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Crítica | I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston

Engenharia do Cinema

Não é novidade que a cantora Whitney Houston sempre foi uma das maiores vozes da música, nos últimos anos. Com um desfecho bastante trágico e repentino (já que ela faleceu afogada na banheira de um hotel, após ter uma overdose de cocaína, em fevereiro de 2012), era certo que aconteceria uma cinebiografia da mesma cedo ou tarde. Em meio ao lançamento das histórias de Elvis Presley, Elton John e Freddie Mercury, a Sony Pictures anunciou que iria fazer um longa centrado na citada. Porém, é nítido que não houve uma preocupação em humanizar a própria e tudo se torna bastante rasteiro nesta produção.

A história é centrada na carreira de Houston (Naomi Ackie) desde quando ela era pequena e foi descoberta pelo respeitado empresário Clive Davis (Stanley Tucci), passando por seu ápice na carreira quando se tornou uma das maiores vozes da música nos EUA, seu casamento conturbado com o cantor Bobby Brown (Ashton Sanders) e seus problemas com o vício em drogas e álcool.    

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Imagem: Sony Pictures (Divulgação)

Chega a ser bizarro o nível de retratação desta cinebiografia, no roteiro escrito por Anthony McCarten (que também escreveu “Bohemian Rhapsody“), uma vez que nitidamente ele teve medo em retratar os problemas pessoais da cantora e nos fazer ter uma proximidade maior com a própria. Durante os 152 minutos, tudo é resumido nos contextos de “Houston temos um problema” e a edição já corta para “Houston você vai se apresentar em X lugar. Vamos ver ela cantando porque o público gosta”.

Isso sem citar que a fotografia de Barry Ackroyd se assemelha demais com um telefilme gospel, passando em momento algum aquela tonalidade viva e badalada que este próprio filme pedia. Realmente era perceptível que houveram conflitos da diretora Kasi Lemmons (que também estava totalmente perdida na função) com aquele e o editor Daysha Broadway (já que ambas não se casam em momento algum).

E isso chega a ser bizarro, pois temas delicados como as relações conturbadas dela com seu Pai (Clarke Peters), que também era seu empresário, com o marido Bobby Brown, sua ex-namorada e assessora Robyn Crawford (Nafessa Williams) são todas mostradas de forma rasteira. Isso sem citar a ausência (que deve ter ocorrido talvez por questões de direitos autorais) de um arco maior envolvendo o filme “O Guarda-Costas“, pelo qual nasceu uma grande amizade e respeito entre a cantora e Kevin Costner (que lhe auxiliou até no desenvolvimento da icônica música tema, e aqui sequer dá as caras).

A única exceção fica na relação entre Hudson e Clive, pelas quais são mérito também da ótima atuação de Ackie e Tucci (que nitidamente entraram de cabeça no papel).

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I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston” termina sendo uma cinebiografia que nitidamente foi feita às pressas, com o intuito de beatificar ao máximo a imagem da cantora, deixando de lado seus problemas e polêmicas.    

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