Sendo considerado um o maior fracasso da A24, pois custou US$ 30 milhões e rendeu apenas US$ 10 milhões mundialmente (fator acarretado pelo próprio ter recebido censura de 18 anos, na maioria dos países e ter uma metragem de três horas), “Beau Tem Medo” é um dos mais complexos filmes lançados neste ano, e realmente necessita pensarmos um pouco mais além do que vemos em tela. Escrito e dirigido por Ari Aster (“Hereditário” e “Midsommar“), o filme é uma readaptação do seu próprio curta-metragem, lançado em 2011, só que agora tem como protagonista Joaquin Pheonix (“Coringa“).
A história tem início quando o tímido e esquizofrênico Beau (Pheonix) se prepara para viajar até a casa de sua mãe. Porém, os planos acabam mudando quando ele descobre que a própria faleceu, o que lhe faz entrar em uma jornada de reflexões e descobertas.
Imagem: Diamond Films (Divulgação)
Desde os primórdios, fica nítido que Aster colocou várias simbologias que necessitam um pouco mais além do nosso pensamento. Não é apenas as loucuras que vemos em tela, que definem como a mente de Beau trabalha (uma vez que o enredo, é narrado na perspectiva da mente do próprio), e sim como cada pessoa define uma espécie de simbologia por trás.
Sim, por conta deste fator, muita parte do público vai desistir de tentar terminar o longa (uma vez que sua metragem chega a quase três horas de duração). E isso é atribuído ainda mais por conta da enorme lentidão que há em alguns arcos (inclusive, não existe o clima de horror dos outros projetos de Aster, e sim tudo possui um clima bastante macabro e um humor negro bastante peculiar).
Agora, realmente estamos falando de mais um show de interpretação de Pheonix, que inclusive lembra demais sua personificação como Arthur Fleck em “Coringa“. Suas loucuras, paranoias, deteriorações e medos são totalmente transpostos a todo segundo (não hesito em dizer, que é um dos melhores papéis do próprio), inclusive nós torcemos pelo próprio, para toda esta loucura se encerrar.
“Beau Tem Medo” termina sendo um filme para poucos, e realmente quando for descoberto pela maior parte do público, será alvo de debates por anos.