Lolla BR | Bruno Martini – “Não segui nenhuma tendência e segui o meu coração”

Pela primeira vez em sua carreira, Bruno Martini sobe ao palco do Lollapalooza Brasil — e a estreia promete ser em grande estilo. Um dos principais nomes da música eletrônica nacional, Bruno Martini celebra o momento especial com o lançamento de um remix da faixa On The Way, do duo australiano Hollow Coves, e prepara a estreia de sua nova turnê, intitulada Mix Tape Tour, diretamente no festival. Com passagens por grandes eventos internacionais como EDC Las Vegas, Tomorrowland Bélgica e EDC México, Bruno Martini já havia marcado presença em palcos como o do Rock in Rio, mas faltava o Lolla na lista. Agora, o DJ promete entregar um set vibrante, com faixas voltadas para as pistas e sonoridades que marcaram o início de sua trajetória. Em entrevista ao Blog n’ Roll, Bruno Martini falou sobre as expectativas para o festival, o processo criativo do EP Anto, lançado em fevereiro, as influências que moldaram sua carreira e a emoção de remixar uma música que já fazia parte da trilha sonora da sua casa. Como está a expectativa para o Lollapalooza? O que os fãs podem esperar do set? Tô muito feliz de participar do Lollapalooza. É a primeira vez que participo desse festival na minha carreira. Tive a oportunidade de participar de vários festivais ao longo do mundo, pelo mundo, EDC Las Vegas, Smollin na Bélgica, EDC México, enfim. Vários festivais e faltava o Lollapalooza pra mim, assim. Sempre foi o festival que eu quis e queria muito tocar, mas nunca tive a oportunidade. Então é muito especial pra mim esse ano poder fazer parte do Lollapalooza, ainda mais no Brasil, né? E soma-se também aos festivais que eu disse, no Brasil já participei do Rock in Rio, de vários outros festivais aqui e faltava o Lollapalooza. Então, assim, esse ano é muito especial pra mim poder participar do Lollapalooza. Ainda mais com esse line-up incrível, Justin Timberlake, Rufus, uma galera super legal. Então tô muito contente e preparando um show muito, muito especial. A minha ideia também é estrear minha tour nova no Lolla, chama Mix Tape Tour. Está ansioso para assistir algum show do seu dia? Qual? Por que? Com certeza, tô super ansioso pra ver Alanis Morissette, gosto muito. É muito legal ver também o Zerb tocando depois de mim. Ele fez bastante sucesso esses últimos tempos, é um cara que merece todo sucesso que está acontecendo na vida dele. O próprio Zedd também, sempre fui muito fã das produções dele e das músicas dele e ver ele tocar também vai ser bem legal. Como foi o processo de produção do EP Anto? Esse último EP que lancei é mais alternativo, bem focado para música eletrônica mesmo. São músicas para tocar numa pista, segui muito o meu coração, fiz músicas que quando comecei a tocar gostava muito de ouvir. Fiquei muito feliz com o resultado, teve uma recepção muito boa entre os DJs, fiquei muito contente. São músicas instrumentais, não tem vocal, é bem alternativo mesmo e bem voltado para as pistas e para os DJs. O que mais te influenciou na hora de compor esse projeto? Sinto que me reconectei comigo e, sei lá, poder fazer esse EP foi realmente muito especial porque trouxe várias lembranças de quando comecei a tocar. Era um tipo de som que gostava bastante, que me influenciou bastante nas minhas músicas. Não segui nenhuma tendência e segui o meu coração. Também no início do ano, você lançou um remix do Hollow Coves. Como chegou nessa escolha? Surgiu através de um pedido, eles chegaram junto através de pessoas que trabalham comigo, rolou essa ideia de a gente fazer uma versão, sempre gostei muito da banda, tinha uma música que escutava bastante, minha esposa adora, chama Coastline, então poder trabalhar com eles foi muito especial e muito legal. E isso hoje em dia, com a internet, com a gente fazendo música no computador, não precisa de tanta coisa como antigamente, quando você produzir, essas conexões de eles estão na Austrália, eu tô aqui no Brasil, do outro lado, a gente fazendo música, então é muito legal. Gostei tanto de fazer que até fiz outra versão depois, fiz uma deep mix, é para os DJs tocarem e também traz um pouco de uma sonoridade que a gente chamava de Brazilian Bass. Quais os três álbuns que mais te influenciaram na carreira? Por que? Meu primeiro instrumento foi a guitarra. Tive a oportunidade de trabalhar com Duran Duran e tinha um álbum deles que gostava muito, então colocaria o Rio (1982), do Duran Duran. Tenho um carinho muito especial por Thriller, do Michael Jackson, porque foi o primeiro álbum que tinha em casa, ganhei de presente do meu pai e ficava ouvindo o dia inteiro. Não precisava ficar roubando os discos vinis dele, então era o meu primeiro cdzinho. Tenho um carinho muito grande por esse álbum também. Por fim, vou colocar também o álbum do Timbaland. Pra mim é muito especial, marcou minha adolescência, trabalhei com ele, então por isso coloco um álbum que chama Shock Value.
