Com as gravações ocorrendo em 2014, originalmente este filme seria lançado em 2015, pela Paramount Pictures. Porém após diversos problemas em sua pós-produção e cientes da bomba que teriam em mãos, o estúdio vendeu os direitos para uma independente nos EUA e o lançou apenas agora nos cinemas de lá (curiosamente no Brasil, ele acabou sendo lançado logo no inicio deste ano, diretamente pelo Telecine). Com as gravações sendo realizadas no verdadeiro Palácio de Versalhes (durante a madrugada, que é quando o mesmo está fechado) realmente afirmo que essa é a única coisa boa nessa produção de época.
Inspirado no livro de Vonda N. McIntyre, a história na verdade é uma bagunça. Ela gira em torno de Marie-Josephe (Kaya Scodelario) que descobre ser filha do então Rei Louis XIV (Pierce Brosnan), o que a faz ir até o Palácio de Versalhes para se encontrar com o mesmo. Ao mesmo tempo ela tem uma série de encontros com uma Sereia curandeira (Bingbing Fan) e se apaixona pelo plebeu Yves (Benjamin Walker).
Imagem: Gravitas Ventures (Divulgação)
O roteiro de Barry Berman e James Schamus parece que queria ser várias coisas e acabaram sendo absolutamente nada. Com essas três tramas distintas e menos de 90 minutos de projeção, a sensação é que a dupla simplesmente foi jogando os fatos e tentar captar a atenção das espectadoras femininas (o que leva a escalação de Scodelario). Porém, eles não conseguem sequer ter um público certo, pois não há como saber se estamos falando de um filme sobre monarquia ou até mesmo um reboot de “A Pequena Sereia”.
Inclusive até os atores estão perdidos, com tamanho deslize (ressalvo que as gravações foram em plena madrugada, e o “sol” foi colocado com CGI). E isso é notório até mesmo em uma breve cena entre Scodelario e Brosnan, onde logo após ela falar que ele é seu Pai, este já fala que ela deve se casar com um cidadão que ele deseja! (não estou brincando, é isso mesmo que acontece).
“A Filha do Rei” acaba sendo oficialmente a primeira grande bomba lançada em 2022, sem viés de dúvidas.