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Crítica | Império do Sol

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Após ter se destacado pelo comando de “007 – Skyfall“, “007 – Contra Spectre” e “1917“, o cineasta Sam Mendes resolveu voltar a sua zona de conforto (que são os dramas e romances) com “Império do Sol“. Nitidamente sendo projetado como um “filme feito para ganhar Oscars”, o tiro acabou saindo pela culatra, uma vez que ele tenta explorar quatro tópicos profundos, de uma forma bastante rasteira. O fracasso foi tão grande (tendo uma bilheteria mundial de US$ 10 milhões, com US$ 1,1 milhões só nos EUA, para um orçamento que sequer foi divulgado), que no Brasil teve sua estreia nos cinemas cancelada e colocada direto no streaming do Star+.    

A história se passa no início dos anos 80 e é focado na rotina de Hilary (Olivia Colman) uma pacata funcionária de um cinema de rua, que se apaixona pelo novo funcionário do local Stephen (Micheal Ward). Enquanto eles vivenciam esta situação, somos apresentados a época dos grandes lançamentos do cinema daquela época (vide “Carruagens de Fogo“), um cenário totalmente racista dos EUA e segredos perturbadores da primeira.    

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Imagem: 20th Century Studios (Divulgação)

Era nítido que Mendes tentou em um primeiro momento exercer o quão o cinema era visto como um espetáculo por muitos, e como uma pequenas cidades são totalmente modificadas para receberem eventos gigantes do próprio (vide o arco englobando a Premiere de “Carruagens de Fogo“). Mostrando homeopaticamente como uma sala de projeção funcionava, como as películas eram preparadas para a exibição (e a complexidade que era exigida). Os mais cinéfilos realmente se prendem nesta história, por conta deste fator (que funciona perfeitamente).

Porém, quando ele resolve colocar o romance da dupla citada como foco total do enredo, e entrelaça ao cenário racista da época, a produção começa a perder seu ritmo e, literalmente, troca aquela trama que estava interessante, por uma mera novela mexicana (que já estamos acostumados de ver em quaisquer produções).

Mesmo com uma ótima atuação de Colman (que mais uma vez interpreta uma mulher em desconstrução) e de outros nomes como Colin Firth (que aparece pouco, mas transparece bem seus sentimentos em relação a Hillary), Ward realmente não convence com a primeira e não possui uma química interessante com ela (parece estar com a mente em outro projeto).

Império da Luz” consegue jogar uma possível bela homenagem aos exibidores cinematográficos no lixo, ao substituir a trama por um enredo clichê e banal.

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