividades do setor cultural e de eventos. O álbum Evolução Vol. II, disponibilizado nesta quarta-feira (22), nas principais plataformas digitais, fecha um ciclo na trilha sonora do musical sobre a evolução humana. Ao todo, o projeto conta com 28 músicas. “Foi uma experiência fantástica compor não só pensando na linha evolutiva do homem, mas também em coreografia, movimentação de palco, imagens projetadas ao fundo e cenografia”, revela o vocalista Philippe Seabra, que já tinha experiências anteriores com trilha sonora, o que facilitou estabelecer tanto narrativa, quanto dramaticidade ao espetáculo. “Com momentos orquestrados, interlúdios eruditos, rock clássico se mesclando com o punk, percussão norte-africana, duas músicas com mais de 10 minutos e trechos que teriam que ter a voz de uma criança, valia de tudo em Evolução”. Evolução Vol.II soma-se ao Evolução Vol.I num álbum duplo temático produzido e gravado por Seabra no Estúdio Daybreak, em Brasília. Com participações de Walter Casagrande Jr., Jarbas Homem de Mello, Fabio Yoshihara, Dani Buarque e Ana Carolina Floriano, o disco passeia por eventos tão díspares da humanidade quanto os estilos musicais apresentados por ele. Mas o vocalista afirma que o recado de Evolução é simples: Se a nossa herança da Terra foi por acaso, a nossa passagem pelo universo é um grão de areia. E faz uma reflexão sobre a situação política atual no país. “Esse momento esdrúxulo no Brasil da ascensão da extrema direita que a democracia conseguiu sobreviver então, é uma molécula nesse grão e no arco do tempo, e será visto e julgado pela história apenas como lapso, uma aberração na linha evolutiva. O arco do universo moral é longo, mas se inclina em direção à justiça. Mas a eterna vigilância continua sempre necessária”. Para divulgar o lançamento, a Plebe Rude tem uma turnê marcada, com estreia na próxima sexta-feira (24) no Circo Voador, no Rio de Janeiro. A banda tem datas confirmadas também em Belo Horizonte (25), São Paulo (08 e 09/04), Jundiaí (28/04), Campinas (29/04), Contagem (13/05) e Curitiba (15/07). “Finalmente voltaremos para a estrada! E com material novo! Isso no dá o maior gás. Podem esperar uma Plebe com todos os hits, coisas do Evolução e outras surpresas”, adianta o baixista André X. “Temos uma grande expectativa em tocar as músicas ao vivo e ver a reação dos ‘plebeus’. Tem coisa lá que é muito teatral, muito cinematográfica (foi feita para o palco!) e outras que são de um estilo diferente do usual da Plebe. Vai ser interessante ver a reação da plateia”, completa.

Shame faz som mais limpo, mas não menos barulhento em Food For Worms

Para os amantes de um bom punk rock, o Shame divulgou nesta sexta-feira (24), o álbum Food For Worms, terceiro trabalho do grupo em estúdio. O novo disco da banda conta com uma missão bem complicada de ser equivalente aos ótimos Songs of Praise (2018) e Drunk Tank Pink (2021), mas consegue cumprir seu papel ao longo de suas 10 faixas. Food For Worms Focado em letras melancólicas, Food For Worms não deixa de ser menos barulhento por conta disso, pelo contrário, as guitarras do Shame seguem brilhantes em todo o decorrer das músicas. Destaque para Six-Pack e Yankees, que fazem o início do trabalho algo bem interessante. Com canções trazendo mensagens mais tocantes e abordando temas sensíveis, a banda mostra que abriu todo o seu coração para a produção do disco. Em resumo, fazer a junção disso com instrumentais pesados mostra o motivo do grupo, assim como o Idles, estar tão em evidência no cenário punk mundial. A diferença de Food For Worms para seus antecessores é que o grupo deixou de ser mais experimental e cru, para trazer canções melhores produzidas. O que funciona de certa forma. A bateira é um dos instrumentos que consegue ter muito mais destaque neste novo álbum. A sorte fica para quem conseguir ir nesta próxima turnê de divulgação. Com faixas explosivas e ao mesmo tempo sensíveis, o Shame tem tudo para fazer ótimos shows mundo a fora.

