Realizado pela Miramax, Mãe vs Androides foi adquirido pela Hulu nos EUA e pela Netflix no restante do mundo, e confesso que foi uma decisão inteligente do estúdio em ter se livrado desta bomba.
Estrelada por Chloë Grace Moretz (“Kick-Ass”), esta produção resgata estilos genéricos e busca tirar um enredo plausível no meio de tantos clichês e caos narrativos e de direção.
Baseado no livro de Karel Capek, a história mostra o casal Georgia (Moretz) e Sam (Algee Smith), que descobrem que terão um filho minutos antes de uma invasão de androides ser revelada na humanidade.
Em um cenário pós-apocalíptico, a dupla terá de lutar não só pela sua sobrevivência, mas também a de seu filho. Só tem um problema: como eles poderão confiar em alguém, se a maioria dos invasores se traveste como humanos.
Imagem: Netflix (Divulgação)
O roteiro e direção de Mattson Tomlin parece querer tirar situações de várias produções populares do cinema como Exterminador do Futuro, aos quais não há a menor chance de haver verossimilhança, uma vez que temos uma Moretz que não possui um carisma de uma Linda Hamilton e um cenário menos amedrontador que uma Skynet.
Tudo soa como forçado e transposto para um público adolescente, que certamente irá disputar seus olhares para os aparelhos celulares e cenas de ação genéricas (vide a perseguição de motocicletas, cujo desfecho não faz sentido algum).
Isso ainda porque ainda não mencionei os arcos dramáticos, pelos quais Tomlin insiste quase sempre em mesclar com terror (mostrando que realmente ela não entende em dosar os estilos, e sim quer captar a atenção do espectador em quaisquer situações).
E isso acaba se mostrando caótico, quando chegamos na conclusão final, onde sequer criamos afeição pelo desfecho, mas sim raiva por termos perdido quase duas horas de nosso dia.
Mãe vs Androides é a primeira grande bomba lançada pela Netflix neste ano, pela qual ainda não sabemos se a plataforma seguirá neste estilo duvidoso de lançamentos durante 2022.