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Crítica | Mães Paralelas

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Desde “Dor e Glória” o cineasta Pedro Almodóvar tinha mostrado que voltou com tudo para as produções que estavam chamando atenção das grandes premiações mundiais, principalmente o Oscar. Em “Mães Paralelas“, ele volta a trabalhar com a atriz Penélope Cruz (que já havia feito inúmeros filmes com ele) em uma trama que aborda diversos assuntos, mas que acaba escorregando em outros (afinal, ninguém pode abraçar o mundo).

A história gira em torno de Janis (Cruz) e Ana (Milena Smit), que se conhecem na maternidade ao terem seus filhos. Mesmo com vidas totalmente diferentes, ambas se tornam amigas e conseguem manter o contato durante um tempo. Só que ambas acabam descobrindo que a ligação pode ser mais do que inesperada.

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Imagem: Sony Pictures Classics/Netflix (Divulgação)

Assim como nos seus últimos projetos, Almodóvar avança e volta no tempo de sua narrativa de uma forma que o espectador terá de sacar em qual linha o filme está mostrando. Em um primeiro momento você começa a estranhar e achar que iremos falar sobre um longa de gravidez e nada mais além disso. Porém ele explora vários assuntos em toda sua narrativa, que abrangem este assunto e até mesmo a relação familiar neste tópico.

Ele só peca bastante quando encaixa um tópico LGBTQIA+, pelos quais não possui um peso dramático e se fosse removido não faria diferença alguma no resultado final. Os fãs mais assíduos do cineasta, notarão que ele usa novamente o esquema das cores para suprir o sentimento dos personagens, como o vermelho (sexo) e verde (vitalidade). Isso funciona de forma perfeita, pois há um grande contraste com o que está sendo mostrado em cena.

Com uma química enorme e grandes atuações, Cruz e Smit parecem ser realmente duas amigas de longa data e convencem no papel da dupla. Ambas não são apenas parecidas nos trajetos, como representam uma mesma pessoa, só que em tempos diferentes (algo que o título tecnicamente vende, e que ambas esbanjam nas caracterizações).

Mães Paralelas” mostra que Almodóvar ainda está com tudo no cinema, e que ainda consegue desenvolver ótimas histórias envolvendo questões familiares.

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