Uma das estreias mais badaladas de outubro, o filme Projeto Gemini chama a atenção pela tecnologia inovadora, que conseguiu colocar Will Smith e um clone mais novo em ação. Todos os movimentos do clone do artista foram criados com base em interpretações antigas do ator americano.
E no meio desse jogo de tecnologia tinha um guarujaense segurando as pontas nas principais cenas de ação do Will Smith jovem. O dublê Victor Hugo (Joy Model), de 24 anos, chamou a atenção por conta da semelhança física com o astro.
Morando em Abeerden, na Escócia, desde a infância, Victor Hugo se mudou para Londres aos 18 anos, com o objetivo de seguir carreira como ator. Até chegar em Projeto Gemini, trabalhou em vários projetos publicitários da Coca-Cola, McDonald’s, Playstation, entre outros.
Treinamento para Projeto Gemini
Para conquistar o papel de dublê do Will Smith, Victor Hugo passou três meses em exaustivo treinamento físico. “Era um processo intenso e exigente, mas, definitivamente, valeu a pena. Eu tive que ganhar musculatura, desenvolver habilidades com armas de fogo e artilharia, sotaques. Ouvi e assisti horas de atuação do Will, fiz treinamento de coordenação de cenas de combate e, é claro, tive que dominar a personalidade do Will aos 23 anos”.
Victor Hugo conta que trabalhou, quase que diariamente, durante sete meses com Ang Lee e Will Smith. A relação de trabalho dos três veio antes mesmo do início das gravações.
“Lembro que Will me perguntou uma vez de onde eu era. Disse a ele que era do Guarujá, Brasil, e ele olhou para mim e disse: ‘e como você chegou aqui?’ Eu me perguntei a mesma coisa, para ser honesto. Eles são ótimos e muito talentosos, e estou incrivelmente agradecido pela experiência”.
Durante as gravações de Projeto Gemini, o dublê precisou aprender a usar armas. No entanto, não era algo que estava nos planos dele. “Um dos treinadores me disse que é melhor me acostumar com isso, pois eles tinham a sensação de que provavelmente teria mais papéis no futuro”.
Definitivamente, é algo que o guarujaense gostaria de se envolver mais no futuro, com mais papéis indutores de adrenalina e ação. “Filmei algumas outras coisas desde que encerramos o Projeto Gemini. Ainda são sigilosas, então fique de olho que logo virão mais novidades”, disse, aos risos.
Origem na Europa
Desde cedo na Europa, Victor Hugo conta que a lembrança mais presente dos tempos em Guarujá é dos relacionamentos pessoais. “O que mais me lembro é de um sentimento familiar, com todos reunidos em casa. De meus primos, amigos e vizinhos, havia uma sensação real de calor e união. Esse calor é o que eu carrego comigo hoje, e é o que trago para qualquer projeto em que estou trabalhando”.
O dublê conta que foi um novo amor na vida da mãe que o levou para a Europa. “Minha mãe trabalhava em São Paulo, enquanto eu estava com minha avó no Guarujá. Ela conheceu meu padrasto escocês na cidade e, em poucas semanas, eles eram inseparáveis. Tive um novo irmãozinho e, logo depois disso, nossa nova família estava em um voo para Aberdeen, na Escócia”.
O choque cultural foi imediato para o guarujaense, mas, com o tempo, as coisas melhoraram. “Eu era muito diferente de todos os outros ao meu redor, principalmente na escola, onde era o único garoto negro. Além disso, tive que aprender um idioma totalmente novo. Com o tempo, as coisas ficaram mais fáceis”.
Retorno ao Brasil
Apesar de estar consolidando a carreira no mercado europeu, Victor Hugo garante que o Brasil está sempre nos planos. “Se houvesse um lugar onde eu pudesse estar, seria em casa e com minha família. Eu tenho muitos primos e amigos para contar no Brasil”.