Lolla BR | Giovanna Moraes – “Sou uma metamorfose ambulante, estou sempre mudando”

Com letras afiadas, presença de palco intensa e uma mistura sonora que transita entre o experimental e o rock visceral, a cantora Giovanna Moraes se prepara para um dos momentos mais marcantes de sua carreira: sua estreia no Lollapalooza Brasil. A apresentação acontece neste domingo (31), e promete ser um cartão de visitas impactante para quem ainda não conhece a potência artística da paulistana. “Vão ser gloriosos 45 minutos”, ela antecipa, animada. Com dois álbuns disponíveis nas plataformas e um histórico de reinvenção constante, Giovanna Moraes levará ao palco do festival faixas como As Minas no Poder, Bloquinho de Notas e Valentina — esta última, uma composição sensível sobre sua vivência com bulimia na adolescência. “Quero que as pessoas se sintam acolhidas e se identifiquem”, afirma. Giovanna Moraes também prepara surpresas no setlist, com músicas inéditas e medleys que refletem seu processo criativo livre, intuitivo e sempre em mutação. “Sou uma metamorfose ambulante”, diz. De um passado mais experimental, com influências que vão de King Crimson a Elis Regina, até um presente mais enraizado no rock alternativo com distorções vocais e atitude punk, Giovanna Moraes construiu seu caminho na marra — de forma independente, sem seguir as fórmulas do “music business”. Em conversa exclusiva com o Blog n’ Roll, Giovanna Moraes falou sobre as expectativas para o festival, o machismo persistente na cena roqueira, seu processo de composição e a importância de ocupar espaços como o do Lolla com autenticidade, coragem e presença feminina. Imagino que você esteja bem empolgada, né? Nossa, tô muito empolgada! Num momento especial como esse. Foram muitos anos até chegar até aqui. E vai passar muito rápido, vai passar rápido demais. O lance é aproveitar bem o tempo que tem. Você já sabe quanto tempo vai ter lá, não? Acho que é 45 minutos o set, curtinho. Vão ser gloriosos os 45 minutos. O público que está chegando ali no festival está lá por algum headliner e tal. Só que aproveitando bem esse momento, a gente sabe que pode fazer uma mudança, fazer a galera ir atrás, consumir mais o teu som. É o momento de dar aquele cartão de visitas legal. Eu tô fazendo algumas coisas um pouco diferentes. Vai ter As Minas no Poder, que é a minha música lá do calmativo. Vai ter Bloquinho de Notas: ‘na moral, eu sou original, você é a cópia’. Valentina, que é uma música que fala sobre a minha bulimia na adolescência e que conversa com muitas meninas que acabam entrando nesse sistema de sentir que elas estão erradas num mundo que às vezes deveria acolher mais do que apontar o dedo e dizer que a gente não é normal. Porque a gente não se encaixa dentro dos padrões da sociedade. Quero trazer um pouquinho de música nova também, algumas das outras tô preparando um medley. Em vez de tocar a música inteira, tô juntando e fazendo uma brincadeira um pouco diferente. As músicas têm muito disso de experimentar, como é o processo criativo. Você comentou que já está preparando músicas novas. Como é esse teu processo de composição? Tenho dois álbuns lançados no Spotify, mas tenho muito mais coisa que tirei do Spotify. Antes dessa Giovanna Moraes sair, eu fazia um som meio experimental. Fiz dois álbuns com uma pegada experimental, um que era em inglês e o outro que tinha uma pegada um pouco mais de brasilidade, mas era outra fita, teclado e um bagulho que é difícil de reproduzir ao vivo. E daí fui me encontrando dentro do rock por causa do show, sabe? Porque no momento de colocar e entender como aquelas músicas iam ser no palco. A partir daí já tirei o teclado, coloquei uma guitarra e fui ficando com essa cara mais rock’n’roll. É um caminho muito doido, muito longo até chegar até aqui. E o meu processo é de estar criando sempre, experimentando coisas novas, muito dessa pegada do improviso, de às vezes estar cantarolando e ver o que vem. Às vezes vem alguma melodia, ideia de provocação e daí anoto. Logo depois, repenso e recrio mais pra frente. Tenho muito isso mesmo desse processo de estar criando o tempo inteiro. A inspiração acho que vem de todos os lugares. Vem de um papo aqui com você, vem de algum comentário