Gui Schwab e Jonavo lançam composição dedicada ao Pantanal

Gui Schwab e Jonavo (leia-se Jônavo) são parte da seara de músicos brasileiros que cultivaram o talento do canto, da composição e da execução de múltiplos instrumentos. Os artistas se conheceram em 2014, quando ambos faziam parte de bandas com uma musicalidade em comum: o pop rural (ou, como também é chamado por aí, o folk pop brasileiro). O gênero que mistura rock com pop, MPB com folk, misturou também Rio de Janeiro com Mato Grosso do Sul. E foi a partir desta afinidade que eles se reaproximaram em 2020, em meio à pandemia, para começar a colher canções. Resultado deste reencontro, Só no Pantanal é uma das composições dos dois escolhidas para selar a união entre um violeiro fluminense e um violonista sul-mato-grossense, espaços que ocupam de forma inusitada e curiosa. Ademais, é o segundo single do álbum Respirar, que Schwab lançará no segundo semestre. Nas vozes de Gui e Jonavo, a faixa poderá ser conferida no dia 18 de março, em todas as plataformas de streaming, nos perfis dos dois artistas. “A viola é um instrumento muito típico da região onde Jonavo foi criado, enquanto o violão é um instrumento mais urbano, é mais normal para um músico do Rio de Janeiro. No entanto, descobri nele um grande violonista enquanto eu sempre estive atento ao som dos violeiros pantaneiros para poder reproduzir essa sonoridade”, conta Schwab, que sempre teve uma queda forte pelo mundo rural e encontrou no novo amigo um grande parceiro de composição. Só no Pantanal começou a ser composta por Jonavo em 2020, diante das terríveis queimadas que assolaram o bioma sul-americano. O cantor, compositor, violonista e bandolinista que, até então, nunca tinha composto um chamamé – estilo musical tradicional de sua região – se viu inspirado pelas tristes cenas transmitidas pela TV. De forma despretensiosa, rabiscou as primeiras palavras lembrando de suas experiências descendo o Rio Paraguai rumo à Serra do Amolar. Com um esboço de melodia gravada com uma guitarra desplugada, enviou o rascunho em seguida para o amigo. “Me mudei para São Paulo dez anos atrás sem querer carregar o estigma de artista regional. Meu trabalho foi baseado no folk. Aprendi a tocar músicas da minha terra morando fora e, numa turnê pelos Estados Unidos, confirmei a máxima do (escritor Leon) Tolstói em que ele diz que, se você quer ser universal, fale da tua aldeia: quando toquei um chamamé, todo mundo me enxergou. Na pandemia, voltei para Campo Grande e senti uma enorme reconexão com minha terra”, diz Jonavo.

Com instrumento de sopro dos aborígenes australianos, Guilherme Schwab lança Respirar

Respirar é o que todos nós queremos”, diz Gui Schwab ao falar do seu novo single que chegou nas plataformas digitais nesta sexta-feira (21). A palavra também resume o anseio de todo planeta por uma nova era onde todos possamos viver com mais tranquilidade. Composta em parceria com o amigo e cantor campo-grandense Jonavo, Respirar é o primeiro single do novo álbum homônimo. Influenciados pelas notícias sobre a crise climática e a pandemia, surgiu, durante o isolamento, a ideia de relacionar os assuntos utilizando metaforicamente frases que lembram previsões do tempo e a ‘tempestade’ pela qual todos passamos como um processo de transformação. “Respirar é sobre estar vivo e olhar para o futuro de forma positiva, com fé e esperança. É sobre a importância de cuidar do planeta, respeitar a natureza e sua força implacável”, comenta Schwab. Aliás, o arranjo tem elementos do pop, rock, folk e traz os teclados e synths de Rodrigo Tavares preparando o terreno para o Didgeridoo de Gui Schwab dar o tom na introdução. De acordo com o artista, “o Didge tem tudo a ver com a canção, pois é um instrumento de profunda conexão com o meio ambiente”. Instrumento utilizado por Schwab Esses instrumentos são tradicionalmente feitos a partir de galhos ou troncos de eucalipto que se tornaram ocos pela da ação de cupins; sendo assim, nenhuma árvore saudável é cortada e a maior parte do processo é feita de forma natural. Os povos originários da Austrália o consideram um presente da natureza. Além disso, a técnica fundamental para tocá-lo se chama Respiração Circular. Em resumo, ela consiste em puxar o ar sem parar de soprar, possibilitando ao músico tocar sem interrupções no som durante bastante tempo. A faixa conta ainda com a participação dos músicos Renan Martins na bateria e Ale Matias no baixo, além de piano acústico também tocado por Rodrigo Tavares. Os violões e guitarras foram gravados por Schwab e Juliano Cortuah que também assina a produção do trabalho gravado no estúdio Nave 33. Por fim, o som foi mixado por Vitor Farias e masterizado por Felipe Tichauer.

