Crítica | Emancipation – Uma História de Liberdade

Engenharia do Cinema É um fato que este filme está sendo boicotado por boa parte do público e imprensa, por conta do incidente do tapa no Oscar deste ano. Embora estamos falando de uma produção séria, forte e impactante, era certeza que veríamos o astro Will Smith sendo mais uma vez indicado na premiação citada em 2023. “Emancipation – Uma História de Liberdade” é basicamente na mesma pegada de “12 Anos de Escravidão“, com a realidade dos escravos sendo mostrada de forma nua e crua, na perspectiva de um próprio. Baseada em fatos reais, a história se passa exatamente no período onde a escravidão estava prestes a ser abolida pelo então Presidente Abraham Lincoln, em 1863, nos EUA, na perspectiva do escravo Peter (Smith). Ao fugir do seu novo proprietário, o temido Jim Fassel (Ben Foster), ele se encontra em uma jornada para encontrar sua família e tentar sobreviver em um cenário totalmente macabro.  Imagem: Apple TV+ (Divulgação) Em seus projetos o diretor Antoine Fuqua (que é conhecido por filmes como “O Protetor” e “Dia de Treinamento“) normalmente usa e abusa da violência para impactar seu espectador. Usando o recurso mais uma vez, e de forma bastante plausível, desde os primeiros cinco minutos da narrativa sentimos na pele o que os escravos sentiam. Seja somente por olharem, pararem para respirar ou até mesmo falarem que “estão com fome”, eles eram agredidos violentamente por seus senhores e toda essa brutalidade (que inclui mutilações e mortes à sangue frio) é mostrada (tanto que os espectadores mais sensíveis, não irão conseguir seguir em frente no longa).    E em meio a este cenário, Smith mais uma vez se desconstrói totalmente e está irreconhecível. Com um sotaque carregado e feições depressivas e de medo em sua face, compramos seu sofrimento de imediato, ao mesmo tempo que sentimos o clima tenso transposto por Foster (que em dado momento, deixa claro que ele só é maléfico com escravos, por conta de uma conversa com seu Pai).  Mas por se tratar de um filme de época, a fotografia de Robert Richardson apela para tonalidades em preto e branco para representar a situação épica, ao mesmo tempo tensa daquela época. E por intermédio da violência sendo representada, isso ainda ganha mais força em sua execução. Porém, acaba sendo lastimável o lançamento ter sido direcionado direto ao streaming (embora tenha tido breves sessões em alguns cinemas pelo mundo), pois a mixagem de som é outro recurso muito bem realizado e seria melhor explorado em uma exibição nas telonas. “Emancipation – Uma História de Liberdade” acaba sendo um dos mais necessários filmes sobre a temática da escravidão, que infelizmente não está tendo o sucesso que merece por conta de uma decisão chula e hipócrita da grande imprensa, em relação a Will Smith.