nas mídias sociais, um filme ou de uma história que ouvi na notícia. Pretende lançar mais álbuns ou focar nos singles? Não sei se vai ter um álbum por ano, não gosto muito dessa pressão de álbum. Mas música nova o tempo inteiro vai, porque gosto de fazer isso e acho que é massa poder ter um registro do crescimento do artista. Tem pelo menos umas seis músicas que estou pra lançar esse ano. Talvez algumas antes do Lolla, talvez algumas logo depois do Lolla. Não tô querendo chamar de álbum, porque não tenho um nome para essa coletânea ainda. Mas é isso, tem coisas novas. Trabalhar mais os singles é uma forma de atender o algoritmo das plataformas de streaming? Quando fui fazer o Fama de Chata, álbum que lancei em maio do ano passado, ele começou, na verdade, com uma música, Fala na Cara. Experimentei um negócio com uma linguagem um pouco mais agressiva, falando coisas que achava que não podia falar, e o negócio repercutiu muito. E daí fiquei um tempo meio que digerindo e pensando o que mais que essa chata tem pra dizer? Então já tinha essa ideia do nome do álbum, Fama de Chata, com esse conceito de trazer as coisas que gostaria de falar. Hoje não tenho um conceito para um novo álbum, mas talvez tenha um pouco mais pra frente. Tenho essas músicas e elas combinam desse jeito. Posso pegar algumas que já lancei, fazer algumas novas e juntar num álbum. Mas, por enquanto, quero estar lançando música nova, porque às vezes fica na gaveta por muito tempo e deixo de gostar. Sou uma metamorfose ambulante, estou sempre mudando. Não sou muito music business, não tô fazendo single pra
Lolla BR | Charlotte Matou um Cara – “Antes era bonito ser machista e escroto. Hoje é velado”

A banda Charlotte Matou um Cara está prestes a viver um dos momentos mais marcantes de sua trajetória: uma apresentação no Lollapalooza Brasil. Com dez anos de estrada no cenário underground, o grupo tem conquistado reconhecimento com suas letras combativas e sua sonoridade intensa. Em entrevista ao Blog n’ Roll, as integrantes Dori (bateria) e Camis (baixo) falaram sobre a expectativa para o festival, o impacto da viralização no TikTok e a importância de ocupar espaços na cena punk e hardcore, historicamente dominada por homens. O convite para o festival, aliás, pegou a banda de surpresa – tanto que, no início, acharam que fosse um golpe. “A gente até pesquisou para ver se era real, porque parecia bom demais para ser verdade”, conta Dori. Mas era oficial: o Charlotte Matou um Cara subiria ao palco de um dos maiores festivais do país, levando seu punk combativo e sua energia visceral a um novo público. O setlist do show promete um panorama completo da discografia da Charlotte Matou um Cara, com músicas dos dois álbuns e uma participação especial. “Vai ser um show para quem já nos acompanha e também para quem conheceu a gente pelo viral”, explica Camis. A viralização, aliás, foi um fenômeno inesperado: “Descobrimos porque o filho da nossa vocalista avisou que tinha vários vídeos com a nossa música rolando no TikTok”, explica Dori. Confira a entrevista completa abaixo. Como está a expectativa para o Lollapalooza? Camis: A gente está completando dez anos, tocou em vários palcos, vários lugares. A trajetória no underground é bem extensa. Mas um palcão assim, num festival tão grande quanto o Lollapalooza, é algo bem novo para a gente. É um grande festival que a gente talvez só tinha no imaginário. Como chegar nisso dentro de uma cena underground? É bastante maluco. Tá meio que caindo a ficha ainda, assim. Acho que só vai cair a ficha mesmo no Lollapalooza. Dori: O convite do Lollapalooza acabou vindo por conta dessa viralização do Punk Mascuzinho que a gente teve no TikTok. Vocês já têm um set definido? O que o público pode esperar do show da Charlotte Matou um Cara? Dori: A gente vai tocar praticamente os dois discos completos. A gente também conta com uma participação especial de uma pessoa que foi bem importante para a nossa existência. Camis: O repertório está bem legal, é uma hora de show. Acho que ficou pouquíssimas coisas de fora. Então, tanto pra quem já conhece a banda, quanto para quem veio pelo viral, acho que vai gostar muito do que a gente vai apresentar. O viral do Charlotte Matou