Apesar de resolverem ter lançado nos cinemas em plena época do dia dos pais, e quando os atores Lázaro Ramos e Paolla Oliveira estão em alta, “Papai é Pop” sofre do principal problema que vários outros projetos do cinema nacionais sofrem: bons filmes, que acabam sendo boicotados pela maioria do público, devido ao marketing escasso não ter conseguido atingir fora da bolha cinéfila.
Inspirado no livro de Marcos Piangers, a história tem início com Tom (Ramos) e Eliza (Oliveira) que são pais de primeira viagem e começam a enfrentar diversos problemas por conta do fato de o primeiro não conseguir mudar seu estilo de vida, em prol da paternidade. Enquanto a segunda começa a se deteriorar aos poucos, por conta do trabalho excessivo em torno da criança.
Imagem: Galeria Distribuidora (Divulgação)
Sim, por incrível que pareça não estou falando de uma comédia pastelão ou uma produção brasileira genérica. Estamos falando de um projeto que nos coloca dentro de um cenário real, embora tenha pitadas de formas caricatas em partes. E digo isso, pois o diretor Caito Ortiz sabe dosar quando entramos no contexto dramático e cômico do filme, uma vez que estamos falando de alguns assuntos delicados (como o arco envolvendo o porteiro do prédio onde o casal vive, que cuida de seu filho sozinho, devido a sua esposa ter falecido o parto).
Agora partindo para o quesito de atuações, apesar de Ramos estar bem à vontade no papel, o show decai em cima de Paolla Oliveira, que visivelmente se entregou ao papel e realmente se assemelha com uma mãe que acabou de ter um filho. Inclusive, o trabalho de maquiagem em algumas cenas chega a ser assustador de tão realista. Faço também uma menção honrosa à veterana Elisa Lucinda (que interpreta Gladys, mãe de Tom), pois serve como a verdadeira adição homeopática na trama.
“Papai é Pop” é um dos raros casos onde o próprio marketing em cima da qualidade do projeto, acaba ofuscando sua verdadeira ideia e sentimentos em prol ao público. Certamente irá fazer algum sucesso quando estiver na Netflix.