Palpites Para o Oscar 2022

Engenharia do Cinema A Cerimônia do Oscar 2022 irá acontecer em 27 de março, e habitualmente irei fazer minha cobertura pelo Engenharia do Cinema (pelo terceiro ano consecutivo). Após diversos termômetros mostrarem algumas vitórias distintas, confesso que algumas categorias podem cair em contradição pela Academia, por conta de N fatores de campanha e marketing. Por isso, irei pautar meus palpites com breves comentários sobre os possíveis ganhadores. Não sei como base apenas alguns termômetros, como também outras vitórias e estilos dos votantes na hora de selecionarem o melhor, nas respectivas categorias. A apresentação será comandada por Amy Schumer, Wanda Sykes e Regina Hall, e no Brasil terá transmissão pelo canal pago TNT, e pela plataforma de streaming do Globoplay, à partir das 22 horas. Filme – “No Ritmo do Coração“: Após ter passado em branco nos cinemas nacionais, possivelmente este filme consiga se consagrar na categoria pelo simples fato de ser diferente e com qualidade. Ter protagonistas surdos e mudos, em uma trama totalmente emocionante é o fator crucial para ele ser consagrado. Direção – Jane Campion, por “Ataque dos Cães“: Realmente são poucos diretores que conseguem captar perfeitamente a história de quatro personagens distintos, durante sua narrativa, sem apelar para o clichê e monotonia. A veterana vai vencer e merecidamente. Ator – Will Smith por “King Richard“: Bom, mesmo sendo o trabalho mais fraco de todos os indicados, ele irá levar mais pelo conjunto da carreira e pela enorme semelhança com o verdadeiro Pai das tenistas Serena e Venus Williams. Atriz – Kristen Stewart por “Spencer“: Sim, eu ainda vou teclar na vitória da mesma por diversos fatores. Seja pela enorme semelhança com Diana, ou até mesmo pela carga dramatica que ela conseguiu colocar em seu olhar. Realmente será a mais merecida na categoria. Ator Coadjuvante – Troy Kotsur por “No Ritmo do Coração“: O mesmo irá entrar para a história por ser o primeiro ator surdo e mudo por a ter levado o prêmio na categoria, além do fato de nos ter entregado uma das mais divertidas performances do longa. Em certo momento rimos, e em outros choramos com sua interpretação. Atriz Coadjuvante – Ariana DeBose por “Amor, Sublime Amor“: Certamente DeBose foi uma das principais almas do remake de Steven Spielberg, e conseguiu até mesmo roubar a cena da protagonista vivida por Ranchel Zegler. A atriz tem levado tudo nas premiações em geral, e não ia ser diferente agora. Melhor Roteiro Original – “Belfast“: Conflitos políticos e religiosos, na perspectiva de uma jovem criança. Mesmo sendo um dos mais fracos entre os indicados (inclusive este ano esta categoria não está boa), certamente ele vai levar pelo fato de ser uma possível vitória de Kenneth Branagh (“Morte no Nilo”), após quase nove indicações sem vencer. Melhor Roteiro Adaptado – “No Ritmo do Coração“: O longa venceu na categoria na premiação do Sindicato dos Roteiristas, e provavelmente vai surpreender também no Oscar, tirando o posto de um dos favoritos, “Ataque dos Cães“. Melhor Filme Internacional – “Drive My Car“: Filme japonês tem conquistado todos os prêmios possíveis, independentemente do território. No Oscar, não poderia ser diferente. Melhor Cabelo & Maquiagem – “Duna“: Após ter conseguido deixar vários atores irreconhecíveis em suas caracterizações, não consigo pensar em outro candidato mais justo. Melhor Figurino – “Cruella“: Filme que se passa no universo da moda, e que homenageia clássicos do cinema como “O Diabo Veste Prada” e o próprio legado de Glenn Close. Certamente vai levar. Melhor Animação – “Encanto“: Mesmo sendo uma das mais fracas da Disney, nos últimos anos, a mesma irá levar pelo simples fato de ter entre seus envolvidos Lin Manuel-Miranda (responsável pela sucedida peça disponível no Disney+, “Hamilton”). Melhor Canção Original – “No Time To Die” (“007 – Sem Tempo Para Morrer“): Certamente a canção que encerra o arco de Daniel Craig, possivelmente irá levar terceiro o Oscar consecutivo da franquia 007. Melhor Trilha Sonora – “Encanto“: Mesmo não ter sido indicado na categoria de canção original, possivelmente a Academia vai compensar a animação neste quesito dando o prêmio a mesma na categoria. Melhores Efeitos Visuais – “Duna“: Com quase todo o filme sendo feito em uma tela verde e todo cenário utilizado sendo mostrado em CGI, a perfeição em cena irá ser o fator crucial em relação aos outros candidatos. Melhor Design de Produção – “O Beco do Pesadelo“: Mesmo não sendo o melhor filme do Del Toro, o clima noir misturado com expressionismo alemão, durante boa parte do cenário apresentado, é suficiente para o mesmo ter como essa sua única vitória na noite. Melhor Fotografia – “Duna“: Um dos grandes destaques da adaptação de Dennis Villenueve, foi a excelente fotografia de Greig Fraser. É uma das peças fundamentais para essa narrativa. Melhor Som – “007 – Sem Tempo Para Morrer“: Devido a diversas cenas de ação terem sido realmente filmadas (com auxilio de CGI, apenas quando necessário), e a equipe ter conseguido captar uma excelente acústica (confesso que é difícil reconhecer mixagem e edição de som em uma única categoria, pois isso varia de acordo com o filme). Certamente será o segundo prêmio consecutivo do longa, e mais uma vez um título da franquia 007 também sendo reconhecido nesta categoria. Mas isso não deixa “Duna” como seu principal concorrente e com chances de vitória.