Cracker Island: Gorillaz traz bons feats em seu disco mais coeso da nova fase

O Gorillaz trouxe nesta sexta-feira (24), seu oitavo disco de estúdio, intitulado Cracker Island. O álbum conta com 10 faixas e vêm com parcerias inesperadas como Thundercat, Tame Impala e Bad Bunny. Cracker Island Em síntese, o novo trabalho da banda virtual remete muito as suas três últimas produções (Humanz, The Now Now e Song Machine, Season One: Strange Timez), ainda assim, Cracker Island traz a particularidade de ser mais coeso que os demais. Por exemplo, em Humanz, o grupo se perde na musicalidade ao longo das 26 canções presentes. Aqui, a banda foca em seu ritmo próprio – uma mistura meio indie-funk – e vai até o fim com ele, fazendo pequenos ajustes entre as canções para não soar repetitivo. Aliás, os feats são essenciais para as partes do álbum serem únicas. Beck em Possession Island e Adeleye Omotayo na poderosa Silent Running fazem muito bem o papel de coadjuvantes para que 2-D e cia consigam brilhar. Já em Tormenta, onde o reggaeton toma conta, o Gorillaz deixa Bad Bunny brilhar, muito em função do momento em que vive o artista. Resumindo, Cracker Island revê os erros dos discos anteriores dessa nova fase do grupo e se adapta. Contudo, acaba sendo menos eclético que os outros, o que pode causar certa estranheza para os mais acostumados com o som do Gorillaz ultimamente. Com primeiras impressões muito positivas por parte da crítica mundial, o álbum que contribui ainda mais para o universo musical próprio criado por Damon Albarn, tem tudo para concorrer em algumas premiações durante o ano.

João Gordo lança Brutal Brega, disco de releituras da música brega

O vocalista João Gordo (Ratos de Porão) lançou, nesta quinta-feira (6), o álbum Brutal Brega. Realizado em parceria com o produtor Val Santos (Toyshop, Viper), o disco é um divertido tributo à música “brega”, contando com clássicos da música brasileira transformados em versões punk rock. O projeto surgiu como uma brincadeira durante a pandemia: Val Santos começou a desenvolver as versões por diversão, e quando João Gordo ouviu as músicas, se interessou no projeto. Em pouco tempo, os dois haviam gravado dezenas de versões juntos e formado um disco. As músicas incluídas foram escolhidas pela forte memória afetiva que a dupla tinha pelas canções, originalmente lançadas por artistas como Sidney Magal, Reginaldo Rossi, Ângelo Máximo, Jane e Herondy, e muitos outros. Entre as 12 faixas do disco, estão os singles que já haviam sido lançados – como Fuscão Preto e Tô Doidão – e outros clássicos, como Amante Latino e Domingo Feliz. O disco também mostra um outro lado de João Gordo, em faixas como a romântica A Namorada Que Sonhei e o dueto Não Se Vá, com a atriz Marisa Orth. O álbum também está disponível em CD, com duas faixas bônus exclusivas: Doces Beijos (Menudo), e Sandra Rosa Madalena (Sidney Magal). Shows do projeto Brutal Brega estão sendo planejados para 2022, e também 2023 – o projeto já está confirmado no lineup da primeira edição do festival Summer Breeze Brasil, que acontecerá em abril.

Capa do novo disco de Beyoncé tem referência revolucionária

Beyoncé e Lady Godiva

Beyoncé anunciou seu primeiro álbum solo em seis anos, Renaissance, que tem uma missão difícil a cumprir: suceder o icônico Lemonade, premiado disco da diva pop que a colocou no caminho da música com significado social. Portanto, para começar bem os trabalhos, a cantora revelou nas redes sociais, a arte de capa do novo disco. Nela, Beyoncé aparece sentada em um cavalo brilhante, vestindo um acessório prateado. Referências na capa de Beyoncé Buscando referências para o trabalho, fãs notaram a semelhança da capa com a pintura Lady Godiva, feita por John Collier no século 19. A lenda que cerca Lady Godiva diz muito sobre o trabalho persuasivo de Beyoncé contra a desigualdade social, conforme já proposto no primeiro single Break My Soul, onde questiona o poder do capital na sociedade. Lady Godiva subiu em um cavalo nua e galopou pela cidade, em protesto contra o governo autoritário que queria aumentar impostos com aval de seu marido, que era Duque. A princípio, ela pediu ao marido que suspendesse o aumento, poupando os camponeses de mais sofrimento. No entanto, o Duque “apostou” que só o faria se a esposa andasse nua a cavalo pela cidade. O reconhecimento da miséria local a conduziu ao gesto de ousadia, que resultou na suspensão dos impostos. Era Renaissance Em nota, Beyoncé revelou que a criação do novo álbum foi um “espaço para sonhar e encontrar escape durante um momento assustador para o mundo”. Acima de tudo, Bey revelou que por meio do disco se sentiu “livre e aventureira” em uma fase onde tão pouco se movia, em meio à pandemia. “Minha intenção é criar um espaço seguro, um lugar sem julgamentos. Um lugar para ser livre do perfeccionismo”. Renaissance tem lançamento previsto para 29 de julho. Confira a postagem original de Beyoncé neste link.

