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Crítica | Avatar: O Caminho da Água

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Após mais de 13 anos em desenvolvimento, finalmente o cineasta James Cameron conseguiu lançar o aguardado “Avatar: O Caminho da Água“, que continua os eventos do longa de 2009, que se tornou o maior filme da história do cinema. Durante seu desenvolvimento, o próprio sempre comentou que ele estava demorando para lançar o próprio, pois estava estudando técnicas de transpor o máximo de realismo nos efeitos visuais e novos meios de captura de movimentos (pelos quais envolveram captações de movimentos dos atores em tanques de água gigantes, onde alguns deles, como foi o caso de Kate Winslet, ficaram cerca de sete minutos sem respirar embaixo d’água).   

Com uma divulgação bastante precária e aleatória por parte da Disney (mesmo com a vinda da atriz Zoe Saldana e do produtor John Landau, para CCXP22), o público cada vez mais estava com medo do resultado final do projeto. Eis que ao conferirmos os primeiros minutos de projeção, vemos que Cameron realmente conseguiu nos entregar o filme mais realista na história do cinema, no quesito técnico.

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A história tem inicio com Jake (Sam Worthington) e Neytiri (Zoe Saldana) agora cuidando de sua família, e vivendo uma vida tranquila em Pandora, após os acontecimentos do primeiro filme e o retorno dos humanos para o planeta terra. Mas tudo acaba sendo abalado com o retorno do General Quaritch (Stephen Lang), cuja consciência foi transferida para um Avatar e jura vingança contra o primeiro.

Começo enfatizando nesta analise, a extrema necessidade em conferirmos esta produção na melhor qualidade o possível, pois Cameron realmente deixa colocado todo o seu conhecimento sobre oceanos transpostos em cena (já que nos últimos anos, ele realizou vários mergulhos distintos e deixou registrado em diversos documentários, sobre o que ele via nos locais e sempre deixou claro que iria usar como inspiração na franquia “Avatar“). Seja por intermédio das criaturas aquáticas ou até mesmo os detalhes envoltos nas mesmas. Tudo é extremamente real e chega a ser assustador o exímio cuidado ao retratarem a interação destes seres “virtuais” com os humanos (algo que o cinema nunca tinha presenciado).

Imagem: 20th Century Studios (Divulgação)

Conhecido como o “Pai da tecnologia 3D”, agora ele usa e abusa de vários arcos que podem ser explorados com o recurso. Seja a constante profundidade, objetos que vão na nossa direção e a constante interação com o público (que contém armas, personagens e outras coisas que são direcionadas em nossas direções). E tudo isso funciona ainda mais, conforme o tamanho da tela seja cada vez maior (por isso, assista na melhor qualidade que seja acessível para você).

Só que isso acaba perdendo um pouco da sensação, quando ele intercala cenas com qualidades entre 24 frames (cuja maioria dos filmes são gravados) com 48 frames (mesma escala que a trilogia “O Hobbit” foi filmada, e se aproxima demais ao realismo). Enquanto ele mostrava uma cena de ação totalmente na segunda metragem, ao intercalar para uma cena comum que deveria ser em 24, acaba ficando totalmente estranho quando ele mantém a mesma metragem. Porém, isso não chega a ser prejudicial e sim um tanto esquisito.

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Apesar de estarmos falando de um filme extremamente perfeito em vários aspectos, eis que chegamos a cereja do bolo que é o roteiro. Realmente parece que o próprio Cameron falou para os roteiristas Rick JaffaAmanda Silver (que assinaram o texto da última trilogia de “O Planeta dos Macacos“) “vocês já sabem que estou focado na parte técnica, façam um arco simples ai e só procuram enaltecer os cenários. Os personagens não vão ser importantes.”

Digo isso, pois realmente não existe uma ligação ou até mesmo preocupação com nenhum dos caracteres mostrados neste longa. Em momento algum nos preocupamos com Jake, Neytiri, sua família e até mesmo o “temido” general Quaritch virou um banana completo (chegando a ser vergonhosa sua atitude em algumas situações). Enquanto as adições de Tonowari (Cliff Curtis) e Ronal (Kate Winslet), só servem para serem “os amigos de churrasco do casal protagonista”. Talvez isso seja melhorado nos próximos filmes da saga. 

A única grande exceção é a personagem de Sigourney Weaver (que estava com cerca de 70 anos, na época das gravações), que interpreta a jovem Kiri (uma adolescente de 15 anos) e realmente parece ter a idade citada em cena (e isso é notório por intermédio dos seus movimentos e comportamento em algumas cenas chave, como quando ela corre, escala e sobe em objetos). Acho difícil, mas seria justo ver ela recebendo uma indicação ao Oscar por este papel.   

Avatar: O Caminho da Água” realmente consegue se firmar como o maior filme da história do cinema em quesito técnico, onde em um ano que tivemos “Top Gun: Maverick“, vemos o quão a indústria consegue evoluir em suas produções técnicas quando deixam os envolvidos trabalharem em paz.    

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