Crítica | King Richard: Criando Campeãs

Engenharia do Cinema Há quase 16 anos, o astro Will Smith havia nos entregado uma das melhores atuações de sua carreira em “A Procura da Felicidade”. Tendo lhe rendido sua segunda indicação ao Oscar, a produção foi um enorme sucesso e só deixou claro que ele realmente era um bom ator. Desde então, ele não havia conseguido escolher um papel no mesmo estilo até que chegou a possibilidade de estrelar “King Richard: Criando Campeãs“. Em sua terceira tentativa de finalmente conseguir levar seu Oscar, devo confessar que isso realmente é possível. Inspirada em fatos reais, a história gira em torno de Richard Williams (Smith), que diariamente tenta provar que suas filhas Serena (Demi Singleton) e Venus (Saniyya Sidney) são grandes jogadoras de tênis. Para isso ele procura vários treinadores renomados e nomes influentes na área, para tentar colocar ambas de forma digna, nesta vida.    Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação) O roteiro de Zach Baylin procura estabelecer de forma sutil não apenas a trajetória da família Williams, mas também mescla uma breve noção da enorme guerra racial que acontecia em plenos anos 80/90 nos EUA. Mas como o foco não é o preconceito e sim a relação da família Williams, isso é mostrado de forma homeopática, ou seja, em uma situação de 10 minutos, 2 são voltados para esta reflexão (afinal, estamos falando da vida de duas das maiores tenistas da história, que são vítimas de racismo até hoje).     Com relação às atuações, realmente Smith consegue se sobressair neste papel (seja por seu olhar e até mesmo expressões) e com a ajuda da enorme maquiagem (que possivelmente vai ser reconhecida nas premiações), ficou bastante parecido com o verdadeiro Richard. Por conta disso, apesar de já conhecermos o desfecho desta história, ainda conseguimos vibrar como se não conhecêssemos a mesma. Mérito também do diretor Reinaldo Marcus Green, que soube conduzir as cenas de jogos e até mesmo as dramáticas, de forma que não parecesse um novelão mexicano.  Apesar de estar passando em branco nos cinemas, “King Richard: Criando Campeãs” realmente nos trás uma das melhores atuações na carreira do astro Will Smith.

Um Maluco no Pedaço ganhará novas versões.

Um Maluco no Pedaço terá continuação. A série de comédia que foi um grande sucesso nos anos de 1990, enfim, ganhará um episódio especial, um reboot dramático. Vídeo de fã foi crucial para essa decisão Anteriormente, em 2019, o cineasta Morgan Cooper causou alvoroço na internet após publicar o trailer de um suposto filme chamado Bel-Air, sendo esse a continuação da história de Um Maluco no Pedaço. Logo após seu lançamento, o trailer que conta a história de Will com outra perspectiva foi um sucesso, e já ultrapassou a marca de 6 milhões de views. Em suma, em menos de quatro minutos, é apresentado um ponto de vista oposto que o de Um Maluco no Pedaço. Envolvendo drama e emoção, o trailer retrata a nova fase de Will, com uma descoberta e renascimento. Posteriormente, devido à grande repercussão, o próprio Will Smith se comoveu ao assistir, se pronunciando mais tarde em seu canal do YouTube. Em seu vídeo, Smith aparece conversando com Morgan Cooper, buscando entender o porquê da criação, e discutindo uma possível nova temporada. Especial Um Maluco no Pedaço Ainda que não possua data de lançamento no Brasil, foi anunciado pelo próprio Will que a série está sendo produzida pela HBO Max, e será lançada no dia 19 de novembro nos Estados Unidos. Ademais, vale ressaltar que além do especial, teremos um reboot da série, que será dirigida por Smith, com episódios de uma hora. Em resumo, o enredo será iniciado a partir do que aconteceu com Will antes de ter ido morar em Bel-Air, em Los Angeles, na casa do “Tio Phill”.