Um Cara fala sobre um tipo muito comum no cenário punk, o machão hipócrita que não segue “o que defende”. Vocês conseguem enxergar alguma melhora no cenário punk hardcore se comparado com 20 anos atrás? Camis: Acho que está mais mascarado. Antes era bonito ser machista e escroto, deixava o cara bem com os amigos. Mas hoje é um pouco mais velado, porque não pega muito bem. A gente sabe que na rodinha dos caras, quando não tem mina envolvida, ainda rola muita conversinha, tem essa questão do stage dive e tudo mais. Nos nossos shows, a Déa sempre fala: ‘reserva espaço para as minas, chama as minas para frente’. Tem que ser um espaço mais acolhedor. Então, assim, na superfície melhorou, mas a gente sabe que muita coisa ainda precisa ser feita para melhorar. Dori: Na cena é muito velado, muito pela punição. Hoje a gente não fica mais calada, querendo ou não, rola um apontamento imediato, principalmente, nos nossos shows. Toda vez que a gente toca, sempre quando acontece alguma coisa que não está legal ali no meio, inclusive no stage dive, aquela coisa da turma se empolgar e tal, a gente acaba parando o show na hora. Para, observa, percebe o que rolou e pede o afastamento dos caras. Não que eles não sejam bem-vindos, porque acho que o importante é o fortalecimento. As mulheres precisam do apoio dos homens. Camis: Nosso show é para as mulheres. Se for para ter alguém segurando a mochila, que sejam os caras segurando as mochilas das mulheres lá no fundo, porque sempre foi o inverso. As mulheres, namoradas, lá no fundo, enquanto os caras ficavam na roda. O nosso show também é um grito, um berro para furar essas barreiras. A gente está com muita raiva e queremos pôr para fora essa história toda. Tem que chegar meio na cotovelada ainda para poder angariar um espaço. E o que que você acredita que pode ser feito para melhorar isso? Camis: Não tem uma cartilha de bons modos, tal como os Dez Mandamentos de Como… Mas acho que os caras darem suporte é um ponto muito importante. É suportar as mulheres, dar apoio, deixar no momento de fala as meninas falarem, não interromper as mulheres enquanto elas falam, sabe? Não tirar sarro porque é uma dor que não dói nas pessoas. Acho que as pessoas acabam se esquecendo de certas situações e deixam passar. E é por isso que existe toda essa luta até hoje, e vai permanecer. Acho que estou para morrer e não vou ver uma grande evolução. Se for pensar, tantas mulheres aí que vieram para a revolução feminista e morreram na luta. Hoje está numa quarta onda feminista dentro de um cenário, inclusive, que foi um livro que a Heloísa Buarque de Holanda escreveu, o Explosão Feminista, e ela cita a Charlotte Matou um Cara. Dá até umas engasgadas quando a gente tem que falar o que os caras têm que fazer para ajudar, né? Mas é necessário estar na força juntos, a união faz a força como um todo. Se a gente está num campo progressista, acho que é para tudo que seja o melhor. O último álbum da Charlotte Matou um Cara é Atentas, de 2021. O fato da Déa (vocalista) morar na Alemanha é um complicador na hora de pensar no sucessor? Camis: Quando a gente lançou o segundo disco,
Lolla BR | Picanha de Chernobil – “O comércio local se beneficia muito com as bandas”

O Picanha de Chernobil nasceu em Porto Alegre, mas foi em São Paulo que a banda consolidou sua identidade e ganhou espaço na cena musical independente. Com uma trajetória marcada pela performance nas ruas da capital paulista, o trio encontrou na Avenida Paulista um palco natural para sua sonoridade, que transita pelo blues, rock e psicodelia. Agora, Matheus Mendes (vocal e baixo), Chico Rigo (guitarra) e Fernando Salsa (bateria) estarão no Lollapalooza Brasil. A banda se apresenta no sábado (29), às 12h, no Palco Samsung Galaxy, que terá Alanis Morissette como atração principal, às 20h10. Ao longo dos anos, o Picanha de Chernobil enfrentou diversos desafios, desde mudanças na formação até a recente tentativa de restrição à música de rua na cidade. Mesmo com as dificuldades impostas por regulamentações e pressões políticas, a banda segue na luta pelo direito de se apresentar nos espaços públicos. Paralelamente, o reconhecimento de sua trajetória os levou a grandes festivais, incluindo o Rock in