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Coringa: fora da caixinha, longa é um dos melhores da temporada

Quase tudo que foge da caixinha merece atenção. Coringa, de Todd Phillips (diretor da trilogia Se Beber, Não Case!), é um bom exemplo. Principal estreia da semana, o longa não cai no clichê de filmes de heróis ou vilões dos quadrinhos.

A versão de Phillips sobre Arthur Fleck, interpretado de maneira memorável por Joaquin Phoenix, mostra um homem lutando para se integrar à sociedade despedaçada de Gotham.

Trabalhando como palhaço durante o dia, ele tenta a sorte como comediante de stand-up à noite, mas descobre que a piada é sempre ele mesmo.

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Preso em uma existência cíclica, oscilando entre a realidade e a loucura, Arthur toma uma decisão equivocada que causa de uma reação em cadeia, com consequências cada vez mais graves e letais, nesta exploração ousada do personagem.

O que o público irá assistir nos cinemas é uma trama perturbadora. A forma como o Coringa é retratado no longa é muito real, principalmente pelo desempenho de Joaquin Phoenix. Quase não existe fantasia ou coisas de um mundo distante, como vemos em muitas adaptações de quadrinhos.

No entanto, diferentemente do que alguns fãs mais fervorosos pensam, mesmo sem assistir ao filme, Coringa não é um longa distante do público acostumado com o Universo DC (inclusive tem referências claras). Só é conduzido de uma forma totalmente diferente do que os fãs podem estar habituados.

Phoenix incrível como Coringa

Ainda que não tenha estreado no circuito comercial, dois temas parecem unanimidade entre a crítica especializada no exterior: Phoenix merece o Oscar de Melhor Ator, em 2020. O outro é que o filme vem na hora errada e pode ser um influenciador para pessoas excluídas da sociedade ou que sofrem bullying na escola ou trabalho.

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Concordo com a primeira. O que Phoenix faz nesse filme não é para qualquer um. É preciso se entregar de corpo e alma. Viver o personagem. As imagens do ator delirando ou gargalhando sem razão mexem com qualquer pessoa. É impossível não sentir o drama.

Entretanto, discordo da segunda afirmação. Elenco e diretor também. Não se pode colocar a culpa do que acontece ou pode vir a ocorrer em um filme. É cair no mesmo erro de culpar games por tragédias mundo afora. O problema, no entanto, vai muito além da “influência da cultura pop”. Coringa não quer passar essa mensagem. Isso é nítido.

Mesmo sem o brilho de Phoenix, Robert De Niro também tem papel de destaque. Ele é o apresentador do talk show favorito de Arthur Fleck. Ademais, ele participa de uma das melhores cenas.

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