Simple Minds encanta com nostalgia em show mergulhado nos anos 1980

Redescoberta pelas novas gerações com os superhits oitentistas Don’t You (Forget About Me) e Alive and Kicking, a banda escocesa Simple Minds voltou ao Brasil após 12 anos para um show único no Espaço Unimed, em São Paulo, no último domingo (4). Com a casa cheia, mas não lotada, Jim Kerr, Charlie Burchill e companhia brindaram o público com um set de 1h40 de duração, 17 músicas e com um foco maior no auge do grupo (1982 – 1995). Apenas duas faixas foram da fase seguinte, mas sem nenhuma inclusão do álbum mais recente, Direction of the Heart (2022). Estranhamente a primeira parte do show teve uma recepção morna do público, contrastando com a imagem que os artistas têm dos fãs brasileiros. Nas primeiras seis músicas, nada de muita euforia. Aos 65 anos, Jim Kerr não reduziu sua intensidade no palco. Dança, anda de um lado para o outro, mexe com o público o tempo todo. É o grande líder, apesar do guitarrista original, Charlie Burchill, também arrancar muitos aplausos. Mas a virada de chave do público começou com She’s a River, com a backing vocal Sarah Brown soltando o vozeirão, enquanto a baterista Cherisse Osei emendou um solo de bateria que arrancou aplausos e gritos dos fãs. Com o palco pavimentado, as coisas ficaram mais fáceis para Jim Kerr brilhar ainda mais. See the Lights e Once Upon a Time vieram em sequência, garantindo um retorno mais efusivo dos fãs. Mergulhando de cabeça no maior sucesso da carreira, o álbum Once Upon a Time (o único a alcançar um top 10 fora do Reino Unido), de 1985, o Simple Minds não tirou mais o pé do acelerador. Acabava uma música e engatava outra: I Wish You Were Here, All the Things She Said, Don’t You (Forget About Me) e Ghost Dancing. Dessa sequência arrebatadora, a única que não pertence ao discão dos escoceses é o super hit Don’t You (Forget About Me), que tem uma história curiosa na trajetória da banda. Composta pelo produtor musical Keith Forsey e o guitarrista Steve Schiff para o filme Clube dos Cinco (1985), a música foi oferecida para diversos artistas, mas todos recusaram. Os artistas a consideraram bobinha demais ou não tinham tempo para investir nela, caso de Bryan Ferry, do Roxy Music. O próprio Jim Kerr chegou a declarar que não estava interessado em uma composição sobre adolescentes norte-americanos. Felizmente, sua esposa na época, Chrissie Hynde, vocalista do The Pretenders, o convenceu de gravar a canção. O sucesso foi imediato! Don’t You (Forget About Me) entrou no início e fim do filme de John Hughes. O Simple Minds deixou de ser uma banda queridinha apenas no Reino Unido e se tornou um fenômeno mundial, incluindo anos depois o Brasil em sua rota pela primeira vez, quando se apresentou no Hollywood Rock 1988. A banda conseguiu aproveitar o hype até meados dos anos 1990, quando passou a perder força em meio ao surgimento de uma nova era do britpop, com nomes como Oasis, Blur, Pulp, entre outros. Mas a curiosidade é que a banda nunca encerrou as atividades. Fez algumas pausas curtas sem turnês, mas se manteve ativa. O sumiço não foi algo notado apenas por brasileiros. Em entrevista ao The Independent, em 2023, Jim Kerr falou sobre esse “isolamento não forçado”. “As pessoas me perguntavam: ‘a banda ainda está na ativa? Você ainda está na banda?’”. No entanto, as coisas mudaram após a pandemia. No ano passado, eles deram início à maior turnê desde os anos 1980, com shows esgotados na Inglaterra, Escócia, Estados Unidos, Canadá, além da participação em festivais até chegar à América do Sul. Voltando para o show em São Paulo, mais nostalgia na reta final. O Simple Minds incluiu mais três canções de Once Upon a Time: Ghost Dancing, que foi a deixa para o público pedir bis, o outro superhit Alive and Kicking, além de Sanctify Yourself, fechando o show. Confira setlist Waterfront The Signal and the Noise Speed Your Love to Me Big Sleep Hypnotised This Fear of Gods She’s a River (Drum solo) See the Lights Once Upon a Time I Wish You Were Here All the Things She Said Don’t You (Forget About Me) Ghost Dancing BIS Dolphins Someone Somewhere in Summertime Alive and Kicking Sanctify Yourself

