CCXP: Pai das Tartarugas Ninja rasga elogios ao gaúcho Mateus Santolouco

Co-criador de Tartarugas Ninja, Kevin Eastman, rasgou elogios ao desenhista e roteirista gaúcho Mateus Santolouco, um dos principais artistas da atual série de quadrinhos da franquia. Os dois participaram de um painel em celebração ao legado dos personagens, na CCXP Worlds. “O Mateus trouxe algo muito bom. Ele é meu favorito. Seu nível de detalhes é impecável, sua interpretação é maravilhosa. Sua narrativa, as escolhas na ação e direção e composição de páginas é algo que me dá arrepios. Me inspira. Sou muito grato a ele. Suas contribuições moldaram o futuro das Tartarugas Ninja”. Santolouco escreveu e desenhou Shredder in Hell (Destruidor no Inferno), HQ que mostra o vilão Destruidor em uma jornada pós morte. Em suma, foi justamente essa passagem que mexeu com Eastman. O gaúcho, no entanto, revelou que não havia conhecido Eastman na época que produziu esse quadrinho. E contou a origem da sua ligação com a Tartarugas Ninja. “O desenho passava de manhã e não conseguia assistir, era o horário que eu estava na escola. Mas quando chegou o fliperama, em Porto Alegre, a cidade na qual morava, pude conhecer mais. No entanto, foi quando saiu o filme que fiquei realmente fã deles. Era basicamente a única coisa que eu queria desenhar naquela época”. Logo depois, Santolouco foi além e contou que após o lançamento do primeiro filme, passou a ler os quadrinhos. “Consegui ler rapidinho, escondido dos professores. Lia no fundão da sala de aula. Era muito diferente da TV, super capturou minha imaginação e fiquei curioso. Gostei de ver as Tartarugas nesse nível mais sombrio”. Origem independente Em outro momento especial do painel, Eastman relembrou os primórdios das Tartarugas Ninja. Em um universo dominado por Marvel e DC Comics, não foi nada fácil encontrar o espaço para os seus personagens. “Tínhamos dinheiro para fazer 3 mil cópias, mas nunca imaginamos que venderia tudo. Quando esgotou em semanas, nós ficamos ‘o que?’. Aí imprimimos mais 6 mil e esgotou”. A independência financeira com o seu quarteto mágico veio logo depois, com a edição 2, quando imprimiu 15 mil cópias. A forma como lembrou o início da carreira realmente foi um dos pontos altos do primeiro dia da CCXP Worlds.

