Yellowcard promove viagem no tempo com set repleto de hits

Com três músicas a menos na comparação com o sideshow que fez na última sexta-feira (29), no Tokio Marine Hall, a banda Yellowcard manteve o nível alto da apresentação, com destaques principalmente para o vocalista Ryan Key e o violinista Sean Mackin. O repertório do Yellowcard foi muito bem escolhido, principalmente por contemplar cinco clássicos do Ocean Avenue, álbum que catapultou a banda para o sucesso. A introdução do show com a música-tema do filme Top Gun preparou o terreno para uma sequência inicial de três fortes hits: Only One, Lights and Sounds e Breathing. Sem tempo para conversas furadas, Ryan e Sean foram empilhando sucesso atrás de sucesso até chegar ao ápice com Ocean Avenue, que garantiu um dos melhores coros do festival. O novo álbum, Better Days, previsto para outubro, também foi bem recebido pelos fãs, com três canções adicionadas no set. Bedroom Posters, o single mais recente, foi a que teve melhor resposta dentro do festival. Setlist Only One Lights and Sounds Breathing honestly i Believe Way Away Bedroom Posters Keeper For You, and Your Denial Awakening With You Around Rough Landing, Holly Better Days Ocean Avenue
Patrimônio do emo nacional, Fresno emociona em horário breve no Wanna Be Tour

Maior nome do emo brasileiro e quem melhor defende essa bandeira desde o início, a Fresno teve uma segunda oportunidade dentro do Wanna Be Tour, agora em um horário nobre (diferente da primeira edição, quando abriu o evento). Lucas Silveira é a maior referência do público da Wanna Be Tour, atua quase como um embaixador. Como já dito anteriormente, no texto sobre o show do Gloria, o vocalista é presença constante nos feats e também assiste boa parte das apresentações na entrada do backstage. No sábado, durante o show da Fresno, soube conduzir bem o jogo de luzes dos celulares, arrancou muitos aplausos e botou a plateia para cantar junto o tempo todo, fosse nas canções do álbum mais recente, Eu Nunca Fui Embora (2024), ou nos hits nostálgicos, como Quebre as Correntes, Milonga ou Desde quando você se foi. A sensação que passa vendo a Fresno no Wanna Be Tour é que eles têm lugar garantido todos os anos, se quiserem. Ninguém jamais cansaria de ver os caras no palco, ainda mais com a atual formação, com Ana Karina Sebastião no baixo e um saxofone que casou perfeitamente com a proposta atual da banda. A Fresno está em constante transformação, o que renova o interesse e facilita na conquista de novos públicos. Nada de fórmulas velhas e repetidas à exaustão. Setlist Intro Quando o pesadelo acabar Quebre as correntes Diga, parte 2 Me and You (Foda eu e você) Infinito / Deixa o tempo / Eu sei Onde está? Eu nunca fui embora Eu sou a maré viva Casa Assombrada Se eu for eu vou com você Milonga Desde quando você se foi
Eles estão com tudo! Forfun coloca Allianz Parque para cantar mais uma vez

Responsável, de longe, pelo show mais agitado até o entardecer do Wanna Be Tour, a banda carioca Forfun mostrou que ainda tem muita demanda por apresentações. O show foi cantado do início ao fim em uníssono pelo Allianz Parque inteiro. Ficou difícil até para puxar o celular para registrar uma ou outra canção tamanha empolgação dos fãs, que se arriscaram em diversas pirâmides humanas frustradas. A devoção pelo Forfun não é novidade. No ano passado, quando anunciou uma série de shows após nove anos separados, o Forfun levou 45 mil pessoas para o mesmo Allianz Parque, além de outra apresentação abarrotada no Espaço Unimed. No Wanna Be Tour, o Forfun jogou seguro e distribuiu hits do início ao fim. Começou com a animada Hidropônica, e finalizou com História de Verão. Se Danilo Cutrim, Vitor Isensee, Nicolas Fassano e Rodrigo Costa tinham alguma dúvida sobre seguir ou não ativos e juntos, certamente não tem mais. Fazer show de headliner no fim da tarde não é para qualquer um. Setlist Hidropônica Good Trip Dia do alívio Sol ou chuva Minha joia Morada Gruvi quântico Sigo o som Cosmic Jesus Alegria compartilhada 4 A.M. Constelação Karina Cara esperto Costa verde História de verão
The Veronicas empolga só na reta final com hits no Wanna Be Tour