Último show de Gilberto Gil em São Paulo tem encontro emocionante com a filha

Em tempos de setlists decorados e repetitivos, o fator surpresa sempre garante um momento único e especial para artistas e público. Se a surpresa emociona, o resultado é ainda maior. Dificilmente choro durante um show, mas o encontro de Gilberto Gil com a filha, Preta Gil, no Allianz Parque, na noite do último sábado (26), foi memorável, genuíno e, imediatamente, a emoção tomou conta de mim e boa parte do público. A escolha da música também não poderia ser mais acertada, Drão, que foi feita para a mãe de Preta, Sandra Gadelha, logo após a separação dos dois.  Preta entrou amparada por uma das irmãs, Nara Gil, que também é backing vocal do pai. Visivelmente emocionada, logo foi aclamada pelo público, que bradou forte: “Preta! Preta! Preta!”. A demonstração de carinho também mexeu bastante com Gilberto Gil. O icônico artista, de 82 anos, precisou secar as lágrimas após a saída da filha. Preta Gil estava internada desde o dia 1º de abril no Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, e foi transferida para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde recebeu alta no último dia 16. Recentemente, Gilberto Gil disse que a ida de Preta para os EUA para fazer o tratamento experimental não está definida. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Gilberto Gil – Última Turnê (@giltemporei) Além de Preta, Gil também recebeu Nando Reis, que cantou A Gente Precisa Ver o Luar. As participações especiais na turnê Tempo Rei são frequentes. Até o momento, Arnaldo Antunes, Flor Gil, Sandy, MC Hariel, Liniker, Anitta, Russo Passapusso, Margareth Menezes, entre outros. Mas, além do momento emocionante com Preta e a participação de Nando Reis, Gil encanta com a disposição. Não dá sinais algum de sentir o tal “peso da idade”. Longe disso! Ele dança, canta, emociona, brinca com o público. Tem disposição que muito artista novo não tem. Felizmente, nos últimos 30 anos, consegui acompanhar muito da carreira de Gil. Dos shows no ginásio do Sesc Santos à visita na casa dele, em pleno o Carnaval de Salvador, quando ele recebeu uma comitiva com jovens do Instituto Arte no Dique, de Santos, da qual fiz parte. Gil também veio ao instituto, que desenvolve um trabalho impecável em uma das maiores favelas sobre palafitas do Brasil, além de ter participado da maior ação social do Blog n’ Roll, o Juntos Pela Vila Gilda, quando gravou dois sons durante a pandemia da covid. Diante disso, assistir Gil em cena, tão motivado e enérgico, traz lembranças afetivas. Aprender sobre Gil começou em casa, com meus pais, mas tive uma “pós-graduação” com José Virgílio, presidente do Arte no Dique e amigo desse gigante artista e melhor ministro da Cultura que o Brasil já teve. O cancioneiro imenso dele está quase todo presente na apresentação. Durante 2h30 de show, Gil passeou por quase todos os álbuns do período 1965 até 1984. E a apresentação não perde força em nenhum momento. Começa com Palco, Banda Um e Tempo Rei, tem um recheio com Refazenda e Refavela, finalizando com Aquele Abraço, Esperando na Janela e Toda Menina Baiana. Dentre os momentos de destaque da apresentação também estão Cálice, clássico anticensura de Gil e Chico Buarque, que veio acompanhado de um vídeo explicativo (necessário nos dias atuais) do coautor da canção. Durante a exibição do vídeo, o público bradou: “sem anistia!”. Hinos como Esotérico, Expresso 2222, Se Eu Quiser Falar com Deus e Punk da Periferia também mexeram bastante com os fãs, que cantaram a plenos pulmões cada estrofe dessas faixas. Se é uma despedida de fato, como foi anunciado antes da tour começar, só o tempo dirá. Mas o tempo caminha junto com Gil e isso fica evidente do início ao fim. Não será estranho se uma continuação nos palcos for confirmada. Gil ainda está muito firme, forte e atual. Mas enquanto não temos essa confirmação, vale se programar. A turnê Tempo Rei tem mais 11 datas até o fim do ano, passando por Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Belém, Porto Alegre, Fortaleza e Recife. Confira as datas e compre os ingressos aqui. Reparação histórica Sei que pode soar repetitivo isso, mas o trabalho que a 30e vem desenvolvendo com os artistas nacionais é de tirar o chapéu. A produtora simplesmente está por trás de quase todas as grandes turnês nacionais por estádios. Dessa forma, ForFun, Natiruts, NX Zero, Ney Matogrosso, Jão, Gilberto Gil e Titãs puderam se apresentar nos principais palcos do Brasil, algo que parecia restrito aos artistas internacionais nas últimas décadas. Quando poderíamos imaginar assistir QUATRO shows esgotados de Gil no Allianz Parque, o melhor palco do Brasil? São praticamente 200 mil pessoas somente na Capital. Titãs e Natiruts também com sequências grandes. Esperamos poder ter mais turnês incríveis com essa estrutura de show internacional por aqui. Artistas em potencial temos de sobra: Chico Buarque, Jorge Ben Jor, Skank (retorno?), Barão Vermelho (com Frejat?), Los Hermanos, entre muitos outros.

