Conhecida por ser a cunhada de Christopher Nolan, a esposa do produtor Jonathan Nolan, a cineasta Lisa Joy está começando a pegar o estilo que consagrou sua família, ao produzir com seu cônjuge esta série que é bastante maluca, como as recentes produções “Westworld” e “Tenet“. Divida em oito episódios, com cerca de 60 minutos cada, “Periféricos” foi feita para o espectador pensar muito mais além do que está sendo mostrado.
A história se passa em um futuro não muito distante, onde o mundo vive uma situação bastante precária e muitos ganham a vida por intermédio de um famoso game que lhes coloca em um universo similar a terra. Com sua mãe tendo uma doença grave cada vez mais avançando, e seu irmão se tornando um importante nome naquele mundo, Flynne Fisher (Chloë Grace Moretz) resolve se aventurar no mesmo. Só que ela não imaginava que o local não era o que aparenta ser.
Imagem: Amazon Studios (Divulgação)
É inegável que durante boa parte da produção, o espectador que não se pegar atento ao que está sendo retratado, vai se perder. O trabalho exercido pelos diretores Vincenzo Natali e Alrick Riley, não procura explicar o óbvio para o público, e para isso eles plantam várias sementes durante os episódios. Seja por intermédio de uma palavra, linha de diálogo ou até mesmos gestos.
Embora ainda existam várias pontas soltas, realmente estamos falando de um projeto que consegue se sobressair por conta dos efeitos visuais, fotografia e mixagem de som (que são ótimos), ainda faltou um pouco mais de clareza no roteiro em alguns episódios (até mesmo por intermédio do recurso citado). E alego isso, pois existem dois episódios pelos quais não conseguimos entender absolutamente nada do que está sendo retratado, e apenas várias coisas aleatórias são colocadas em cena.
E sim, as cenas de ação são bem realizadas e há algumas sequências com bastante gore, inclusive, mas a ambientação não vai funcionar se você claramente não estiver entendendo a série (o que aconteceu com boa parte do público, que acabou deixando a mesma de lado antes da metade). Em quesito de atuações, não há um destaque como um todo (embora Moretz seja a protagonista), apenas temos bons atores no automático como Jack Reynor, Gary Carr e Louis Herthum.
A primeira temporada de “Periféricos” termina com um gostinho de dúvida, pois após tamanha complexidade criada neste início, não é certo se o espectador irá querer continuar a vivenciar a trajetória de Flynne.