Arthus Fochi reúne Chico Chico, Duda Brack, entre outros em “Ano Sabático”

Um disco feito de encontros. Assim é Ano Sabático, que chega às principais plataformas após uma sequência de singles unindo o cantor e compositor Arthus Fochi com parceiros musicais para interpretarem juntos canções inéditas de seu repertório autoral. Iniciado em 2017, o projeto se conclui em um momento simbólico, em que estar junto significa ainda mais. O lançamento digital será acompanhado, em breve, do formato físico em vinil, através do selo Cantores del Mundo. Ano Sabático dá forma ao caráter colaborativo do trabalho de Arthus Fochi, cuja produção solo e independente ganha novos contornos na troca com parceiros em nível regional, nacional e até internacional. Os nomes e as origens diversas de José Delgado (Venezuela), Lívia Nestrovski (EUA), Fred Ferreira (Portugal), Juliana Linhares (RN), Duda Brack (RS), Tyaro (PE), Déa Trancoso (MG), Qinhones, Ana Frango Elétrico, Chico Chico, Júlia Vargas e Ivo Vargas (RJ) comprovam a identidade plural do disco, um caleidoscópio sonoro onde ritmos tradicionais e folclóricos do Brasil e da América Latina se encontram com sintetizadores, em arranjos e produção assinados a seis mãos: Gui Marques, o baterista Gabriel Barbosa e o próprio Arthus. “A ideia do disco era botar para jogo minhas composições, oferecer a cada uma das participações as minhas últimas músicas compostas. Cada amigo dessa aventura recebeu algumas músicas para escolher, com exceção de alguns que já sabiam o que iriam cantar (risos). A proposta estética do disco era percorrer alguns ritmos da América Latina, incluindo o Brasil obviamente, mas fazendo isso de uma forma mais moderna, usando synth, pensando em alguns arranjos mais polifônicos, misturando com jazz, rock, enfim, algo que saísse além do lugar folclórico e que jogasse nas letras o valor poético de cada uma”, resume Arthus, ele próprio radicado atualmente na Dinamarca. Ano Sabático transforma em música colaborativa canções ou poemas escritos por Fochi, já publicados ou inéditos. Cada convidado contribuiu lírica e musicalmente, o que resultou em uma composição a múltiplas mãos, nascida de forma orgânica dos relacionamentos cultivados por Arthus ao longo de sua carreira. Os singles lançados ganharam webclipes onde a intimidade criativa transparecia e transbordava. Além dos intérpretes, aparecem nas faixas instrumentistas como os mestres dos sopros Yuri VIllar (sax soprano), Scott Hill (sax alto) e Pedro Paulo Junior (trompete e flugelhorn). Tudo gravado e mixado por Guilherme Marques e masterizado por Bruno Giorgi.

Entrevista | Scalene – “Talvez Labirinto seja o último álbum mesmo”

