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Crítica | Disque Jane

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Este é mais um daqueles casos de filmes, cuja temática pode abalar o aspecto A ou B. Tendo como plano de fundo o debate sobre o aborto, “Disque Jane” é um filme dividido em várias camadas, pelas quais quando todas elas se juntam, acaba nos entregando um debate vazio sobre ser certo ou errada tal atitude.

A história tem início com a pacata dona de casa Joy (Elizabeth Banks), onde após descobrir que sua gravidez colocará em risco a sua vida e a do bebê, passa a entrar em um processo complicado para conseguir abortar (já que antigamente era proibido este procedimento, nos EUA). Após várias tentativas falhas, ela se depara com um grupo de mulheres rotulado de “Disque Jane”, onde não só consegue realizar o procedimento citado, como também acaba se tornando uma das principais representantes por facilitar o aborto ilegal destas.    

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Imagem: Ingenious Media (Divulgação)

Realmente, este filme funciona perfeitamente para o público feminino, uma vez que toda a narrativa é concentrada no olhar e perspectiva não só de Joy, mas de outras mulheres que são apresentadas, como a veterana Virginia (Sigourney Weaver). Mas vale ressaltar que estamos falando de um tema polemico e bastante delicado, que é o aborto, e a produção desde seu principio deixa clara que sua índole não é apenas romantizar o ato, como também apoiar o mesmo, independentemente do caso (tanto que uma parcela do público vai odiar a produção por causa disso).

Só que por mais que ela se posicione, faltou mostrar várias questões e debate-las como “qual é o limite de tal ato?”, “como os cônjuges reagem a esta decisão de sua parceira?”, dentre outras. Tudo se resume ao seguinte contexto: “a mulher faz o que ela quer e pronto”, como se não houvesse nenhuma consequência ou algo do gênero (inclusive, há uma passagem onde Joy e Virginia vão atender a uma adolescente e o enredo deixa tudo muito raso, não apresentando ao redor da decisão desta).    

Disque Jane” acaba sendo mais um filme que não apenas apresenta um tópico delicado de forma rasa, como também romantiza um ato sem um aprofundamento necessário.

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