Caos Lúdico e Clemente, do Inocentes, cantam A Message To You, Rudy

Nome de peso da música nacional, Clemente, fundador do Inocentes e atualmente também na Plebe Rude, participou de um vídeo collab de quarentena da Caos Lúdico. Os brasilienses e Clemente tocaram juntos a clássica A Message To You, Rudy, consagrada com The Specials. Após o projeto Caos Em Casa que trouxe ótimos resultados finais, Caos Lúdico resolveu utilizar o mesmo método com A Message To You, Rudy, gravando tudo de forma caseira. O resultado agradou a banda, segundo o vocalista e guitarrista, João Pedro. “Novamente, deu certo. Gravei uma guia simples para o resto da banda e cada um foi encaixando a sua parte. Inclusive, o Clemente também gravou em casa e ficou ótimo para o projeto. Depois da gravação, o Luciano Batista (trombonista) editou e mixou tudo em casa. Após a mixagem, gravamos nossos vídeos em casa. Cada um com seu celular!” O cover, do cantor Dandy Livingstone, foi gravado no início do 2º semestre deste ano e a edição de vídeo ficou com o cinegrafista Pedro Lenehr, também brasiliense. Convidado especial com o Caos Lúdico O convite para o Clemente Nascimento surgiu após o contato da banda com um dos integrantes da Plebe Rude, o Philippe Seabra, com quem o Caos Lúdico já tocou em algumas edições do Rock na Ciclovia. “Ele conhece bem a banda. Ele já comentou do Caos Lúdico com o Clemente. Clemente é um ícone do rock nacional! Claro que foi uma honra. É um cara que está na batalha e é um agitador cultural. Ele faz de tudo! É músico, apresentador, DJ, ator… incrível!”, comenta João Pedro. “Eu já tinha conversado com o Clemente algumas vezes virtualmente. Quando surgiu a oportunidade de produzirmos mais um episódio do Caos Em Casa, pensei ‘porque não o Clemente? Vai combinar bastante! Ele adora punk, reggae, Ska! Talvez ele tope!’. Fui conversar com ele, apresentar a ideia e ele pilhou na mesma hora! E ele fez vários takes de gravação, gravou um vídeo com o visual certo para música. Tudo isso fez diferença!”, completa o vocalista. A Message To You, Rudy Após garantir a participação de Clemente, a banda precisava decidir qual música iria escolher para a gravação. Várias ideias surgiram e o caminho a seguir foi óbvio. “Já tinha visto que o Clemente adora Ska 2-Tone, então joguei algumas ideias de música dessa época para ele e que já tocamos em show! Então, joguei na lista A Message To You Rudy que é um clássico, é uma música simples em vários aspectos e é bem dançante. É um clássico! Fiquei muito feliz por ele ter escolhido essa!”, pontua João Pedro.
Pânico em SP, do Inocentes, ganha versão comemorativa de 35 anos

O ano era 1986 e o álbum era um desses que viraria clássico de uma era: Pânico em SP. E é por essa importância que o Inocentes, comemorando os 35 anos desse marco tão especial, lançou a edição comemorativa na sexta-feira (13). Aliás, a data também celebra os 40 anos de carreira da banda. Presentes no álbum, sucessos com Rotina, Não Acordem a Cidade e Ele Disse Não chegaram a tocar bem nas rádios especializadas. Ademais, o disco foi ganhando status de cult, até ser eleito pela Rolling Stone brasileira como o 6º maior disco da história do punk nacional. Aos 35 anos, o álbum é considerado um clássico do rock brasileiro dos anos 1980. Na edição especial, junto às faixas originais estão duas faixas bônus, a versão ao vivo de Rotina e de Expresso Oriente. Com uma formação que conta desde 1995 com Anselmo Monstro no baixo, Nonô (Luis Singnoreti) na bateria, Ronaldo Passos na guitarra e Clemente na voz e guitarra – a mais longeva e clássica desde então – a banda inaugurou sua história com o marcante disco Ruas. Clemente, na época baixista, iniciou a carreira em 1978 na lendária banda Restos de Nada. Posteriormente, passou pelos Condutores de Cadáver, da qual também saíram os outros membros fundadores do Inocentes. Contudo, logo se tornou um dos pilares do punk por seus shows incendiários e pela postura cheia de atitude. Participação em coletâneas Ao lado de Cólera e Olho Seco, participaram da coletânea Grito Suburbano, em 1982, primeiro registro sonoro do punk brasileiro. Logo depois, no mesmo ano, do festival O Começo do Fim do Mundo, no Sesc Pompéia, resultando em uma coletânea gravada ao vivo. Em 1983, lançaram o compacto Miséria e Fome, que deveria ter sido o primeiro disco do grupo. No entanto, todas as 13 faixas foram censuradas pela ditadura militar. Mesmo assim, o reconhecimento veio rápido: Jello Biafra (Dead Kennedys) incluiu Miséria e Fome na lista dos 10 melhores lançamentos do ano no Maximum Rock’n’Roll. Ademais, Grito Suburbano foi lançado na Alemanha pelo selo Vinil Boogie com o nome de Volks Grito. A banda foi incluída ainda em outra compilação alemã – Life is a Joke, do selo Weird System. Apesar do sucesso, com o acirramento das brigas de gangues entre 1983 e 1984, o Inocentes afastou-se do movimento e se aproximou da cena do rock paulista. O nascimento de Pânico em SP Nessa época, o titã Branco Mello defendeu a contratação de uma das bandas originais do punk da periferia paulistana, então já passado pelo hardcore e num cenário beco-sem-saída de desinformação e violência do circuito de shows punk, que levou inclusive Clemente Tadeu a encerrar e recriar o grupo em 1984, mais alinhado ao pós-punk, ao pub rock e ao punk 77, junto aos irmãos Tonhão (bateria) e André Parlato (baixo) e a Ronaldo Passos (guitarra). O time juntou suas poucas economias e gravou uma demo-tape ouvida pelo então presidente da Warner, André Midani, que resultou na assinatura de um contrato para três obras. Clemente, conforme conta o jornalista Ricardo Alexandre no encarte do disco, “fez uma única exigência: que a Warner pagasse as horas de estúdio que a banda havia usado na gravação da demo-tape. A gravadora topou, agendou o estúdio para março de 1986 e propôs experimentar com o grupo um novo formato de disco: um EP de seis músicas, chamado na época de Mini-LP.” O repertório era dividido entre material recente, pós-punk, do grupo, como Rotina, Ele Disse Não e Expresso Oriente, e canções mais antigas, dos tempos dos shows de hardcore do início da década como Salvem El Salvador, parte do repertório da banda no lendário festival O Começo do Fim do Mundo, e Pânico em SP, que já haviam gravado na coletânea Grito Suburbano, ambos de 1982. Havia ainda Não acordem a cidade, uma das primeiras composições de Clemente, de 1979. Gravação de Pânico em SP Pânico em SP foi gravado durante 70 horas de março de 1986 nos lendários estúdios Mosh, em São Paulo, tendo o jovem de 24 anos Branco Mello como produtor estreante, Pena Schmidt como co-produtor e “tutor” e o não-creditado Liminha que, então diretor artístico da gravadora, de passagem por São Paulo aproveitou para timbrar, microfonar e registrar a bateria e o baixo, sobre os quais todo o resto foi construído. Com essa sonoridade mais próxima ao pós-punk, a banda se consolidou como o primeiro conjunto do punk paulista contratado por uma grande gravadora. Com a saída da Warner no início dos anos 90, a banda passou por um período conturbado, com várias mudanças de formação e sonoridade. No entanto, sempre produzindo e lançando discos, até retomar a trilha do sucesso com seus integrantes atuais. O Inocentes já lançou 14 álbuns, um DVD e participou de quatro coletâneas, no Brasil e na Alemanha. Tocou em festivais como Abril Pro Rock, Porão do Rock, Close-Up Planet e Rebellion, o maior de punk do mundo, em Blackpool, na Inglaterra. Por fim, abriu shows de nomes como Ramones, Sex Pistols, Bad Religion e Pennywise, entre outros.
HBB lança coletânea com Autoramas, Bombers, Never Too Late, Armada e outros

