A repercussão foi grande quando O Mágico de Oz estreou nos cinemas, em 1939, pela Metro-Goldwyn-Mayer Inc. A história da adorável Dorothy Gale, dirigida por Victor Fleming, viajou os continentes tocando corações e atravessando gerações.
Até hoje o longa é considerado uma referência no mercado audiovisual, principalmente no gênero musical, tanto que a Broadway ainda lança novas produções musicais inspirados no filme. Um dos principais motivos deste sucesso, além do roteiro, é a atuação de Judy Garland, protagonista da aventureira e gentil Dorothy.
Em reconhecimento pela sua atuação em O Mágico de Oz, Judy recebeu o Oscar Juvenil na 12ª Edição da academia em 1940, quando tinha apenas 16 anos.
Por trás da lente das câmeras e enorme cenografia do filme, um segredo perverso e cruel foi escondido naquele set. Nesta década, após 81 anos do lançamento da primeira edição de O Mágico de Oz, um longa é apresentando ao público escancarando todos os mistérios.
Judy: Muito Além do Arco-Íris (2019) conta a história da maior estrela norte-americana da Era de Ouro, época dos filmes musicais de Hollywood. O longa de 118 minutos, produzido pela Paris Film, BBC Films e Pathe!, é dirigido por Rupert Goold.
Sinopse de Judy
A atriz e cantora Judy Garland chega em Londres para se apresentar na boate Talk of the Town em 1968. Lá, relembra velhas histórias com amigos e fãs e começa um romance com o músico Mickey Deans, seu futuro quinto marido.
Com cuidado, Judy ajeita a roupa dos filhos. Faltam poucos minutos para o início do show da cantora que esta noite se apresenta com duas crianças pequenas. A narrativa do filme acontece no final da década de 1960, quando a carreira da artista estava em baixa.
Embora Judy faça vários espetáculos, o dinheiro não é suficiente para pagar um quarto de hotel. Arrastando os filhos pela noites e cidades sujas, a cantora é obrigada judicialmente a deixar as crianças com o pai. Para buscar a guarda, ela vai até Londres em busca de reerguer a carreira.
Com quarenta e poucos anos, a vida de Judy se transformou radicalmente. O filme que encantou a humanidade com o espírito da lealdade e amizade, na verdade, é um pesadelo em sua vida.
Vida de Judy foi cheia de desafios
Durante o set de gravação da clássica obra de Hollywood, vários abusos por parte da direção e equipe aconteceram. A jovem de 15 anos foi escolhida entre tantas candidatas pelo seu talento e beleza.
“A primeira vez que cantei foi aos dois anos. Meu pai me disse que foi preciso me retirar a força do palco. Eu cantei a mesma música várias vezes” Judy fala da infância durante apresentação em Londres
O padrão imagético foi extremamente importante para a produção do clássico. Deste modo, ela se alimentava com comprimidos, pois o diretor não gostaria de ter uma Dorothy acima do peso.
Problemas com Judy em O Mágico de Oz
Além disso, abusos morais eram frequentes dentro do set. Embora Judy tenha assinado um contrato profissional, a jornada de trabalho sempre estendia, prejudicando a saúde da jovem de 15 anos.
Victor Fleming, diretor de O Mágico de Oz, deixava claro seu posicionamento. Caso a atriz juvenil quisesse ir embora, não haveria problema para a empresa. No entanto, se ela ficasse, seu papel era entreter e encantar – e isso poderia lhe custar a vida.
Se ela não seguisse todas as ordens e abusos impostos, iria embora. Como se a ideia de perder um papel em Hollywood não fosse ruim, as consequências de assumir tamanha responsabilidade eram maiores ainda.
Em um diálogo do filme, Victor explica que a jovem não pode ser como as outras garotas, pois elas vão se tornar garçonetes, mas Judy não. Judy Garland vai ser uma estrela. Sua estrela.
“Veja, as pessoas são parecidas com você, mas não são você” Victor Fleming, diretor de O Mágico de Oz (1939)
Após décadas, Judy não se torna garçonete, mas vê o fracasso bater na porta do mesmo jeito. Aos poucos, os shows em Londres começam a trazer problemas e muitos sentimentos aparecem – e crescem dentro de Judy.
Os anos de Dorothy foram herdados pela cantora, afinal, ainda se alimentava com pílulas e mal dormia. Debilitada, a mulher adquiri depressão.
Drama psicológico em Judy
O drama explora o universo psicológico da personagem, portanto mostra duas atrizes que viveram o melhor e o pior de Hollywood.
O final – não darei spoiler – é impressionante! A interpretação musical da cantora é indescritível e mostra exatamente como ela se sente, expondo ao público sua fragilidade.
O longa é uma biografia da cantora, contudo, o recorte mostra a decadência. Apesar dos triunfos profissionais, a cantora enfrentou vários problemas profissionais, vícios, depressões e inúmeras tentativas de suicídio. Todavia, a estrela morreu por uma overdose acidental aos 47 anos em 1969, deixando duas filhas, Liza Minnelli, Lorna Luft e o filho Joey Luft.
Interpretação de Renée Zellweger
O filme é protagonizado pela talentosa Renée Zellweger, atriz e produtora norte-americana, de 50 anos. Zellweger esbanja vários prêmios em seu currículo, entre eles, o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação no drama Cold Mountain (2003) e quatro Globos de Ouro.
De certa forma, a história de Judy e Renée se cruzam. Após as premiações citadas acima, a atriz participou de produções menos aclamadas até se afastar completamente por seis anos.
Neste ano, Renée trouxe à tona o espetáculo da dramaturgia com Judy. Uma prova disso é que está concorrendo como melhor atriz na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, o Oscar. Ademais, venceu a mesma categoria no Globo de Ouro e Critic’s Choice.
Também foram indicadas nesta categoria: Cythia Erivo por Harriet, Scarlett Johansson por História de um Casamento, Saoise Ronan por Adoráveis Mulheres e Charlize Theron por O Escândalo.
Judy: Muito Além do Arco-Íris no Roxy
Roxy 2 – Parque Anilinas – Av. 9 de Abril, s/n – CENTRO, Cubatão
Roxy 4 – Pátio Iporanga – Av. Ana Costa, 465 – Gonzaga, Santos
Roxy 5 – Gonzaga – Av. Ana Costa, 443 – Gonzaga, Santos
Roxy 6 – Brisamar – R. Frei Gaspar, 365 – Centro, São Vicente
Para ver horários e valores, acesse o site do Cine Roxy.