Rio e turnês internacionais. Em entrevista ao Blog n’ Roll, Matheus Mendes falou sobre a origem do Picanha de Chernobil, a experiência de tocar na rua, os desafios impostos pela prefeitura de São Paulo e a expectativa para o show no Lolla. O Picanha de Chernobil surgiu em Porto Alegre, mas ganhou mais destaque quando veio para São Paulo. Como foi esse início? A gente era bem iniciante em Porto Alegre. É muito diferente o cenário das bandas, era outro universo. Não dá nem para comparar. A gente era bem mais jovem também, mas foi legal. A gente fez o Circuito Fora do Eixo, viemos para São Paulo e conhecemos bastante gente, acabou dando um incentivo para a gente vir morar aqui. A ideia de vir para São Paulo foi aquela padrão de toda banda que está fora do eixo Rio-São Paulo: ter mais visibilidade, mais oportunidades? Foi, total. Tínhamos muito mais gente aqui, era um universo a se explorar. Lá estava fechando muita casa. Está foda ainda, Porto Alegre desmantelou muito. Parte da cultura e tal, oportunidade de show, rádio, fechou tudo. Antigamente não, era bem promissor. Teve várias fases em Porto Alegre, mas nunca foi o polo do mainstream. Sempre foi uma referência pela quantidade de bandas boas que surgiram por lá desde os anos 1980. Realmente, sem dúvida, mas isso foi enfraquecendo com o tempo. Mudou muito o mundo, e também a cabeça dos jovens. Porque a música sempre foi consumida pelas camadas mais jovens. O pessoal precisa consumir mesmo, ir nos shows, comprar as coisas, ficar falando. O lance de tocar na rua começou em São Paulo? Ou o Picanha de Chernobil já fazia isso em Porto Alegre também? Em Porto Alegre rolava para algumas bandas. Eu até acompanhava, era um negócio bem provinciano. Aqui em São Paulo já era bem diferente. Como a cidade já tem muito ruído, a gente começou a levar amplificadores e tal, e fazer uma coisa que não tínhamos visto ainda, uma banda de rock tocando na rua. E começamos ali no (Largo do) Paissandu, só que era bem legal, eu ia em galera, não tinha muita noção do que estava fazendo. Mas 2014 foi muito revelador para nós, muito produtivo do ponto de vista de saber os nossos limites na rua. A lei da música de rua estava sendo promulgada. Com a entrada do (Fernando) Haddad e da Nádia (Campeão), como vice-prefeita, eles deram um gás nisso. E em 2015 a gente já começou a fazer totalmente diferente. Começamos a tocar todo dia, a gente ia no Centro de São Paulo tocar no horário do almoço dos trabalhadores. Meio-dia, 13h, das 10h até umas 14h. Depois, passamos a levar violão, contrabaixo acústico, aquele rabecão, bateria reduzida, uma coisa bem mais tranquila, mais acústica, até para não causar muito alvoroço. Foi a partir de 2016, já com a Paulista Aberta, que a gente começou a tomar essa forma atual de banda, algo mais padronizado, como o público vê hoje. Essa proibição recente na Paulista afetou o Picanha de Chernobil? Estão conseguindo tocar? Como somos a banda que está há mais tempo na rua, em grupo de trabalho com a prefeitura, a gente está discutindo alguns pontos para melhorar. Na verdade, não rolou uma proibição, rolou uma ação da prefeitura, meio arbitrária, baseada num termo de ajuste de conduta. Ele diferencia o que é evento e o que não é. E aquilo foi usado contra nós, através da polícia de choque. Desde o ano passado está tendo uma resistência da prefeitura contra os artistas. Mas isso está cessando porque como a gente reuniu as pessoas, estamos na luta para promulgar a lei. Mas não temos o poder de regulamentar, nem autoridade para isso. Então estamos buscando apoios para isso. Em 2025, todo músico de rua usa equipamento de som. A gente está na maior cidade da América do Sul, uma metrópole. Como é que a gente vai cantar tudo no gogó, né? É difícil, ninguém é o Pavarotti. Mas, respondendo sua pergunta, tem três semanas que rolou aquele negócio de proibir, mas faz duas semanas que a gente tem tocado na Paulista. Tudo indica que a gente vai conseguir manter. A gente é muito educado, todo mundo ali da música de rua é muito educado. Tenta conversar, dialogar, explicar. E a gente tem argumentos muito válidos pra cidade, para a economia também. Acho que o que mais pega é o ponto da economia, né? E realmente gera muita grana, para os próprios, para as lojas. O comércio local se beneficia muito com as bandas, com a arte rolando. E no meio desse impasse para tocar na rua, o Lollapalooza chamou o Picanha de Chernobil. Como foi esse convite? A gente foi no Caldeirão do Huck, Sabrina Sato, Roberto Justus, Ratinho. Fomos para a Europa três vezes, estamos vendo de irmos a quarta ainda este ano. Lollapalooza é uma construção de dez anos, dez anos se fudendo muito: na chuva, no sol, de tudo que é jeito. Essa construção tem a ver
