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Crítica | Batem À Porta

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Dos últimos filmes do cineasta M. Night Shyamalan (O Sexto Sentido), certamente este Batem à Porta é o que mais engana o público em relação a sua premissa.

Aparentemente se tratando de um longa que relata apenas um cenário de horror, envolvendo um casal homossexual, a obra é muito mais além do que isso (inclusive, nos faz refletir sobre diversos assuntos, até mesmo bíblicos).

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Só que como nem tudo é às mil maravilhas (principalmente se tratando de um filme de ficção), o mesmo possui algumas ressalvas grotescas.

Inspirado no livro de Paul Tremblay, a história mostra o casal Eric (Jonathan Groff) e Andrew (Ben Aldridge), que junto da filha Wen (Kristen Cui) estão passando um período em uma casa de campo isolada.

Eles são surpreendidos pela presença do misterioso Leonard (Dave Bautista), que chega ao local com mais três outros estranhos, pedindo que o trio faça uma escolha que resultará no destino da humanidade.

Imagem: Universal Pictures (Divulgação)

O roteiro exercido pelo próprio Shyamalan com Steve Desmond e Michael Sherman, opta por dar ênfase ao cenário desenvolvido em sua premissa, deixando de lado qualquer aprofundamento dos personagens.

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A abordagem se dá apenas à proposta do longa. Embora o arco de Eric e Andrew seja bem rasteiro (só mostrando situações habituais de um casal homo-afetivo), existem algumas situações pelas quais o roteiro consegue trabalhar bem algumas justificativas exercidas pelo segundo (como a maneira que ele se porta em relação a assuntos delicados como agressões, preconceito e etc).

Além de levantar vários cenários e discussões, que nos fazem refletir depois da saída da sessão (quem leu a Bíblia, ou conhece a mesma, conseguirá se aprofundar melhor nas referências).    

Com relação ao invasores, não hesito em dizer que realmente o ator Dave Bautista esbanjou um carisma tão grande em cena, que não conseguimos discernir se ele está agindo de boa ou má vontade (uma vez que ele procurou convencer com seu personagem, apenas pelo olhar diante da câmera).

Acredito que seus próximos grandes papéis, virão por causa deste filme (e não por ter vivido Drax, nos filmes de Guardiões da Gálaxia).

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Agora se você vai ir apenas esperando ver algo relevante vindo de Rupert Grint (o eterno Rony Weasley, de Harry Potter, vivendo seu primeiro vilão nos cinemas), pode se chatear, embora ele esteja convincente.

Como estamos falando de um filme de M. Night Shyamalan (que acaba cometendo gafes graves na maioria de suas produções), aqui ele peca apenas para os erros óbvios do gênero de suspense que são “machucados graves que não são sentidos”, “pessoas observando uma onda gigante vindo e ficam paradas olhando” e até mesmo “não agir fatalmente, na hora certa”.

Embora muitos pensem se tratar de um suspense, Batem à Porta acaba sendo uma inesperada aula de filosofia, religião e fé. Uma boa surpresa, que poderá chatear aqueles que buscarem um filme de terror slasher.    

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