A dupla australiana The Veronicas, atração do meio da tarde do Wanna Be Tour, provavelmente, foi o único nome que passou longe da aprovação unânime dos fãs. De ambos os lados era possível ver uma movimentação maior dos fãs buscando refeições, bebidas e até um tour pelas ativações do evento. Formada pelas irmãs Lisa e Jessica Origliasso, The Veronicas teve um início de carreira bem promissor com o álbum Hook Me Up (2007), produzido por John Feldmann (Goldfinger) e que trouxe o super hit Untouched. Hook Me Up, aliás, foi a base do repertório, que ainda contou com uma releitura de Love is a Battlefield, de Pat Benatar, e Jungle, do álbum mais recente da dupla, Gothic Summer, de 2024. Para os fãs brasileiros vale mencionar uma passagem da trajetória da dupla, que contou com Jungle George, ex-vocalista da banda punk paulistana Holly Tree, como um de seus membros de apoio, no início da década passada. Setlist Take Me on the FloorWhen It All Falls ApartEverything I’m NotHook Me UpLove Is a Battlefield (Pat Benatar)You Ruin MeIn My BloodLolitaJungle4everUntouched
Dead Fish passeia pela discografia em show repleto de circle pits

Veteranos do hardcore brasileiro, a banda capixaba Dead Fish mudou completamente o clima do Wanna Be Tour. Saiu o som dançante do The Maine, entrou a porradaria repleta de críticas políticas e sociais. O vocalista Rodrigo Lima, único membro da formação original, reina sozinho no protagonismo. Conduz a massa como poucos e não dá descanso, mandando uma pedrada sonora atrás da outra. Na ativa desde 1991, o Dead Fish não se esconde no que defende: “sobrevivemos a uma pandemia assassina e um governo neonazista”, proclamou Rodrigo antes de puxar a música Autonomia. O set também trouxe alguns clássicos como Zero e Um, Bem-vindo ao Clube e Sonho Médio, que fechou a apresentação com o tradicional grito do público: “ei Dead Fish, vai tomar no cu!”. “Nunca imaginei que fosse ficar feliz com um grito desse”, brincou Rodrigo antes de sair de cena. Setlist A urgência Tão iguais Queda livre Asfalto Dentes amarelos 49 Sombras da caverna Zero e um Venceremos Bem-vindo ao clube Autonomia Didático Você Contra todos Proprietários do terceiro mundo Afasia Sonho médio
Vocalista boa praça rouba a cena em show dançante do The Maine no Wanna Be Tour

A maior surpresa do festival veio logo após o Story of the Year: The Maine. A banda do Arizona, nos Estados Unidos, nunca havia prendido minha atenção, mas confesso que o show tornou ela muito mais interessante. A boa curadoria de canções somada com o carisma de um vocalista muito extrovertido deixou tudo mais fácil. John O’Callaghan é daqueles frontman que faz o show passar tão rápido que você reclama quando acaba pensando que eles tocaram menos que os outros. A apresentação teve início com Touch, último single divulgado pela banda e parte de uma coletânea de faixas que não foram aproveitadas nos álbuns anteriores, Dyed (2008-2023), lançado em janeiro. A sequência dançante do The Maine veio com a ótima Don’t Come Down, a vibrante Numb Without You, além de Like We Did (Windows Down). Durante todo o show, John fez questão de manter uma conexão completa com os fãs. Aceitou um chapéu descolado de um fã, atendeu pedidos da plateia, fez amizade com o cinegrafista brasileiro que estava captando apresentação para o telão, entre outras coisas. Já na reta final recebeu dois fãs, um para cada música. Sim, o show do The Maine virou um karaokê, mas ninguém reclamou. Pelo contrário, o vocalista atraiu novos fãs e certamente verá sua fanbase crescer no Brasil após a passagem pelo Wanna Be Tour. Pra quem não conhecia o som ainda, vale mergulhar na discografia completa. Oito dos dez discos foram bem representados no set equilibrado, que trouxe entre uma ou duas músicas de cada trabalho de estúdio. Setlist Touch Don’t Come Down Numb Without You Like We Did (Windows Down) Sticky Everything I Ask For Dirty, Pretty, Beautiful Am I Pretty? Girls Do What They Want Loved You a Little Blame Black Butterflies and Déjà Vu
Story of the Year faz repeteco da noite anterior no Wanna Be Tour