Lollapalooza Brasil 2025: ingressos digitais estão disponíveis para todos os compradores

Para oferecer mais segurança e praticidade aos fãs, o Lollapalooza Brasil 2025 terá, pela primeira vez, ingressos 100% digitais. Os tickets para a 12ª edição do festival já estão disponíveis na plataforma da Ticketmaster Brasil e já podem ser ativados. A ativação é indispensável para garantir o acesso ao evento. Depois de concluída, todos os ingressos — independentemente da categoria — ficam disponíveis para visualização no aplicativo “Quentro”, que deve ser apresentado na entrada do festival. Acesso ao Lollapalooza Brasil 2025 será realizado exclusivamente através do aplicativo Quentro Uma vez ativados, os ingressos ficarão armazenados no Quentro, que será a única forma de acesso ao festival. O aplicativo está disponível na AppStore e PlayStore e conta com alto nível de segurança, sendo anticópia, rastreável e compatível com a maioria dos smartphones presentes no mercado. Ao ativar o ingresso, será gerado um QR Code que, por medida de segurança, é constantemente e automaticamente atualizado. Devido a esta tecnologia, não serão aceitos prints de tela ou impressões. É recomendado que o fã realize o processo de ativação com antecedência e confira se adicionou todos os ingressos no Quentro. Chegando ao evento, basta abrir o app e selecionar o ingresso referente à data em questão. Para entrada no evento, o aplicativo não precisa de acesso à internet, só será necessário levar o celular com a bateria carregada. Confira o passo a passo para ativação dos ingressos Para ingressos de Lolla Lounge by Vivo e Lolla Comfort by Bradesco e Cielo, preencha seus dados e cadastre a biometria facial para liberar seu QR code de acesso. Para baixar o ingresso da Ticketmaster, é necessária conexão com a internet. Por isso, é recomendável ativar o ingresso assim que possível. Comprou ingresso para um amigo? É possível transferir o ingresso digital para o celular de quem vai usar. Se o comprador não for mais comparecer ao evento, ele poderá transferi-lo para outra pessoa, utilizando o recurso de Transferência no aplicativo Quentro, seguindo o processo abaixo. Pacotes de ingresso Lolla Double e Lolla Pass dão acesso a 2 ou 3 dias de evento a um mesmo titular e não podem ser transferidos separadamente. Ao transferir um pacote do tipo Lolla Double, os ingressos referentes aos dois dias de evento serão enviados para o mesmo destinatário. No caso de Lolla Pass, o acesso aos 3 dias de evento será destinado ao mesmo usuário. Durante os dias de evento, uma vez que esses usuários acessem o evento pela primeira vez, estes ingressos não poderão ser transferidos nos dias subsequentes para outra pessoa. Ingresso Digital garantirá acesso único ao festival. Cada ingresso digital permitirá um único acesso ao Lollapalooza Brasil 2025. Após o primeiro acesso, novas tentativas com o mesmo ingresso não serão autorizadas. Não serão aceitos prints de tela e/ou impressões. Apenas ingressos armazenados no aplicativo Quentro serão aceitos. Lollapalooza Brasil 2025 segue Cashless O festival continua sendo cashless, mesmo sem a pulseira. O New Cashless, é a nova solução de pagamento que permite pagamentos com cartão de crédito, débito e até mesmo por aproximação. Desta forma, o público solicita o produto, paga e já retira no mesmo local, sem precisar de fichas ou recargas e com muito menos filas. Quem preferir pagar com dinheiro poderá carregar um cartão em um dos Caixas Cashless espalhados pelo evento. Os ingressos digitais requerem alguns procedimentos prévios que podem demandar atenção dos compradores, mesmo assim, representam muito mais praticidade e segurança para todos os frequentadores do Lollapalooza Brasil.