Com álbum novo no forno, Kaleo testa novos singles para público apaixonado em São Paulo

O lineup do Lollapalooza é, provavelmente, uma das coisas mais detonadas pelos fãs de músicas anualmente. É muito comum ver pessoas reclamando da quantidade de artistas desconhecidos ou “irrelevantes”. E os comentários costumam partir justamente daqueles que reclamam que não tem renovação na música. A banda islandesa Kaleo já foi uma dessas vítimas, quando tocou no festival em 2018. Agora, sete anos após sua estreia no Brasil, Jökull Júlíusson, o JJ, e sua banda extremamente técnica, retornaram ao país para dois shows da Payback Tour, um no Rio de Janeiro e outro em São Paulo. Na capital paulista, o local escolhido foi a Audio, que recebeu um ótimo público, principalmente para uma terça pós feriadão e com frio na rua. A base do repertório foi o álbum A/B, que reúne os principais hits da banda, e teve dez canções incluídas no setlist. Mas o Kaleo aproveitou a oportunidade para testar quatro canções do novo álbum, Mixed Emotions, que será lançado em 9 de maio. Backdoor, Lonely Cowboy, USA Today e Rock ‘n’ Roller, por sinal, foram muito bem recebidas. USA Today abriu o show e conquistou o público logo de cara, que já tinha a letra na ponta da língua. Aliás, por falar em sing along, o Kaleo consegue essa proeza em 16 das 17 músicas do show. É o público cantando tão alto que muitas vezes não dava nem para ouvir JJ direito. A única exceção foi Vor í Vaglaskógi, toda cantada em islandês, que deixou os fãs em um momento de contemplação apenas. Variando em um blues rock com um indie folk, o Kaleo construiu uma boa base de fãs no Brasil, principalmente por sua participação no Lollapalooza e o super hit Way Down We Go, com mais de um bilhão de streams só no Spotify.  Mas é inegável que o repertório se sustenta de uma forma impecável, sem a dependência do hit para ter um grande show. Os músicos interagem o tempo todo entre eles, promovendo pequenas jams enquanto JJ puxa o set caprichado. Hot Blood, No Good, Skinny e Save Yourself foram alguns dos pontos altos da apresentação. Que venha logo o novo álbum do Kaleo e um retorno breve ao Brasil. Abertura da noite A banda paulistana Ginger and The Peppers foi quem abriu a noite na Audio. Com um set curto, aproximadamente 30 minutos, o grupo soube aproveitar o pouco tempo para aquecer os fãs de Kaleo. Com um ótimo cartão de visitas, a banda mostrou ter muita energia no palco, com destaque para a vocalista Julia Dillon, que transborda carisma, além de ter uma linda voz. Edit this setlist | More Kaleo setlists

Spiritbox tem o show mais quente do momento e precisa voltar logo ao Brasil; veja como foi em NY

Nova York é uma cidade que exala eventos musicais e esportivos por todos os cantos, isso sem falar nos inúmeros cenários de filmes e séries, além dos famosos musicais da Broadway, atualmente com George Clooney, Denzel Washington, entre outros grandes atores em cartaz. E mesmo com essa infinidade de atividades, ninguém conseguiu despertar tanta atenção como a banda canadense Spiritbox na última semana. Queridinha do público brasileiro após o show de abertura do Bring Me The Horizon, no fim do ano passado, no Allianz Parque, a banda de Courtney LaPlante vem em uma crescente absurda no hemisfério norte. Participa de tudo que é programa de TV, viraliza no Grammy, é citada por grandes nomes do rock. Vive um momento de ouro. No último dia 18, a banda simplesmente lotou o Hammerstein Ballroom, ao lado do Madison Square Garden, o qual parece ser uma questão de tempo para ser o próximo palco do Spiritbox em Nova York. A receita de sucesso do Spiritbox é infalível: cozinha instrumental de alto nível, frontwoman com alcance vocal absurdo e carisma de sobra, além de influências que passam por Machine Head, Linkin Park e Evanescence. Atualmente em turnê para divulgar o álbum Tsunami Sea, lançado em março passado, o Spiritbox vive um momento especial. Quem se impressionou com a apresentação no Allianz Parque certamente ficará ainda mais boquiaberto com a tour atual. O novo show do Spiritbox contempla os fãs com telões incríveis de alta definição, com lindas imagens de natureza, mesclando com alguns momentos da apresentação. Tsunami Sea tem oito de suas 11 músicas no setlist, que ainda é completado por três faixas do debut, Eternal Blue (2021), além de canções dos EPs Rotoscope (três) e The Fear of Fear (duas). Courtney LaPlante foi a grande estrela no Hammerstein Ballroom. E sabe que está sendo observada por todos. Após a aparição no show de Megan Thee Stallion no Coachella no primeiro fim de semana, a moral estava ainda mais elevada. Composta por Courtney LaPlante, seu marido, o guitarrista Mike Stringer, o baterista Zev Rose e o baixista Josh Gilbert, a banda canadense está em atividade há quase uma década, mas vive o melhor momento agora. A reta final do show do Spiritbox rendeu algumas boas surpresas, com três feats inesperados: Soft Spine (com Emma Boster, do Dying Wish, que abriu a noite no Hammerstein, junto com o Loathe), No Loss, No Love (com Andrew Dijorio, da banda punk Stray from the Path) e Crystal Roses (com o saxofonista Saxl Rose). No meio dessa sequência de feats, o show ainda teve espaço para duas das canções mais poderosas do Spirtibox: Holy Roller, do Eternal Blue, e Ride the Wave, single mais pessoal e forte de Tsunami Sea. A atual turnê do Spiritbox merece um lugar especial no Brasil. E como headliner, sem participação em festival. Confira o show completo abaixo

