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Crítica | Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan

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Não existe uma outra obra que foi adaptada inúmeras vezes pro cinema, como “Os Três Mosqueteiros“. Inspirado no famoso livro escrito pelo francês Alexandre Dumas, o enredo foi readaptado de diversas maneiras e serviu de referência em diversos outros livros e histórias (principalmente a vilã Milady, que representa a famosa “femme fatale”). Tendo em vista a nova onda de adaptações literárias de várias histórias famosas (principalmente do selo da Disney), os franceses não só resolveram fazer a sua versão, como também chamaram toda a elite dramatúrgica do país, com nomes como Vincent Cassel, Eva Green, François Civil, Louis Garrel, Vicky Krieps e muitos outros.

Sendo o primeiro título de uma duologia (cujo segundo, “Os Três Mosqueteiros: Milady“, será lançado em dezembro deste ano), “Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan” se passa em 1627 e gira em torno do próprio D’Artagnan (Civil), quando ele é deixado para morrer, após tentar salvar uma jovem de um roubo. Ao ir atrás dos seus agressores, ele vai até Paris e faz uma inusitada aliança com os Mosqueteiros Athos (Cassel), Porthos (Pio Marmaï) e Aramis (Romain Duris), que começam a lhe ensinar como se tornar um. Porém, eles não imaginavam que estariam envolvidos em um esquema que envolve a Igreja e a Realeza Francesa, que pode colocar em risco não só eles, como toda a nação.

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Imagem: Paris Filmes (Divulgação)

Desde seu princípio, é notado o extremo cuidado que o diretor Martin Bourboulon teve em relação ao cenário e ambiente que se passaria à história. Desde o figurino dos personagens (com destaques para as vestimentas de Eva Green, intérprete de Milady e que necessitava deste recurso para incrementar ainda mais sua presença), até a composição dos castelos e vilarejos pelos quais o longa se passava. Realmente a sensação é que somos transportados para a França de 1627, em uma época onde até mesmo vestimentas dos atores são feitas em CGI (algo que a Disney se acomodou a fazer ultimamente).   

Fica nítido que todos os envolvidos estavam cientes do potencial projeto que estavam em suas mãos, uma vez que o próprio roteiro procura em estabelecer um desenvolvimento não apenas do quarteto protagonista, como também do cenário político daquela época (pelos qual a própria Igreja Católica estava se envolvendo em vários conflitos, diante das Monarquias Europeias, em prol dos seus interesses pessoais).

Em relação às atuações, os destaques ficam por conta de François Civil, Lyna Khoudri (que interpreta Constance Bonacieux, interesse amoroso de D’Artagnan e confidente da Rainha Anne) e Romain Duris (que possui boas tiradas como Aramis). Porém, quem realmente rouba a cena é Eva Green (intérprete de Milady, e que será a antagonista do próximo filme), onde mesmo aparecendo pouco e nas horas certas, possui uma presença    

Como estamos falando de uma obra literária com quase 800 páginas, pelo qual possui um leque gigante de personagens, realmente o mais justo era dividir este arco em dois filmes (apesar de alguns detalhes do próprio estarem fora deste, ainda podem aparecer no próximo longa). Um mérito do roteiro da dupla Matthieu Delaporte e Alexandre de Lá Patellière é não realizarem mudanças drásticas na obra, para se encaixar com o contexto e cenário mundial atual (uma vez que estamos falando de uma produção que se passava em pleno século 16).    

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Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan” consegue fazer não apenas jus a obra clássica de Dumas, mas também se torna uma verdadeira aula de como exercer uma adaptação literária de forma justa e sem modificações desnecessárias.

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