De malas prontas para o Brasil, Inhaler lança álbum Open Wide

Atração confirmada do Lollapalooza Brasil 2025, o Inhaler lançou seu terceiro álbum de estúdio, Open Wide. O disco foi produzido por Kid Harpoon (Harry Styles/Florence & The Machine) e marca um grande salto à frente do quarteto. Durante o ano passado, os artistas reuniram-se em Londres e foram incentivados a se desafiar e assumir maior controle criativo. Ao ouvir uma ampla gama de gêneros durante a composição – do techno até Nick Cave – eles se inspiraram a experimentar um som mais brilhante e atemporal, adicionando textura ao disco. O resultado é um álbum de 13 faixas que se destaca como único – um álbum pop guiado por guitarras como nenhum outro, solidificando seu status como uma das bandas jovens mais empolgantes de hoje. No Brasil, o Inhaler fará duas apresentações. A primeira no dia 27 de março, junto com Girl in Red, na Audio, em São Paulo. A segunda no dia seguinte, dentro da programação do Lollapalooza Brasil, no Autódromo de Interlagos. Para ambas as apresentações ainda há ingressos disponíveis. Originária de Dublin, na Irlanda, a Inhaler lançou anteriormente os álbuns It Won’t Always Be Like This (2021) e Cuts & Bruises (2023). Liderado pelo vocalista e guitarrista Elijah Hewson, filho de Bono Vox (U2), a banda conta ainda com Robert Keating (baixo), Josh Bartholomew Jenkinson (baixo) e Ryan McMahon (bateria) em sua formação. Ouça Open Wide, novo álbum do Inhaler
Lollapalooza Brasil divulga horários dos shows

O Lollapalooza Brasil disponibilizou no seu aplicativo oficial os horários dos shows de todos os palcos. Nos dias 28, 29 e 30 de março, o público terá acesso a mais de 70 apresentações. Por meio do app, será possível montar seu calendário pessoal de shows e ter acesso a todas as informações da 12ª edição brasileira do festival, que preenche os 600 mil m² do Autódromo de Interlagos com música de qualidade e momentos que marcam gerações. A partir de agora, o público saberá em qual palco acontecerá cada um dos shows e poderá começar a planejar seu dia no festival. O Lollapalooza Brasil abrirá os portões às 11h a cada dia de evento e já às 12h iniciam os shows. São diversas atrações divididas em quatro palcos, portanto, se programar é essencial para aproveitar ao máximo as experiências oferecidas pelo festival. Entre os principais duelos de horários do Lollapalooza por dia estão: Girlinred x Nessa Barrett (sexta), Shawn Mendes x Teddy Swims (sábado), Foster The People x Bush e Justin Timberlake x Sepultura (domingo). Na sexta-feira (28), as primeiras atrações se apresentam de forma simultânea no Palco Samsung Galaxy, e no Palco Perry’s by Fiat. Para os fãs da cena Indie brasileira, Pluma toca às 12h45 no Palco Mike’s Ice, enquanto girl in red estrela a tarde no Palco Budweiser, às 16h55. À noite, os headliners Rüfüs Du Sol e Olivia Rodrigo fecham, consecutivamente o Palco Samsung Galaxy, e o Palco Budweiser. Ao longo do dia, outras estrelas brilham, como Dead Fish, no Palco Budweiser, e Inhaler mostra a força da nova geração do indie irlandês, no Palco Samsung Galaxy. No segundo dia de evento, sábado, (29) os fãs da Alanis Morissette podem se preparar para um show inesquecível no Palco Samsung Galaxy. A apresentação da artista canadense acontece após Benson Boone, cantor que vem fazendo sucesso em todo o mundo, nesse mesmo palco. O Palco Budweiser recebe Tate McRae, uma das maiores revelações do pop de sua geração. Sua apresentação é logo antes de Shawn Mendes, que fecha a noite. Durante o dia, grandes apostas da música nacional vão ocupar o Autódromo, como Sophia Chablau euma Enorme Perda de Tempo, que se apresenta no Palco Mike’s Ice. Fechando a edição de 2025 com chave de ouro, Tool se apresenta no Palco Samsung Galaxy, enquanto Justin Timberlake encerra o Palco Budweiser no domingo (30). Ao longo do dia, se apresentam Michael Kiwanuka, voz da canção Cold Little Heart, e na sequência, a aclamada banda Foster The People traz sua discografia, que conta com sucessos como Pumped Up Kicks e Sit Next to Me. Até a data das apresentações, estes horários podem ser alterados, mas todas as informações estarão atualizadas no aplicativo do festival. Ticketmaster é a única ticketeira oficial do evento. Os ingressos serão vendidos exclusivamente pela Ticketmaster Brasil, ticketeira oficial do festival e poderão ser comprados no site ou na bilheteria física da Ticketmaster, no Shopping Ibirapuera, em São Paulo. Nas compras online, haverá cobrança de taxa de serviço de 20%; já na bilheteria física, não há cobrança de taxa. Os clientes Bradesco têm 15% de desconto e acesso a parcelamento em até 10x (dez vezes) sem juros e os demais clientes tem parcelamento em até 8x (oito vezes).