Awolnation faz show de gente grande em NY e prova estar pronto para festivais no Brasil

O Awolnation, projeto de dance-rock liderado por Aaron Bruno, lotou o Irving Plaza, em Nova York, no último dia 14, e mostrou estar pronto para enfrentar grandes festivais pelo Brasil. De cara, para quem assiste ao show, é nítido que cairia super bem no meio da tarde no Lollapalooza. Atualmente, o Awolnation divulga o álbum The Phantom Five, lançado em 2024, que chegou a ser tratado como o último álbum de Aaron Bruno frente ao seu projeto. “Havia um senso de urgência na mentalidade de tentar tratá-lo como um álbum de despedida, agora resta saber se continuo. Provavelmente irei, mas me sentiria confortável em ir embora porque acho que isso é o melhor que tenho a oferecer”, comentou em entrevista ao Blog n’ Roll. No Brasil, assim como em boa parte do mundo, o Awolnation ganhou muito alcance com o hit Sail, de 2010, que entrou na trilha de séries, filmes e até comerciais. Na apresentação, Sail é a faixa que encerra o show. E isso é muito válido porque prende a atenção para o restante do trabalho de Aaron Bruno em quase 1h30 de tempo corrido. Jump Sit Stand March, um dos destaques do novo álbum do Awolnation, ficou ainda mais pesada ao vivo, garantindo alguns pulinhos do público na frente do palco. >> CONFIRA ENTREVISTA COM AWOLNATION Apesar de todo orgulho pelo álbum Phantom Five, a atenção maior na atual turnê está no debut, Megalithic Symphony, de 2011. Foram seis faixas adicionadas no repertório contra três do disco mais recente. Sempre muito performático, Aaron Bruno não para por um segundo. Anda de um lado pelo outro, sobe no palco da bateria, corre em direção ao público e despeja um som potente atrás do outro. Soul Wars e Kill Your Heroes, ambas do Megalithic, mexeram demais com o público. Era nítida a emoção de quem estava mais próximo ao palco e cantou tudo do início ao fim. Outra pedrada do debut, Burn It Down é praticamente um punk rock, só não rendeu um circle pit porque o público estava mais na faixa 40+ e optou por contemplar a energia infinita de Aaron Bruno. O rápido intervalo no fim não tirou ninguém da frente do palco. O público estava esperando o hit de quase um bilhão de streams apenas no Spotify. Sail, que foi precedida por Panoramic View, principal single de Phantom Five, rendeu a maior quantidade de vídeos gravados daquela noite em Nova York, perdendo talvez apenas para as filmagens de turistas com golpistas vestidos de Homem-Aranha, Mickey e monges budistas da Times Square. Bandas de abertura Tão eclética como Aaron Bruno, a programação da noite no Irving Plaza rendeu boas surpresas com Makua e Bryce Fox.  O primeiro é formado pelo surfista havaiano Makua Rothman, que já foi campeão mundial de ondas grandes em 2015. Apesar do visual Netinho, aquele do Milla, Makua tem boas inspirações. Flutua entre Sublime, No Doubt e alguns repentes de skazinho. Fez um show honesto e curto, cerca de 30 minutos, que agradou em cheio ao público que acompanhou nas palminhas e gritos de apoio. Bryce Fox, que veio na sequência, também com set de 30 minutos, parecia já mais familiarizado em tocar com grandes artistas. Com quase 1 milhão de ouvintes mensais no Spotify, aproveitou a ocasião para apresentar seu álbum mais recente, The Butterfly and The Bomb, lançado no fim de março. Mas também teve espaço para seus singles mais conhecidos, Stomp Me Out e Horns, ambas de Heaven on Hold, de 2017. Golden Boy, do Strenght (2022) e responsável por abrir o show, foi outro grande acerto. O single é bem poderoso. Setlist de Awolnation    Jump Sit Stand March Soul Wars Kill Your Heroes Run The Best Barbarian Burn It Down Holy Roller Hollow Moon (Bad Wolf) Like People, Like Plastic Not Your Fault Knights of Shame Bis Panoramic View Sail