Eddie Van Halen: um legado eterno para os guitarristas

As 10 melhores de Eddie Van Halen - Blog n' Roll

Do espanto à tristeza, a morte de Eddie Van Halen, terça-feira passada, mexeu com uma geração de fãs do rock. Vi a banda em 1983, por isso, fui instigado por Lucas Krempel a retomar os textos no Blog n’ Roll. Pensei melhor: convidar para a tarefa quem faz da guitarra seu instrumento de trabalho e, claro, objeto de adoração. Uma certa unanimidade sobre Eddie dá o tom dos depoimentos. E com toda a razão. Para completar, um ensaio sensível e preciso do repórter-fotográfico e também músico Matheus Tagé. Aciona o metrônomo… Matheus Tagé (guitarrista e fotógrafo de A Tribuna) Se Jimi Hendrix inventou experimentações sonoras que pareciam processos ritualísticos com o som da guitarra; Eric Clapton fez a guitarra elétrica falar – e até mesmo chorar também; Richie Blackmore trouxe referências de música clássica ao rock; podemos considerar que Eddie Van Halen fez a guitarra elétrica rasgar a estratosfera na velocidade da luz. O solo Eruption ilustra cientificamente essa constatação. É certo que muitos nomes foram responsáveis por construir a história do rock; mas Eddie foi um dos poucos que conseguiram transformá-la. A concepção da experiência estética da sonoridade da guitarra no rock, que é construída a partir da década de 1960 – evidentemente – passa pela textura sonora de nomes como Hendrix, Eric Clapton, George Harrison, Jeff Beck, David Gilmore, Duane Allman, Jimi Page, Richie Blackmore e Tony Iommi. Porém, o salto que acontece com a revolução do timbre que Eddie Van Halen formata no final da década de 1970 é algo extremamente complexo: ele revolucionou o que viria na década seguinte, e fez isso sozinho. O gosto que tinha pelo modelo de guitarras de seus ídolos fez com que criasse um modelo híbrido, a Frankenstrat. Uma guitarra – que assim como a cons- trução literária de Mary Shelley – era uma mistura de corpos. Moldou a revolução ao juntar o esqueleto do modelo Stratocaster da Fender, com um coração elétrico da Flying V, modelo da Gibson, ao injetar um captador duplo na madeira clássica. Além disso, utilizou uma ponte flutuante que através de uma alavanca hiper flexível permitiria modulações sonoras sem limites. Futurista Para complementar, a pintura com os explosivos raios de luz que emanava uma atmosfera futurística daquele monstro que criara. Uma mistura do orgânico das guitarras clássicas com experimentações pós-modernas. Ele desenhou o futuro. A “criatura” que Eddie Van Halen forjou serviu como modelo para toda a nova onda do hard rock, estilo que ocupou o mainstream da década de 1980. Enquanto Hendrix atirava fogo na guitarra evocando espíritos ancestrais em suas lendárias performances ao vivo, penso que Eddie tenha sido um fruto dessas construções rituais, pois incendiava a guitarra com as próprias mãos, e inaugurou o padrão de solos em alta velocidade, tappings inimagináveis e alavancadas violentas, que foram assimiladas por toda uma geração de guitarristas. Nem David Lee Roth, nem Sammy Hagar, o Van Halen tinha uma única voz: a incrível guitarra de Eddie Van Halen. Essa coloração sonora tão marcante dividiu a atenção do público até mesmo quando flertou com a música pop, colaborando com o astro Michael Jackson, no solo de Beat it. Eddie é um ícone que tivemos a oportunidade de assistir durante muitos anos, mas, como todos os grandes nomes da cultura pop, será eternizado pelo seu registro, vivendo agora numa dimensão paralela, o eterno presente das lendas da música. O rock n roll deve a Eddie Van Halen o mesmo que deve a Hendrix: tudo. Milton Medusa (guitarrista) Eddie Van Halen se foi, mas se ele tivesse gravado somente a música Eruption, já teria cumprido sua missão por aqui, pois depois disso, tudo mudou no mundo da guitarra e da música! Tecnicamente, popularizou o uso do Two-Handed Tapping, técnica que consiste em tocar com a mão direita, martelando no braço da guitarra, e explorou como poucos o uso da alavanca de trêmolo, tanto que a indústria criou um sistema com travas no braço, para suportar esse tipo de técnica. Sua guitarra “Frankie Stein”, utilizando um captador do tipo Humbucking, típico da Les Paul, numa Fender Stratocaster, levou essa mesma indústria a fabricara Super Strat. Poderia citar muitos outros fatos em sua carreira, mas, seu legado principal, penso que foi a alegria que sempre conseguiu transmitir, tanto nas suas composições como em seus incríveis solos! Obrigado, obrigado e obrigado, Eddie. Mauro Hector (guitarrista) Quando escutei Eruption em 1985, a casa caiu!! Foi um impacto absurdo. Eddie Van Halen transformou a forma de tocar guitarra. A influência que Ed teve do Eric Clapton no Cream, mais a sua formação pianística erudita, mais o mestre do jazz Fusion Allan Holdsworth fizeram dele um dos melhores guitarristas que o mundo já ouviu. Grande improvisador, compositor, criador de riffs espetaculares, a sua guitarra rítmica também era impecável. Um gênio! Tenho uma grande influência dele! E o mais legal era ver sua alegria de tocar, como se fosse um moleque. Algo que só a música faz. Muito obrigado, Eddie! Ricardo Lima (guitarrista) EVH é sinônimo de tocar bem, futebol arte das seis cordas! Um cara que redefiniu a forma de como a guitarra seria encarada dali pra frente. Lembro de ter ouvido Jump e ter ficado curioso e extremamente feliz e é assim que me sinto quando escuto Van Halen!! Comprei alguns discos na época que saíram… sempre foi uma aula… dava um orgulho… eu pensava: “olha essa banda… como são fantásticos!” No início da minha carreira tive aula com professores que eram “alunos do Van Halen”… e quando aprendi Eruption me senti músico de verdade!! Nesse jogo de xadrez temos alguns reis ainda… mas esse golpe eu senti demais!!! Muito grato pela sua obra, para mim estará sempre vivo no meu coração! Luiz Oliveira (guitarrista) Eddie Van Halen se foi e deixou um legado de entrega ao instrumento e à música. Sua influência foi enorme para todos os músicos que vieram. Na fase de ouro da guitarra virtuosa, os anos 1980. Com uma chuva de guitarristas lendários aproveitando o caminho aberto pelo genial,