Entrevista | Guilherme Schwab – “O artista é uma ponte, a função é muito importante”

O cantor e multi-instrumentista Guilherme Schwab tem um rosto conhecido. Quem acompanhou a primeira temporada do SuperStar, na Rede Globo, em 2014, certamente lembrará de Guilherme no grupo Suricato, um dos finalistas do programa. Mas a carreira solo do carioca é tão empolgante quanto. Antes mesmo do programa colocar luz em cima do Suricato, Guilherme já possuía uma carreira em andamento. Pangea, o primeiro álbum, quase não teve divulgação, justamente por conta da seleção pelo SuperStar. Agora, ele chega com o EP Tempo dos Sonhos, com cinco faixas. “Acabei divulgando pouco (Pangea). Fiz uma mini-turnê no Sul, em janeiro de 2104. Depois fiz shows em Portugal. Mas aí, logo na chegada aqui, já pintou o SuperStar. Enfim, aí por um combinado da banda, na época, todo mundo deu prioridade. Mas ainda penso em disponibilizar sim. Ele foi lançado só em formato físico. Pretendo colocar (no streaming), talvez, não um disco inteiro, mas acho que algumas faixas sim”, comenta o músico. Sol-te Vencedor do Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock Brasileiro, em 2015, pela gravação do disco Sol-te com a Suricato, Guilherme Schwab trouxe uma bagagem ainda maior para o novo EP. Além do Suricato, ele também acompanhou músicos de renome como Erasmo Carlos, Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Luan Santana, entre outros. “É muito bacana observar. Estar ali não tendo uma carga de responsabilidade tão grande, muito diferente do posicionamento do músico e do artista, né? Então, como músico, você não tem uma responsabilidade tão grande. Você acaba tendo um pouco mais de distanciamento também. Então, você consegue observar mais, você é colocado em situações com artistas muito grandes, encara grandes papéis, em palcos enormes. Isso tudo te dá experiência”, argumenta Guilherme. Pesquisa Musical Em Tempo dos Sonhos, o violão é a pedra fundamental da obra. Mas o que não falta é pesquisa musical. Guilherme é um pesquisador nato de música. É inquieto e busca sempre uma sonoridade inovadora para acompanhar sua veia comercial. “São coisas que já venho trazendo na minha sonoridade há muitos anos. Muitas pesquisas musicais minhas, com didgeridoo, viola caipira, guitarra, como meu instrumento principal. Como instrumento é à ela que recorro quando tenho alguma dúvida”. Mas em faixas como Vem, Hora e Lugar, Seu Pra Sempre, Vamo Embora Viver, além da versão de Tocando em Frente, Guilherme Schwab desfila uma infinidade de instrumentos como weissenborn (violão havaiano), o hang drum (percussão original da Suíça) e o didgeridoo (instrumento musical oriundo dos aborígenes australianos). “O processo de gravação foi muito cauteloso. O Juliano (Cortuah), que é o produtor do disco, teve grande mérito. Muito de ter chamado ele foi justamente para conduzir esse processo. Às vezes tocar muitos instrumentos te deixa um pouco sem direção, talvez. E a gente combinou isso. O fato de tocar não pode atrapalhar, tem que ser uma ferramenta para ser utilizada com sabedoria. Acho que ele tem um papel fundamental”. Uma das gratas surpresas do EP é a versão de Tocando em Frente, de Almir Sater e Renato Teixeira. “É uma música que fala comigo muito profundamente, acho que não só comigo, mas com muitas pessoas, né? Acho que ela é quase unanimidade, então quando fiz a versão, nem pensei muito. Acho sempre arriscado fazer versões assim, ainda mais um clássico como esse. A Bethânia gravou essa música. Considero Tocando em Frente um hino, quase uma oração”. Juntos Pela Vila Gilda Guilherme Schwab é uma das atrações do Juntos Pela Vila Gilda, ação social do Blog n’ Roll em parceria com o Instituto Arte no Dique, que reunirá mais de 120 artistas em prol do Dique da Vila Gilda. No dia 25 de julho, os artistas farão pequenas apresentações e pedirão doações para a compra de cestas básicas para os moradores da Vila Gilda. “Cada um de nós é um elo dessa corrente. Eu não tenho nem palavras para definir o que a gente vê nos jornais sobre pessoas ricas, que não precisam, mas recebem o auxílio, enquanto algumas pessoas que passam fome não estão conseguindo receber. O artista é uma ponte, a função é muito importante. Escolhemos Alagados, do Paralamas, que tem tudo a ver com o Dique da Vila Gilda, além de outra canção do disco, Vem, para que mais pessoas possam conhecer meu trabalho autoral”.

Guilherme Schwab promove live no Nikity Sunset

Nesta terça-feira (30), às 17h, vai rolar uma live com o cantor e multi-instrumentista Guilherme Schwab. Estarão presentes a musicista Marcella Albernaz, o percussionista Junior Moraes e Fábio Lessa (diretor musical da Preta Gil). Na live, o cantor irá apresentar músicas que marcaram sua carreira, bem como as inéditas que fazem parte do seu novo EP, Tempo dos Sonhos. A apresentação faz parte do projeto Nikity Sunset em prol dos profissionais de cultura de Niterói, no Rio de Janeiro. As apresentações do evento online têm em seu formato o encontro de dois nomes da cena musical de Niterói, com transmissão pelo canal oficial do projeto Nikity Sunset Live no YouTube. Tempo dos Sonho é novo EP de Guilherme Schwab Vencedor do Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock Brasileiro, em 2015, pela gravação do disco Sol-te com a ex-banda Suricato, o cantor lançou Tempo dos Sonhos. O trabalho é inspirado no aprendizado de didgeridoo – instrumento musical oriundo dos aborígenes australianos. Por fim, o álbum contém arranjos solares e refrões marcantes, que reiteram seu talento como autor e intérprete. Gravado no estúdio Nave 33, e mixado por Moogie Canazio, em Los Angeles, onde Guilherme aportou para finalizar o projeto. Ouça Tempo dos Sonhos