Pioneiro do punk nacional, Inocentes retorna a Santos

Um dos nomes pioneiros do punk rock nacional, o Inocentes não costuma vir a Santos com frequência. Para complicar ainda mais, o vocalista e guitarrista, Clemente Nascimento, também está envolvido em diversos projetos, como o Showlivre, Plebe Rude, carreira solo, além de programas de rádio. Forçando bastante a memória, recordo que a última vez deles por aqui foi na época de divulgação do álbum Ruas (1996), quando fizeram um show marcante no Bar do Sesc. Neste sábado (30), a partir das 18h30, eles se apresentam no Boteco Valongo (Rua São Bento, 43). E, se depender dos longos intervalos sem shows por aqui… “Pode ser que a gente demore mais 20 anos pra voltar, não vamos perder essa oportunidade, pois pode ser o último”, comenta Clemente. No repertório, além das faixas do último EP, Cidade Solidão, lançado no primeiro semestre, o Inocentes promete revisitar toda a discografia. “O passado vai conviver com o presente, músicas de 1981 a 2019, passando por todas as fases, os maiores clássicos vão estar lá”, adianta o vocalista. Dentre os trabalhos que serão relembrados no Valongo, Ruas e o homônimo, que completou 30 anos do lançamento, estão garantidos. 30 anos do álbum homônimo “Esse álbum é especial, fizemos umas misturas que estavam adiantadas para época. A música Promessas tem a levada de baião, a Voz do Morro já é outra mistura, mas estava um pouco adiantada também. É um disco meio confuso, pois estávamos pressionados pela gravadora. O disco tinha que vender, senão estávamos na rua”. Diferentemente dos outros trabalhos, a capa trouxe os integrantes nus. O “protesto” foi uma forma divertida de rebater os pedidos da gravadora. “A capa foi ideia do batera, o Tonhão. A gravadora queria os quatro na capa e a gente não queria. Mandamos aquela foto pensando que não iam gostar e adoraram, o tiro saiu pela culatra”, comenta, aos risos. Apesar de ter sido lançado na correria, o disco hoje tem um lugar especial, segundo Clemente. “Ouvindo hoje vejo que é um bom álbum. As letras são atemporais, e convenhamos, pouca coisa mudou no Brasil. Outras coisas teimam em retroceder”. Turnê na Europa O ano tem sido especial para os músicos. Além das três faixas inéditas no EP, a banda também realizou a primeira turnê europeia da carreira. Passou por Inglaterra e Finlândia, com participações em dois festivais: Rebellion (Blackpool, na Inglaterra) e o Puntala Rock (Lempaala, na Finlândia). “Fomos a primeira banda brasileira a tocar no palco principal do Rebellion, um espaço para 6 mil pessoas. Fomos muito bem recebidos. O mais legal é que eles falavam que não entendiam nada que a gente cantava, mas que a gente era bom demais”, recorda, aos risos. O evento, que tem abertura da banda santista Asco, ainda tem ingressos à venda. Eles custam entre R$ 25,00 (site) e R$ 40,00 (porta). Site: Pixel Ticket.
Inocentes embarcam na primeira turnê pela Europa

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