Monsters of Rock chega aos 30 anos com shows inesquecíveis em São Paulo

30 anos de Monsters Of Rock, um dos festivais mais consagrados do país. Trinta anos não são 30 dias. Basicamente, a história dos shows de rock e metal que aconteceram por aqui, passa diretamente por esse festival. A edição de 2025 rolou em São Paulo, no último sábado (19), reunindo bandas gigantes e consagradas da história do rock’n roll. Scorpions e Judas Priest foram os headliners, mas o evento também contou com os suecos do Europe e do Opeth, os finlandeses do Stratovarius, o Savatage, além do Queensryche, direto de Seattle, nos Estados Unidos. Porém, antes de prosseguir, eu preciso registrar o quanto o Monsters é importante e tem uma relevância bem forte no meu coração. Foi no Monsters Of Rock que vi pela primeira vez a banda da minha vida. O Aerosmith, na edição de 2013. Chorei feito uma criança por realizar o sonho de ver de perto a maior banda desse mundo! Foi no Monsters Of Rock que assisti o maior espetáculo (porque não dá pra chamar aquilo “só” de show) que já presenciei em toda minha vida. O Kiss, na edição de 2023, me fez sair extasiado do Allianz Parque tentando digerir tudo que havia presenciado naquele verdadeiro espetáculo de som e pirotecnia. Foi no Monsters Of Rock que eu vi o show mais surpreendente da minha vida. Aquele show que eu já esperava que seria bom, mas que superou todas as expectativas e me deixou boquiaberto. O Scorpions, também na edição de 2023, me fez chorar, pular, dançar e me fez ainda mais fã dessa banda tão histórica. Dito isso, obviamente eu não poderia ficar de fora dessa edição tão comemorativa e emblemática! O dia começou com os caras do Stratovarius, diretamente da Finlândia. Uma banda bastante relevante no universo do “power metal” desde a sua fundação em 1984, mas principalmente depois do disco Visions, lançado em 1997, que trouxe notoriedade, respeito e sucesso a nível mundial para a banda. O show dos caras pode ser definido com o termo intensidade. Basicamente o Stratovarius é uma potência sonora com músicos extremamente virtuosos. A performance foi impecável com bastante interação com o público brasileiro que chegou cedo para ver o show. Inclusive, em certo momento, o vocalista Timo Kotipelto fez algumas brincadeiras para desafiar os fãs brasileiros a gritarem mais alto em relação aos outros shows da banda na América Latina. >> CONFIRA ENTREVISTA COM STRATOVARIUS Logo em seguida, o Monsters Of Rock recebeu no palco os caras do Opeth, uma banda sueca que está em atividade desde 1990 misturando death metal com rock progressivo. E olha que essa mistura pode definir claramente o principal comentário que ouvi sobre o show dos caras. >> CONFIRA ENTREVISTA COM OPETH É impressionante como eles navegam com maestria entre o peso do death metal com a técnica absurda do rock progressivo. Carregando uma naturalidade que parece ser a coisa mais fácil do mundo. O vocalista e guitarrista, Mikael Åkerfeldt, entrega uma performance incrivelmente potente, além de uma serenidade invejável. O Queensrÿche foi a terceira banda a subir no palco do festival para entregar um show repleto de clássicos que contam a história da banda. Uma banda histórica, muito relevante pro cenário do metal e que declaradamente serviu de inspiração para outras bandas consagradas, como o Dream Theater e o Symphony X. O Queens trouxe um show que navegou entre todos os períodos da carreira da banda, com muito metal pesado, mas também com a excelente balada Silent Lucidity, principal sucesso da banda aqui no Brasil durante muito tempo. >> CONFIRA ENTREVISTA COM QUEENSRYCHE Logo em seguida foi a vez do Savatage. Os caras têm simplesmente 46 anos de heavy metal e uma legião apaixonada de fãs aqui no Brasil. Muita gente com a camiseta da banda e enlouquecida com o show dos caras. Mais uma performance repleta de virtuosismo, entrega, hits e muito peso! Não é à toa que o Savatage é uma das maiores bandas de heavy metal da história, os caras entregam todas as características necessárias de uma banda gigante. >> CONFIRA ENTREVISTA COM SAVATAGE Depois do Savatage, nós chegamos naquele que foi o meu show favorito do dia. Os também suecos do Europe subiram no palco do Monsters Of Rock para entregar um show que pode ser resumido na palavra energia! Do primeiro ao último acorde, o show do Europe foi marcado pelo bom e velho hard rock clássico. Cheio de riffs marcantes e love songs que fizeram o Allianz cantar a plenos pulmões. Com destaque para Carrie, que fez o estádio todo se iluminar, e obviamente The Final Countdown, o maior hit da banda e um dos maiores hits da história do rock. >> CONFIRA ENTREVISTA COM EUROPE Tudo foi impecável no show do Europe, mas vale destacar a excelente performance do vocalista Joey Tempest que soube controlar a multidão com maestria e elegância. E por fim chegamos nos dois headliners do festival. Judas Priest e Scorpions dispensam apresentações. Duas potências, basicamente lendas vivas do rock… O show do Judas Priest foi insano. Uma chuva de hits, uma tempestade performática e uma trovoada de carisma de Mr. Rob Halford e companhia. Os caras são deuses e o Rob faz jus ao apelido de “metal god”. No auge dos seus 73 anos, esbanjando saúde, performance, alcance vocal e maestria em controlar a plateia. Inclusive, o público foi um show à parte durante o Judas. >> CONFIRA ENTREVISTA COM JUDAS PRIEST A galera estava ensandecida, cantando tudo, interagindo muito e se entregando de corpo e alma aos clássicos da banda. Era uma espécie de culto acontecendo sob nossos olhos e ouvidos. O show do Judas Priest foi realmente impressionante. E pra fechar a noite da edição histórica de comemoração dos 30 anos do Monsters Of Rock, o Scorpions entregou mais um espetáculo! Estético, visual, sonoro e performático. Tem que ter um jeito de eternizar esses caras, tem que existir uma forma de trazê-los para sempre. O show do Scorpions é um presente pra todos que gostam de rock

