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Crítica | Ruído Branco

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Sendo o último grande lançamento do ano, na Netflix, o longa “Ruido Branco” acabou fazendo um certo burburinho por ser o novo filme do cineasta Noah Baumbach (que foi indicado em várias categorias do Oscar, por “História de Um Casamento“, em 2020). Indo totalmente na contramão de suas obras, ele aproveita o caos que ficou o mundo por conta dos acontecimentos do último ano e adapta o livro de Don DeLillo, com base em situações que são vistas no nosso dia a dia e no cinema.

A história tem inicio com o casal Jack (Adam Driver) e Babette (Greta Gerwig), um pacato casal que mora em uma pequena cidade dos EUA. Quando um acidente de trem acaba descarrilhando o mesmo, e um forte carregamento de produtos tóxicos acaba explodindo, um caos se instala na região, pois a medida que a fumaça avança, a contaminação também. O que faz a dupla fugir do local com seus quatro filhos.

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Imagem: Netflix (Divulgação)

Se você assistir este filme mentalizando uma obra no estilo Michael Bay, Roland Emmerich e até mesmo Steven Spielberg, certamente você irá se decepcionar. Uma vez que estamos falando de um longa que foca no comportamento humano, diante de situações delicadas e inesperadas, e que possivelmente, poderão ocasionar em sua extinção.    

Para isso, Baumbach procura dividir o longa em três blocos que são o antes, durante e depois do incidente citado. E em cada uma dessas passagens, ele procura explorar um mesmo cenário e fazer um determinado parâmetro (como por exemplo, ele sempre mostrar o andamento de um mercado, deixando claro como nem tudo é o que parece). E raramente apela para o CGI excessivo e cenas de ação muito cabulosas e elaboradas (uma vez que o caos aqui se resume em nuvens e batidas de carro).

E de forma inusitada, ele procura homenagear dois clássicos nomes do cinema, por intermédio de seus protagonistas: Woody Allen e Diane Keaton (protagonistas de “Noivo Neurótico e Noiva Nervosa”). Com uma atuação que lembra e muito a dupla citada, Driver e Gerwing demonstram ter uma enorme química em cena, e fará a diversão dos cinéfilos aumentar ainda mais.

O mesmo pode-se dizer de Driver e Don Cheadle, que mesmo com este aparecendo relativamente pouco no filme, consegue tirar uma divertida cena com aquele sobre as “ligações” entre os seus conhecimentos de Hitler e Elvis (cuja equipe de montagem fez um trabalho excelente, ao intercalar com uma explosão tóxica se formando).

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Se você espera que “Ruido Branco” seja um filme que te entretenha com grandes cenas de fim de mundo, CGI excessivo e até mesmo momentos marcantes, saiba que você deverá procurar outra coisa. Aqui estamos falando de um longa que analisa o comportamento do ser humano, diante de situações caóticas e delicadas, e seu despreparo para cenários do gênero.

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