Se tratando da primeira produção da Marvel Studios em formato de seriado, que é responsável por apresentar um novo nome no Universo Cinematográfico desta, “O Cavaleiro da Lua” é notoriamente a aposta mais arriscada do estúdio. A começar que não se trata de um herói popular, muito menos que sua trajetória seja conhecida pelo grande público. Segundo, que ele explora uma parte do UCM que está começando a ser mostrada bem lentamente pela mesma (que é focada nos personagens com poderes mágicos e milenares como Doutor Estranho e “Os Eternos“), e ainda não há nomes relevantes fora da “panelinha dos Vingadores”.
Divida em seis episódios, a história gira em torno de Steven Grant (Oscar Isaacs) que trabalha como vendedor em uma loja dentro de um museu com antiguidades egipcianas. Mesmo com uma personalidade bastante tímida e acanhada, durante alguns períodos ele assume a identidade de Marc Spector, portador do manto de herói “O Cavaleiro da Lua”. Mas ele tem seu caminho cruzado com o misterioso Arthur Harrow (Ethan Hawke), líder de uma seita religiosa com intuitos misteriosos.
Dividida em seis episódios, esta minissérie (pode ser que ainda mudem de ideia e transformem em uma série com mais temporadas), realmente nos coloca dentro da mente de Steven desde o primórdio da aventura. Por isso, o clima confuso e totalmente sem sentido faz parte da ideia da narrativa criada pelos diretores Mohamed Diab, Justin Benson e Aaron Moorhead, e que certamente incomodará os espectadores mais leigos e poucos conhecedores do personagem nas HQs. Sim, agora nesta nova fase da Marvel não teremos mais uma história de origem linear, e sim breves esquetes na trama que explicam isso (e aqui isso se aplica).
Imagem: Marvel Studios (Divulgação)
Embora Oscar Isaac já tenha se mostrado um ótimo ator, aqui vemos que mesmo com ele tendo de lidar com a dupla personalidade de seu personagem, ele é prejudicado pelo roteiro. Mesmo com o fator citado no parágrafo antecessor, isso acaba sendo prejudicial na hora de fazermos criar uma certa cativação com este. Faltou a presença de um narrador onisciente para isso, que estava mais presente na hora que víamos o vilão vivido por Hawke (que está bem, embora tenha nítida inspiração em nomes como Jean Jones e Charles Mason). O mesmo pode-se dizer de May Calamawy (intérprete de Layla El-Faouly), cuja personagem não pesa em absolutamente nada e só a utilizam para “algo” no arco final da série.
Mesmo com poucas cenas de ação (inclusive, os efeitos visuais usados nelas estão ótimos) e mais diálogos, o andar desta narrativa, propositalmente confusa, acaba cansando por simplesmente ter a ligeira sensação de que “porque diabos estamos vendo essa história?”. Além do mais, episódios com cerca de 50 minutos, parecem ter duas horas e meia.
Em seu desfecho vemos que a Marvel realizou a série de “O Cavaleiro da Lua” apenas com o intuito de “apresentar ele para o público”, antes de algum arco de extrema importância para o estúdio nos cinemas.