Mark Hoppus abre coração e relembra momentos marcantes em show autobiográfico

Emoção, risos e nostalgia marcaram o lançamento do livro Fahrenheit-182 (Harper Collins), a autobiografia do baixista, vocalista e cofundador do Blink-182, Mark Hoppus, em Somerville, nos arredores de Boston, no último dia 10. An Evening With Mark Hoppus, que teve apenas sete datas nos EUA entre os dias 9 e 20 de abril, foi um espetáculo de 1h30 de duração no qual o músico, acompanhado do coautor do livro, Dan Ozzi, respondeu perguntas ensaiadas do amigo, sem qualquer filtro. Dentre os assuntos principais, Mark Hoppus falou sobre como conheceu os companheiros Tom DeLonge e Travis Barker, a saída de Scott Raynor, a escolha por Matt Skiba para o lugar de Tom, além da luta contra o câncer. Em outros momentos, Mark Hoppus também brincou que foi o responsável por ajudar na captura de Saddam Hussein, por ter dado a dica fundamental para um almirante da Marinha após um show do Blink-182 para as forças armadas dos EUA. Tudo que Mark Hoppus respondia para Dan Ozzi no palco vinha acompanhado de vídeos ou fotos que comprovavam o que ele havia acabado de falar.  O Blog n’ Roll acompanhou o evento em Somerville e destaca abaixo alguns dos melhores momentos apresentados por Mark Hoppus no evento. A descoberta do câncer Estava jogando Ghost of Tsushima, um jogo incrível, e estendi a mão e pensei: “Bem, que caroço estranho!”. Não me lembro de ter visto isso antes. E o que você faz quando encontra um caroço de um lado? Você pensa: “Bem, ele deveria estar ali?” E você sente o outro lado, certo? Bem, esse lado não tem um caroço. Então, pensei: “Preciso falar com a minha manager sobre isso”. Minha esposa também achou estranho. Logo depois, ligamos para a nossa médica, e ela disse: “entre”. Fui ao consultório dela, que olhou e disse: “Não gosto da aparência desse caroço”. E ela me mandou fazer um raio-X, e o técnico do raio-X me mandou fazer um exame de sangue. A pessoa que fez o exame de sangue me mandou fazer uma ressonância magnética, e a pessoa que fez a ressonância me mandou fazer biópsias com agulha grossa, no qual eles pegam uma agulha oca e a enfiam na pele umas 20 vezes, e retiram toda a pele.  Diante disso, fui ao consultório da minha terapeuta para conhecê-la pessoalmente. Entro e digo: “É um prazer conhecê-la”. Não deu nem tempo de falar e recebi um telefonema. Era meu oncologista. Só consegui falar: “Ok, entendi. Obrigado”. Voltei para a sala, sentei e disse à minha terapeuta: “Ei, acabei de descobrir que tenho linfoma, então acho que sei do que estamos falando hoje”.  Todos os cânceres são medidos pelo tamanho de uma fruta. Eu tinha um tumor do tamanho de um limão no ombro, um tumor do tamanho de uma uva no pescoço. E tinha um monte de caquis espalhados pelo meu tronco e abdômen inferior, que também tinha um monte de passas. E então incontáveis ​​flocos de câncer por todo o meu sangue. Eu era apenas um arranjo comestível de tumores. O que eu tinha era linfoma difuso de grandes células B tipo IV-A. O único tratamento para isso é uma quimioterapia chamada Archon, o que é ótimo porque não precisei ficar pensando duas vezes. Devo fazer cirurgia primeiro? Devo tentar radioterapia? Existe algum novo medicamento experimental? É só Archon. R-C-H-O-P. Uma das coisas mais difíceis de fazer quimioterapia com Archon é que quando você vê escrito, parece que alguém está falando do Red Hot Chili Peppers.  Mas meu médico me ligou e disse: “Tenho uma ótima notícia”. Você tem 60% de chance de sobreviver e nunca mais ter que lidar com isso. A má notícia é que esta é uma das quimioterapias mais difíceis que alguém pode se submeter. E ele estava certo. Mas gosto dessas chances. E gosto do fato de não haver escolha. Então comecei a quimioterapia. Ele estava certo. É uma merda. Eles me davam uma dose gigante de esteroides, que me levavam à lua, apenas pulsando, vibrando e tremendo. Mas, ao mesmo tempo, eles me injetavam substâncias químicas que queimavam cada célula de crescimento rápido do meu corpo. Meus glóbulos vermelhos sumiam. Subia as escadas para o meu estúdio e ficava completamente sem fôlego. Todo o meu cabelo caía. Lembro que tudo aconteceu em um dia.  Estava sentado na nossa fogueira com a minha esposa e arrancando tufos gigantes de cabelo e jogando-os no chão. E estava ventando um pouco, e os cabelos estavam voando para dentro da piscina. E ela disse: “Você pode parar com isso? Está espalhando cabelo pela piscina toda”. Então comecei a puxar meu cabelo e jogá-lo no fogo, o que também não ajudou muito. No dia seguinte, estava no chuveiro, e ainda tinha merda caindo da minha cabeça. Estava me lavando, e de repente, tinha tufos enormes de pelos pubianos na minha mão. Me lembro de sair do chuveiro, com cabelo caindo da minha cabeça, cabelo grosso caindo da minha mão, todo molhado, nu, rindo histericamente do absurdo de ter que tirar meus pelos pubianos e dar descarga no vaso sanitário para que não entupissem o ralo do chuveiro. Divulgação do câncer Não contei a ninguém que tinha câncer, exceto para minha família e meus amigos mais próximos. E não contei a ninguém porque pensei que as pessoas iriam rir quando descobrissem. Porque senti que estava atrapalhando. Senti que tinha chegado a hora. Fui tão abençoado a vida toda. Estou em uma banda incrível. Nossa banda conseguiu fazer coisas que nenhuma banda no mundo consegue fazer. Já pisei em todos os continentes do planeta Terra. Tenho uma esposa e um filho incríveis. A piscina no meu quintal parece um pinto. É verdade. Eu comprei assim, não projetei. E pensei: “Você já está bem há tanto tempo, a outra bomba vai cair. Você assistiu Os Bons Companheiros? Eventualmente, o maldito helicóptero vai chegar e você vai ficar tentando fazer um espaguete e tudo vai dar errado. Então literalmente pensei, quando as pessoas descobrirem, vão rir. 