Outra banda que não teve descanso de mais de 24 horas na maratona do Wanna Be Tour foi a norte-americana Story of the Year. Sem novidades no set, a banda manteve o mesmo repertório da noite anterior, deixando de fora apenas Take Me Back, muito provavelmente por conta da falta de tempo. A participação do público foi boa, garantindo alguns circle pits animados mais no meio da pista, além de sing along nos principais hits. Foi a apresentação mais animada até o início da tarde. O público que curtiu o show do Neck Deep instantes antes no palco ao lado dançou bastante enquanto acompanhava tudo pelo telão. Until the Day I Die, clássico absoluto da banda, fechou o set e fez com que o vocalista Dan Marsala elogiasse bastante a interação dos fãs. Será que teremos uma tour do Story of the Year em breve, como ele prometeu durante o show? O jeito é torcer e aguardar por essa confirmação logo. Setlist Tear Me to PiecesWarAnd the Hero Will DrownDive Right InAnthem of Our Dying DayThe AntidoteReal LifeSidewalksIn the Shadows“Is This My Fate?” He Asked ThemUntil the Day I Die
Sem tempo para descanso, Neck Deep faz show incrível 17 horas depois do Tokio Marine

Menos de 17 horas após fazer um show empolgante no Tokio Marine Hall, a banda galesa Neck Deep já estava pronta para o repeteco no I Wanna Be Tour, no Allianz Parque. Terceira banda do festival, o Neck Deep fez pequenas alterações no repertório para se adaptar ao tempo disponível no Wanna Be Tour, mas manteve uma estrutura semelhante: começou com Dumbstruck Dumbf**k e fechou com In Bloom. Sempre com muita energia, o vocalista Ben Barlow demonstrou muita emoção com o carinho do público no maior show da sua banda por aqui. Antes de iniciar In Bloom, por exemplo, pareceu muito emocionado com uma bandeira do Brasil jogada no palco pelos fãs. O set também teve espaço para Take Me With You, a canção sobre alienígenas da banda que tem forte inspiração de Tom DeLonge, do Blink-182, como Ben sempre ressalta nos shows. Para quem não conhece a faixa, ele falou sobre em entrevista para a Rock Sound, em 2023: “Estaria mentindo se dissesse que não foi uma leve referência a Aliens Exist, do Blink-182, mas você pode culpar o Tom por infectar minha mente frágil quando era jovem e depois ir lá e desmascarar o mundo dos OVNIs!”. Em She’s a God, Ben convocou todas as mulheres para o circle pit na frente do palco. O pedido surtiu muito mais efeito do que na noite anterior, garantindo um momento único no Allianz Parque. A apresentação deixou um gostinho de quero mais, principalmente para quem não foi na noite anterior. Que o Neck Deep possa voltar em breve para um show completo. Setlist Dumbstruck Dumbf**k Sort Yourself Out Motion Sickness Gold Steps Kali Ma She’s a God Take Me With You STFU We Need More Bricks December (Again) In Bloom
Nostálgico e emocional, Gloria faz repertório com foco em clássicos

Logo depois do Fake Number, com o Allianz Parque um pouco mais cheio, o Gloria fez uma apresentação bastante emocional e cronológica. O vocalista Mi Vieira falava o ano da canção que iria tocar e o público já vibrava na espera por mais um clássico. O disco homônimo, de 2009, o primeiro por uma grande gravadora, foi a base do set, com cinco das 11 canções do repertório. A participação de Lucas Silveira, da Fresno, deu um tempero especial para o show. O vocalista da banda gaúcha é praticamente um embaixador do evento. Tocou nas duas edições e fez feats marcantes, como com o The Used, no ano passado. Junto com Mi, cantou Horizontes, faixa que gravaram juntos para o disco (Re)Nascido, do Gloria, de 2012. Setlist Bicho do mato A Arte de Fazer Inimigos Um segundo, um nunca mais Vai pagar caro por me conhecer Horizontes (com Lucas Silveira) Tudo outra vez Convencer A cada dia Anemia Asas fracas Minha paz