Lollapalooza terá transporte público 24h nos dias dos shows

Faltam dois meses para o Lollapalooza Brasil 2025 e o festival anunciou soluções em transporte para todos os tipos de fãs, para que a chegada e saída ocorram com tranquilidade. O Lolla repetirá o feito da última edição, os fãs do LollaBR terão à disposição uma operação de transporte público 24 horas, proporcionando uma experiência com mais conforto, segurança e economia. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o festival e a ViaMobilidade, ViaQuatro, CPTM e Metrô. Além disso, a ViaMobilidade – Linhas 8 e 9, foi anunciada como parceira oficial de Mobilidade Urbana do Lollapalooza Brasil 2025, consolidando o protagonismo do transporte público em grandes eventos. Todas as linhas de Metrô e Trem terão serviço 24 horas, inclusive na Estação Autódromo, que terá bilheterias abertas durante os dias de evento. A Linha 9-Esmeralda (de Trem) será a linha oficial para chegar ao evento, oferecendo o melhor caminho para os fãs. Ao longo do final de semana, o embarque e desembarque funciona normalmente até às 0h. A partir deste horário será possível embarcar somente na estação Autódromo e desembarcar e fazer integração em qualquer outra estação. Na edição anterior, mais de 90 mil pessoas utilizaram os serviços públicos disponibilizados. Em seu dia mais movimentado, no sábado, cerca de 44% de todos os fãs presentes no festival escolheram trem/metrô como meio de transporte. Para quem busca mais comodidade e conforto, haverá também disponível o Trem Expresso da ViaMobilidade, partindo da Estação Pinheiros e retornando pela Estação Autódromo. O valor da viagem de ida e volta será de R$ 30,00, com duração aproximada de 30 minutos. Os bilhetes serão vendidos em breve e poderão ser adquiridos no link. Para maior segurança e comodidade do público, as ruas do entorno do Autódromo estarão bloqueadas para a entrada de veículos não identificados, incluindo carros de aplicativo e táxis. Por isso, somando aos serviços de Metrô e Trem, a operação de transporte será complementada por duas opções de serviços de ônibus.A operação de transporte vai contar com três operações especiais: Lolla Transfer, Lolla Express e Trem Expresso Lolla Transfer: Transporte oficial em ônibus executivo, operado pela Squad, que deixará os fãs dentro do Autódromo com todo o conforto. A saída acontecerá em nove pontos de São Paulo, incluindo Santo André, Campinas e São Bernardo. Este é o único Transfer Oficial do LollaBR. Lolla Express: Serviço de ônibus urbano comum, com três pontos de embarque na cidade. Nessa modalidade, o desembarque é feito em frente ao portão de entrada do festival, tornando a experiência de ida rápida e segura. Trem Expresso: Com partida da estação de Pinheiros em trens exclusivos, a modalidade possibilita a chegada do público no Autódromo em 30 minutos. A compra antecipada deverá ser feita no site.
Fontaines D.C., Parcels, Girl in Red e Inhaler anunciam sideshows em SP

O Lollapalooza Brasil anunciou, nesta terça-feira (21), os quatro sideshows que antecipam a programação do festival marcado para acontecer nos dias 28, 29 e 30 de março no Autódromo do Interlagos, em São Paulo. No dia 26 de março, às 22h, a casa de shows Audio recebe a banda irlandesa de indie e pós punk Fontaines D.C. Os ingressos já estão disponíveis na plataforma TicketMaster e custam R$ 450 (inteira). Já no dia seguinte, 27 de março, a partir das 20h30, tocam no mesmo espaço o quarteto de rock irlandês Inhaler, conhecido por composições como It Won’t Always Be Like This, e a cantora e compositora norueguesa Girl in Red. Os tíquetes também estão disponíveis no site pelo valor de R$ 500 (inteira). No mesmo dia, o Cine Joia traz ao palco o rapper e compositor americano JPEGMafia, também conhecido como o Peggy. A abertura da apresentação será do DJ Ramemes. Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 450 (inteira). No dia 31, o show da Audio fica por conta do quinteto de eletropop australiano Parcels, dono de hits como Overnight e Lightenitup. Quem quiser acompanhar a apresentação pode comprar os bilhetes a partir desta quinta-feira (23), às 10h, por R$ 500 (inteira). A banda também realiza uma pré-venda especial para os fãs nesta terça, a partir das 14h, que deve durar até às 8h do dia 23 de janeiro – duas horas antes da abertura para venda geral. Os ingressos para o Lollapalooza ainda estão à venda com entradas disponíveis para todos os dias e pacotes, com valores a partir de R$ 1.000 (inteira público geral). * SERVIÇO – SIDESHOWS Fontaines D.C.Quando 26 de março de 2025Onde Audio – av. Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, região oestePreço: R$ 450Link Girl in Red e InhalerQuando: 27 de março de 2025Onde Audio – av. Francisco Matarazzo, 694 , Água Branca, região oestePreço: R$ 500Link JPEGMafiaQuando: 27 de março de 2025Onde Cine Joia – pça. Carlos Gomes, 82, Liberdade, região centralPreço: R$ 450Link ParcelsQuando: 31 de março de 2025Onde Audio – av. Francisco Matarazzo, 694 , Água Branca, região oestePreço: R$ 500Link