The Used celebra 25 anos de carreira e toca álbum de estreia na íntegra

Para comemorar os 25 anos de carreira, a banda norte-americana The Used escolheu 17 cidades da América do Norte, Europa e Oceania para fazer algo inédito na carreira: três noites consecutivas para cada uma delas, tocando um álbum na íntegra por data. E é isso, não tem música extra, alteração na ordem, nada disso. Os álbuns escolhidos para a tour são The Used (2002), In Love and Death (2004) e Lies for the Liars (2007). O Blog n’ Roll acompanhou o primeiro dos três shows em Boston, terceira cidade da tour, após Chicago e Detroit.  O House of Blues, uma das principais casas de shows da cidade, estava lotado, garantindo uma temperatura muito mais agradável que o frio congelante que estava na rua, mesmo sendo primavera. A abertura da noite ficou por conta do The Funeral Portrait, de Atlanta. Com apenas 30 minutos disponíveis, Lee Jennings e companhia focaram nos principais singles do segundo álbum de estúdio, Greetings From Suffocate City (2024), o primeiro com uma pegada mais emo e fortemente influenciado por My Chemical Romance. O set teve alguns destaques do álbum mais recente, como as músicas You’re So Ugly When You Cry, Dark Thoughts e Holy Water. >> CONFIRA ENTREVISTA COM THE FUNERAL PORTRAIT O som estava um pouco abafado, mas os integrantes conseguiram superar isso com muita disposição e uma apresentação bastante performática. O guitarrista Caleb Freihaut e o baixista Robert Weston se beijaram na reta final do show, o que rendeu muitos aplausos e gritos dos fãs. “Há três anos fomos expulsos de uma turnê por causa disso. Então fazemos questão de repetir esse gesto sempre”, comentou Lee Jennings antes de iniciar Suffocate City, maior hit da carreira e responsável por fechar a apresentação. Após o show, Lee Jennings conversou com o Blog n’ Roll e garantiu que foi procurado por uma produtora e iniciou as negociações para se apresentar no Brasil em 2026. Vamos aguardar! The Used Com apenas cinco minutos de atraso, The Used deu início ao show com a exibição de um vídeo com várias imagens do início da carreira. Após a queda da cortina, o disco homônimo passou a ser tocado na íntegra. Maybe Memories já garantiu um início quente, enquanto The Taste of Ink arrancou o primeiro sing along dos fãs. No início da apresentação, Bert McCracken pouco fala, emendando uma canção na outra. Antes de Buried Myself Alive, agradeceu o apoio do público nos últimos 25 anos e prometeu entregar o melhor presente possível nas três noites, antes de perguntar sobre quem iria nas outras duas datas. Logo depois, cantou mais um dos hits do álbum, A Box Full of Sharp Objects, que foi apresentada como “a melhor música já escrita”. Teve espaço para um trecho extenso de Smells Like Teen Spirit, do Nirvana, algo que o The Used faz com frequência nos shows. >> CONFIRA ENTREVISTA COM THE USED Sobre o repertório, aliás, vale destacar a quantidade de canções que estavam esquecidas nos shows: Poetic Tragedy, Greener With the Scenery e Noise and Kisses não eram tocadas desde 2016. Entraram na atual turnê. Para o público brasileiro que quer curtir show no House of Blues de Boston, vale destacar que não existe lugar ruim. Todos os pontos são ótimos. Desde o balcony, lá no alto, que não é distante do palco e tem poltronas acolchoadas, até a pista, muito semelhante com o espaço da Audio, em São Paulo, que tem suas laterais com espaços para quem não gosta de ficar no empurra-empurra da pista. Na reta final, Bert saiu distribuindo happy birthday para várias pessoas da plateia, antes de falar que estava muito feliz pela história da banda, que agora toca também em arenas (vale lembrar que eles tocaram na primeira edição do I Wanna Be Tour, no Allianz Parque, em São Paulo). “Éramos apenas quatro caras de Utah tocando em um porão antes deste disco ser lançado”, disse Bert McCracken, que estava visivelmente emocionado com o apoio do público. A fidelidade com o set é tão grande que o The Used seguiu o desfecho do álbum de forma perfeita, encerrando com On My Own e Pieces Mended, antes de fazer um breve intervalo, que foi sucedido pela gravação de Polly e a faixa escondida Choke Me. Em quase 1h10 de apresentação, o The Used mostrou que é possível entregar o que promete e sair grandioso do palco, ainda mais com duas noites por vir com novos sets. Confira abaixo os três shows completos de Boston

