Sendo o primeiro longa metragem dos Youtubers Danny Philippou e Michael Philippou, que são proprietários do canal “RackaRacka” (cujo intuito é realizar vários curtas metragens de ação, horror e comédia), “Fale Comigo” fez muito sucesso em vários festivais de cinema por onde passou pelo mundo. Com uma premissa diferente, o longa custou para A24 apenas US$ 4 milhões e até agora já rendeu cerca de US$ 44 milhões (inclusive, uma franquia do longa, já foi confirmada), em menos de um mês em cartaz nos cinemas mundiais.
A história tem início com um grupo de adolescentes que são vidrados em uma brincadeira que tem como foco apertar a mão de um manequim, e deixar ser brevemente ser possuído por alguma entidade desconhecida. Só que as coisas começam a ficar mais complexas quando Mia (Sophie Wilde), se deixa levar pelas consequências dessa.
Imagem: Diamond Films (Divulgação)
Apesar do conceito soar bastante original, e interessante, o roteiro de Danny Philippou e Bill Hinzman não consegue mostrar o mesmo ao dosar a personalidade de seus personagens. Em momento algum você não se importa com os mesmos, e até se pega sentindo raiva com tamanhas decisões esdrúxulas que os próprios cometem (como o fato deles estarem sentirem que nada daquilo iria dar certo, mas insistem em continuar).
Embora esse quesito seja um problema recorrente na maioria dos filmes de terror, a direção realmente se torna um fator de peso no resultado final. Os irmãos Philippou realmente sabem como conduzir uma cena de suspense, e em momento algum deixam se levar pela galhofa ou estratégias que escondam o baixo orçamento. Sem hesitar o uso de muito gore e impacto em algumas cenas (em especial uma que causa enorme aflição), a sensação que temos é de que o longa cumpriu o que prometia.
O mérito também vai para a atriz Sophie Wilde, pela qual a todo momento consegue transparecer suas dúvidas, medos e se realmente ela está ou não sob a posse de alguma entidade (inclusive, sua primeira cena no jogo, é uma das melhores cenas do longa).
“Fale Comigo” é mais um exemplo de que o cinema de horror ainda pode ser inovado, e independente do orçamento, continuam tendo qualidade.