Série de podcast narrará história do Joy Division e New Order com entrevistas

A história de Joy Division e New Order está sendo contada como nunca antes em Transmissions: The Definitive Story; a nova série de podcast que captura momentos vívidos e reconta as crônicas épicas do grupo, desde o início do Joy Division até os projetos mais recentes. A partir do dia 29 de outubro, a série de oito partes traz entrevistas exclusivas com Bernard Sumner, Stephen Morris, Gillian Gilbert e Peter Hook, além de contribuições de convidados icônicos e narradas por Maxine Peake. O primeiro dos oito episódios, ou “transmissões”, cobrirá a jornada do Joy Division até a Blue Monday, de 1983. O grupo de Manchester escreveu um capítulo monumental da história da música e foi parte integrante da cultura britânica nos últimos 40 anos, influenciando alguns dos maiores músicos vivos hoje. A série apresenta uma programação de convidados difícil de bater, cada um compartilhando a própria versão da história de uma banda que ajudou a moldá-los, incluindo Anna Calvi, Bobby Gillespie, Bono, Colin Greenwood, Damon Albarn, Hot Chip, Honey Dijon, Johnny Greenwood, Johnny Marr , Karen O, Krystal Klear, Liam Gallagher, Perry Farrell, Pet Shop Boys, Ben Kelly, Hewan Clarke, Lindsay Reade, Peter Saville, Shaun Ryder, Stereolab, Virgil Abloh, Veronica Vasicka e Thurston Moore. Vislumbre do podcast Oferecendo um vislumbre da série, Bernard Sumner diz “nada nos teria impedido – nada nos impediu, não é? A morte de Ian não nos parou, a morte de Martin não nos parou, ter todo o equipamento roubado não nos impediu. Não havia para onde voltar. Não havia nenhum plano B”. “Estar em uma banda com uma identidade tão distinta é uma sorte imensa, mas entrar em duas dessas bandas foi incrível!”, comentou Peter Hook. A série foi produzida pela Cup & Nuzzle, a equipe por trás do podcast de Digging Deep de Robert Plant, lançado no início deste ano. Transmissions The Definitive Story estará disponível para streaimg via Spotify, Apple Music, Youtube, Amazon Music, Stitcher e onde quer que você ouça seus podcasts. O New Order também lançou Power, Corruption & Lies via Warner Music Group com quatro singles de 1983/1984 que não apareceram no álbum original. Em resumo, começando com o mais vendido de todos os tempos, Blue Monday, seguido por Confusion, Thieves Like Us e Murder.

Conhecendo o Blues #02 – Koko Taylor

Vamos falar de uma mulher que é sem dúvidas uma das maiores vozes da história do blues e ainda carrega o título de “Rainha do Blues de Chicago”.Koko Taylor nasceu em Memphis, em 1935, mas foi em Chicago que construiu uma carreira baseada em shows eletrizantes e álbuns maravilhosos. Certa vez, ela declarou: “eu cresci cantando gospel e cantando blues também. Ouvia Memphis Minnie, Bessie Smith e Muddy Waters na rádio”. >> Conheça a história de Howlin’ Wolf Koko chegou em Chicago, em 1953, e com sua peculiar e poderosa voz foi chamando a atenção do grande público e também de músicos experientes como Muddy Waters e Willie Dixon. Foi o lendário contrabaixista Willie Dixon que viu o potencial da jovem cantora e produziu sua primeira sessão de gravação em 1963, pela USA Records. No ano seguinte assinou contrato com a Chess Records (sempre guiada por Dixon) e ali lançou seus dois primeiros álbuns, que são verdadeiras obras-primas! Em 1975, inicia uma longa trajetória com a Alligator Records, que durou mais de 30 anos. Koko Taylor morreu em Chicago, em 2009. Deixo aqui algumas dicas para quem está começando a ouvir blues e quer conhecer a obra de uma voz única, inspiradora e cheia de personalidade: Músicas de Koko Taylor Wang Dang Doodle (1965)I’m A Little Mixed Up (1965)*Fire (1967)Love You Like A Woman (1968)Let The Good Times Rool (1978)Stop Watching Your Enemies (1990) Álbuns Koko Taylor (1969)Basic Soul (1972)The Earthshaker (1978)*Deluxe Edition (2002)

Dizzy Reed relembra 30 anos com Guns n’ Roses

Dizzy Reed

“Tem sido uma bênção”. Dizzy Reed, que entrou para o Guns n’ Roses como membro de turnês durante a era Use Your Illusion, em 1990, acabou se tornando o segundo único membro original da banda. Junto a Axl Rose, Dizzy compõe o Guns há três décadas. Em 2012, foi indicado ao Hall da Fama do Rock n’ Roll como membro efetivo. Em entrevista ao podcast Thunder Underground, ele refletiu sobre o tempo de banda e sua carreira musical. “Como já passaram 30 anos? Tenho tido tanta sorte de nunca nem ter sido convidado pra isso e continuar participando. Enquanto eles me receberem, estarei com eles. E tem sido uma ótima jornada. Houveram grandes quedas, mas elas têm sido utilizadas para o bem”. Logo após a reunião da formação original, Reed se consolidou ainda mais como parte do grupo. “Eu realmente nunca pensei em fazer outra coisa, sabe, de modo permanente. Eu meio que sinto que eu sou Guns n’ Roses, e é com eles que devo estar”. Dizzy Reed lançou seu álbum solo de estreia, Rock n’ Roll Ain’t Easy, em fevereiro de 2018. Com aparições surpresa de músicos como W.A.S.P., Quiet Riot, Thin Lizzy, No Doubt, Queens Of The Stone Age e mais, ele consolida seu sonho no rock.