Com experiência completa, Incubus agrada ainda mais em São Paulo

Perto de completar apenas sete meses desde sua última apresentação no Brasil, o Incubus voltou ao país para novos shows, dessa vez para entregar toda a experiência de sua turnê Morning View + The Hits. Da última vez, no Rock in Rio 2024, com tempo reduzido e uma plateia que dividia atenção com outras atrações, o grupo entregou apenas uma demonstração do que tem performado nas apresentações para comemorar os 25 anos do álbum Morning View. Depois de passar por Curitiba, foi a vez de São Paulo receber a banda, no Espaço Unimed, na última quinta-feira (10). Na nova oportunidade em território brasileiro, agora tocando um show solo, sem nem mesmo uma banda de abertura aquecer a audiência, o Incubus soube aproveitar o espaço e o tempo. Com cerca de 9 mil pessoas em um ambiente bem mais contido do que a imensidão do Rock in Rio, a banda encontrou um público mais engajado e conectado com suas músicas. Desde a primeira parte do set, tocando Morning View do início ao fim, na mesma ordem do álbum, o grupo não economizou na qualidade de seu som. Já no petardo que iniciou a apresentação, Nice To Know You, o vocalista Brandon Boyd mostrou que os anos não afetaram sua voz, entoando a música com a qualidade das gravações de estúdio. Os efeitos criados nas pick-ups por Chris Kilmore, um dos diferenciais do som do Incubus, enriquecia os agudos e médios da guitarra de Mike Einziger, mantendo firme toda identidade que o grupo construiu e que os torna uma banda de sonoridade inconfundível — difícil de rotular, mas imediatamente reconhecível aos ouvidos de quem os acompanha. Com o público mais próximo e aglomerado, foi fácil até para quem chegou mais contido ser contagiado pelos coros que acompanhavam a cantoria de Boyd. O local também foi propício para que os efeitos visuais provocados pelas luzes do palco preenchessem o ambiente e tornassem ainda mais emocionantes faixas como Circles e Wish You Were Here, tocadas na sequência. Se o fator “espaço” estava a favor do Incubus, o “tempo” acompanhou. Aproveitando a nostalgia que seu som provoca na maioria do público, a banda seguiu confiante ao tocar as demais canções do consagrado disco homenageado. Blood on the Ground surgiu em um mini set acústico, enquanto 11am contou com um pouco mais da bela presença da mais recente integrante da banda: Nicole Row. Além de manter firme a base da música do Incubus com seu baixo, Nicole trouxe a novidade dos backing vocals femininos, acrescentando uma nova camada a muitas das músicas apresentadas durante a noite. Sobrou tempo até para homenagear canções de outros artistas, como quando Brandon e Mike se uniram para uma versão intimista de Umbrella, de Rihanna. Ou quando a banda muito bem entrosada aproveitou a base de Are You In? para executar uma tag de In the Air Tonight, dando espaço para o baterista José Pasillas executar a clássica virada de bateria de Phil Collins. Na parte final dedicada aos hits, o Incubus revisitou brevemente outros álbuns de sua discografia, tocando clássicos como Anna Molly e a (sempre) esperada Drive. Com um show de aproximadamente 1h40, embalado por coros e aplausos do público ao longo das músicas, o Incubus soube explorar a qualidade sonora e, com o espaço e o tempo a seu favor, potencializou ainda mais a conexão com seus fãs.