A banda Scalene lançou Labirinto, o seu quinto álbum de estúdio, nesta sexta-feira (11). Nas redes sociais, a banda deu a entender que esse seria um provável fim. Portanto, conversamos com o vocalista, Gustavo Bertoni, que explicou a situação. “Eu realmente não sei, não tem nem o que esconder, eu só não tenho o que falar. Os últimos anos foram muito intensos para a banda, e a gente já existe há 12 anos. É natural que a vida te leve para outros caminhos. Talvez a gente só precise de umas férias, talvez a gente só precise de um hiato”. “A morte simbólica está muito presente nesse disco, não a morte literal, mas a gente deixar morrer aspectos nossos para que o novo nasça. Então, acho que talvez seja o último álbum mesmo, porque sempre é o último álbum, a gente nunca é o mesmo depois de lançar um álbum. Talvez, definitivamente, é o último álbum da banda que a gente foi até hoje”, finalizou. Confira abaixo a entrevista na íntegra: Como foi o processo criativo do novo álbum Labirinto? E como foi juntar diferentes propostas em um só álbum? As ideias para esse disco começaram lá em 2019, pré-pandemia. Assim que a gente lançou Respiro, a gente já começou a entender o que seria um provável caminho para esse álbum. Por ter começado tão cedo, a gente conseguiu desde o início alinhar muito bem a nossa expectativa e influências para esse álbum, nossas intenções, buscas. Então, a pesquisa para esse álbum foi a mais bem organizada e alinhada que a gente já fez, isso envolvendo todas as artes, tipo cinema, literatura, muita coisa que a gente foi trazendo por caldeirão. O apelido do álbum era Noir, que é um movimento do cinema, mas também já traz muita coisa consigo nesse nome, coisa da noite, escuridão, sombras e tal. Então, a gente ficou chamando esse disco de No ir durante um bom tempo, até chegarmos em Labirinto. Foi um processo de mergulho interno muito profundo, a gente brincou muito com a frase “iluminar os becos da alma”, a gente queria muito entender a nossa sombra, escuridão, na busca de se tornar quem se é mesmo. Acho que esse disco, de uma forma mais intensa que antes, tem um certo se jogar no abismo, pular do precipício e se jogar na escuridão de nós mesmos. Então, foi muito intenso, nem sempre foi bonito e fácil, mas trouxe muita novidade para a nossa vida. Por ele ter esse teor muito denso e introspectivo, a gente queria que a gente compensasse isso no som. É um disco vigoroso, extrovertido, as letras e os temas são mais introspectivos mas é um disco, para os padrões Scalene, intenso. É um disco que dá a cara a tapa, a gente focou muito nisso, na produção também, não é um disco tímido, acho que essa é a palavra, eu não queria que fosse um disco tímido, eu queria que a gente abraçasse quem a gente é, em nossa totalidade, em belezas e imperfeições, luz e sombras. Então, acho que é um disco muito completo e talvez seja o disco mais Scalene que a gente já tenha feito, estou com muito orgulho dele. Esse álbum sai um pouco do que a Scalene está acostumada a fazer. Como você descreve essa nova fase da banda e o que fez vocês decidirem sair da zona de conforto? A gente sempre sai da zona de conforto. Acho que esse é o nosso quinto ou sexto álbum, tirando os EPs e DVDs do meio do caminho. Então, a gente sempre sai da nossa zona de conforto, o desafio nesse álbum de algumas formas, por mais que ele tenha várias novidades, foi retomar o rock. Quando você está sempre saindo da zona de conforto, sair da zona de conforto é estar na zona de conforto. Se desafiar nesse álbum, significava também insistir em certas coisas, não só mudar, acho que a insistência em coisas que você já é, já faz é um grande desafio também, especialmente, para uma banda que está acostumada a estar sempre mudando, então, a gente quis focar nisso também. Tem muitos elementos eletrônicos nesse álbum, que foi uma novidade para a gente. Tem mais uso de sintetizadores, então, como sempre foi realmente um passo em novos territórios mas também foi uma retomada de muita coisa. O nosso último álbum foi super MPB, super acústico, e o outro álbum de 2017 era roqueiro mas também era bem brasuca. A gente acho que voltou para algumas coisas de um rock que a gente fazia no início da carreira, só que com a maturidade de hoje em dia. Acho que tem temas nesse álbum que a gente já falava sobre, só que eu sinto que agora a gente viveu na pele essas coisas. As questões filosóficas e existenciais da discografia do Scalene acho que eram muito poéticas e eram muito sobre a curiosidade de viver essas coisas, agora acho que a Scalene viveu isso, faz parte nós. Então, as questões filosóficas e existências estão mais internalizadas, acho que ele fica mais potente, sincero. As faixas que integram o álbum vão mostrar assuntos tratados ao longo da história da Scalene. Tem alguma canção que vocês estão mais receosos de expor para o público? Não tem nenhuma canção que traga algum receio, acho que estou bem confortável com todas as letras. Tem uma música que é mais maluca sonoramente, então, rola uma curiosidade do quão louco as pessoas vão achar que isso é. Por que sempre que a gente lança uma coisa as pessoas acham muito diferente, para gente já não é, porque a gente já está acostumado com aquilo, a gente está convivendo com aquelas ideias durante anos, às vezes chega de uma forma muito nova mas para gente já é familiar. Então, às vezes rola um pouco dessa curiosidade, não chega a ser um receio de tipo, “será que a gente fez muita loucura aqui ou as pessoas vão entender?”. Liricamente, pelo